
POLO ATIVO: GILVANIR LUIZA DE FRANCA SANTIAGO
REPRESENTANTE(S) POLO ATIVO: VIRGILIO GONCALVES DE MOURA NETO - PI17030-A
POLO PASSIVO:INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS
RELATOR(A):ANTONIO OSWALDO SCARPA

PODER JUDICIÁRIO FEDERAL
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO
Gab. 26 - DESEMBARGADOR FEDERAL ANTONIO SCARPA
PJE/TRF1-Processo Judicial Eletrônico
PROCESSO: 1033694-74.2020.4.01.0000
CLASSE: APELAÇÃO CÍVEL (198)
APELANTE: GILVANIR LUIZA DE FRANCA SANTIAGO
APELADO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS
RELATÓRIO
O EXMO. SR. DESEMBARGADOR FEDERAL ANTONIO SCARPA (RELATOR):
Trata-se de recurso de apelação interposto pela parte autora contra sentença que julgou improcedente o pedido de implantação do benefício por incapacidade em seu favor.
Em suas razões, o apelante alega que atende aos requisitos para concessão do benefício pleiteado.
Com contrarrazões.
É o relatório.

PODER JUDICIÁRIO FEDERAL
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO
Gab. 26 - DESEMBARGADOR FEDERAL ANTONIO SCARPA
PJE/TRF1-Processo Judicial Eletrônico
PROCESSO: 1033694-74.2020.4.01.0000
CLASSE: APELAÇÃO CÍVEL (198)
APELANTE: GILVANIR LUIZA DE FRANCA SANTIAGO
APELADO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS
VOTO
O EXMO. SR. DESEMBARGADOR FEDERAL ANTONIO SCARPA (RELATOR):
Impõe-se o conhecimento da apelação, ante a presença dos pressupostos e requisitos para sua admissibilidade.
Trata-se de recurso de apelação interposto pela parte autora contra sentença que julgou improcedente o pedido para determinar a concessão de benefício por incapacidade em seu favor.
Os requisitos indispensáveis para a concessão do benefício previdenciário por incapacidade temporária ou permanente são: a) qualidade de segurado; b) carência de 12 (doze) contribuições mensais; c) incapacidade para atividade laboral temporária, parcial ou total (benefício por incapacidade temporária); ou permanente e total cumulada com a impossibilidade de reabilitação (benefício por incapacidade permanente).
Do exame médico pericial (fl. 122 do PDF), realizado em 04/04/2019, a requerente (34 anos, trabalhadora rural) refere lombalgia. Segundo o médico perito o diagnóstico da requerente é discopatia lombar (CID-10 M51). Conclui o expert afirmando que existe incapacidade total e permanente para o trabalho, estimando que a doença teve início “20 anos