VoltarHome/Jurisprudência Previdenciária

PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO LEGAL. ART. 557 DO CPC DE 1973. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ OU AUXÍLIO-DOENÇA. ARTIGOS 42 A 47 E 59 A 62 DA LEI Nº 8. 213, DE 24. 07. 1991. INCAPACIDADE LABORAL PREEXISTENTE. AGRAVO LEGAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO. TRF3. 0003369-41.2014.4.03.6127

Data da publicação: 11/07/2020 20:15:40

PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO LEGAL. ART. 557 DO CPC DE 1973. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ OU AUXÍLIO-DOENÇA. ARTIGOS 42 A 47 E 59 A 62 DA LEI Nº 8.213, DE 24.07.1991. INCAPACIDADE LABORAL PREEXISTENTE. AGRAVO LEGAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. O benefício de Aposentadoria por Invalidez está disciplinado nos artigos 42 a 47 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991. Para sua concessão, deve haver o preenchimento dos seguintes requisitos: i) a qualidade de segurado; ii) o cumprimento da carência, excetuados os casos previstos no art. 151 da Lei nº.8.213/1991; iii) a incapacidade total e permanente para a atividade laboral; iv) ausência de doença ou lesão anterior à filiação para a Previdência Social, salvo se a incapacidade sobrevier por motivo de agravamento daquelas. 2. No caso do benefício de Auxílio-Doença, a incapacidade há de ser temporária ou, embora permanente, que seja apenas parcial para o exercício de suas atividades profissionais habituais ou ainda que haja a possibilidade de reabilitação para outra atividade que garanta o sustento do segurado, nos termos dos artigos 59 e 62 da Lei nº 8.213/1991. 3. Incapacidade laboral preexistente. Requisitos legais não preenchidos. 4. Agravo Legal a que se nega provimento. (TRF 3ª Região, SÉTIMA TURMA, Ap - APELAÇÃO CÍVEL - 2120329 - 0003369-41.2014.4.03.6127, Rel. DESEMBARGADOR FEDERAL FAUSTO DE SANCTIS, julgado em 27/06/2016, e-DJF3 Judicial 1 DATA:08/07/2016 )


Diário Eletrônico

PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 3ª REGIÃO

D.E.

Publicado em 11/07/2016
AGRAVO LEGAL EM APELAÇÃO CÍVEL Nº 0003369-41.2014.4.03.6127/SP
2014.61.27.003369-5/SP
RELATOR:Desembargador Federal FAUSTO DE SANCTIS
APELANTE:GENI PEREIRA
ADVOGADO:SP192635 MIQUELA CRISTINA BALDASSIN PIZANI e outro(a)
APELADO(A):Instituto Nacional do Seguro Social - INSS
PROCURADOR:SP251178 MAIRA SAYURI GADANHA SPINOLA DE CASTRO e outro(a)
ADVOGADO:SP000030 HERMES ARRAIS ALENCAR
AGRAVADA:DECISÃO DE FOLHAS
No. ORIG.:00033694120144036127 1 Vr SAO JOAO DA BOA VISTA/SP

EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO LEGAL. ART. 557 DO CPC DE 1973. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ OU AUXÍLIO-DOENÇA. ARTIGOS 42 A 47 E 59 A 62 DA LEI Nº 8.213, DE 24.07.1991. INCAPACIDADE LABORAL PREEXISTENTE. AGRAVO LEGAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO.
1. O benefício de Aposentadoria por Invalidez está disciplinado nos artigos 42 a 47 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991. Para sua concessão, deve haver o preenchimento dos seguintes requisitos: i) a qualidade de segurado; ii) o cumprimento da carência, excetuados os casos previstos no art. 151 da Lei nº.8.213/1991; iii) a incapacidade total e permanente para a atividade laboral; iv) ausência de doença ou lesão anterior à filiação para a Previdência Social, salvo se a incapacidade sobrevier por motivo de agravamento daquelas.
2. No caso do benefício de Auxílio-Doença, a incapacidade há de ser temporária ou, embora permanente, que seja apenas parcial para o exercício de suas atividades profissionais habituais ou ainda que haja a possibilidade de reabilitação para outra atividade que garanta o sustento do segurado, nos termos dos artigos 59 e 62 da Lei nº 8.213/1991.
3. Incapacidade laboral preexistente. Requisitos legais não preenchidos.
4. Agravo Legal a que se nega provimento.

ACÓRDÃO

Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, decide a Egrégia Sétima Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, por unanimidade, NEGAR PROVIMENTO AO AGRAVO LEGAL, nos termos do relatório e voto que ficam fazendo parte integrante do presente julgado.



São Paulo, 27 de junho de 2016.
Fausto De Sanctis
Desembargador Federal


Documento eletrônico assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que instituiu a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, por:
Signatário (a): FAUSTO MARTIN DE SANCTIS:66
Nº de Série do Certificado: 62312D6500C7A72E
Data e Hora: 29/06/2016 10:09:49



AGRAVO LEGAL EM APELAÇÃO CÍVEL Nº 0003369-41.2014.4.03.6127/SP
2014.61.27.003369-5/SP
RELATOR:Desembargador Federal FAUSTO DE SANCTIS
APELANTE:GENI PEREIRA
ADVOGADO:SP192635 MIQUELA CRISTINA BALDASSIN PIZANI e outro(a)
APELADO(A):Instituto Nacional do Seguro Social - INSS
PROCURADOR:SP251178 MAIRA SAYURI GADANHA SPINOLA DE CASTRO e outro(a)
ADVOGADO:SP000030 HERMES ARRAIS ALENCAR
AGRAVADA:DECISÃO DE FOLHAS
No. ORIG.:00033694120144036127 1 Vr SAO JOAO DA BOA VISTA/SP

RELATÓRIO

O Senhor Desembargador Federal FAUSTO DE SANCTIS:


Trata-se de Agravo Legal (fls. 80/84), previsto no artigo 557, §1º, do Código de Processo Civil de 1973, interposto pela parte autora em face da r. Decisão Monocrática (fls. 76/77) que negou seguimento à sua Apelação, sob o fundamento de que não restaram preenchidos os requisitos necessários para a concessão do beneficio de Aposentadoria por Invalidez ou Auxílio-Doença, uma vez que a incapacidade da autora seria pré-existente ao seu reingresso no RGPS.


Em suas razões, aduz que "o exame físico demonstrou que a agravante apresenta deformidades em ambas as mãos, com dificuldade para fazer movimentos para abrir e fechá-las, bem como com perda de força muscular (...) e deformidade em tornozelos e pés" (fl. 83). Quanto à data de início da incapacidade, alega que "devemos aprofundar no histórico de doenças da agravante para se chegar à data de início da incapacidade" (fl. 81), bem como que, a despeito de o histórico revelar que a agravante começou a apresentar dores difusas em pés e mãos há dois anos, tais deformidades teriam evoluído progressivamente, "mais acentuadamente nos últimos meses (início de 2015)" (fl. 82).


É o relatório.



VOTO

O Senhor Desembargador Federal FAUSTO DE SANCTIS:


Em que pesem as alegações da agravante, observo que a Decisão Monocrática (fls. 76/77) proferida refutou os argumentos apresentados neste recurso. Por oportuno, reproduzo parte da explanação contida na Decisão agravada.


"(...)
O laudo pericial (fls. 41/51), realizado em 24.04.2015, está de acordo com os documentos acostados nos autos que atesta que a autora é portadora de artrite reumatoide, com comprometimento principalmente das mãos, em tratamento adequado, porém que a incapacita total e permanente para as atividades laborativas. Entretanto, ao analisar o quesito 7 (sete) do INSS (fl. 48), o perito afirma que: "... Pericianda referiu que apresenta há vários anos dores difusas, principalmente em mãos e pés, mas que conseguia trabalhar como dona de casa, até que, há dois anos, apresentou piora no quadro clínico com dor, edema e limitação nos movimentos em ambas as mãos, sendo diagnosticada Artrite Reumatoide, tendo que interromper atividades laborais, sendo, portanto, a data do início da incapacidade em meados de 2013."
Observo que a autora reingressou ao RGPS em 01.06.2013 (fl. 31), ou seja, coincidindo com a data indicada em perícia do início da incapacidade total e permanente, o que, de fato, caracteriza doença preexistente. Assim, após exame físico e análise da documentação juntada aos autos, conclui a doença que acomete a autora é preexistente, ou seja, anterior ao seu reingresso à autarquia-ré.
Conforme o CNIS acostado à fl. 31, observo que a apelante, após ter encerrado suas contribuições à Previdência Social, que possui caráter contributivo, em 16.11.1986, retornou ao RGPS somente em junho de 2013, quando já apresentava as limitações incapacitantes descritas pelo jurisperito.
Nesse contexto e de acordo com a consulta ao CNIS, forçoso reconhecer que a autora, ao novamente se filiar ao Regime Geral de Previdência Social, em junho de 2013, após 27 (vinte e sete) anos afastada deste, já era portadora da enfermidade que a acomete, e mais ainda, de sua incapacidade para o trabalho, não se tratando de agravamento posterior de sua enfermidade, mas sim, de preexistência tanto da patologia, quanto da incapacidade laborativa.
Desta sorte, não basta a prova de ter contribuído em determinada época. Há que se demonstrar a não existência da patologia, e, principalmente, da incapacidade para o labor, quando se filiou à Previdência Social ou quando retomou essa filiação.
(...)"

A parte agravante alegou, quanto à data de início da incapacidade, que "devemos aprofundar no histórico de doenças da agravante para se chegar à data de início da incapacidade" (fl. 81), bem como que, a despeito de o histórico revelar que a agravante começou a apresentar dores difusas em pés e mãos há dois anos, tais deformidades teriam evoluído progressivamente, "mais acentuadamente nos últimos meses (início de 2015)" (fl. 82).


A esse respeito, consigno que, para a concessão do benefício por incapacidade, deve-se verificar que o segurado não era portador da alegada doença ao se (re)filiar ao Regime Geral da Previdência Social, salvo quando a incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou agravamento dessa doença ou lesão (art. 59, § único, da Lei 8.213/1991).


Ocorre que, no caso em análise, o que se apurou foi que não apenas o surgimento da doença mas também o da incapacidade para o trabalho ocorreu antes do reinício dos recolhimentos para a Previdência Social (em 01.06.2013-fl. 31), uma vez que o perito médico judicial foi categórico ao afirmar que a piora do quadro clínico da autora e, consequentemente, o início da incapacidade, se deu em meados de 2013.


Verifica-se, portanto, que os argumentos trazidos pela Agravante não se prestam à reforma da r. Decisão.


Com tais considerações, NEGO PROVIMENTO AO AGRAVO LEGAL interposto.


É o voto.



Fausto De Sanctis
Desembargador Federal


Documento eletrônico assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que instituiu a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, por:
Signatário (a): FAUSTO MARTIN DE SANCTIS:66
Nº de Série do Certificado: 62312D6500C7A72E
Data e Hora: 29/06/2016 10:09:52



O Prev já ajudou mais de 90 mil advogados em todo o Brasil.Acesse quantas petições e faça quantos cálculos quiser!

Teste grátis por 15 dias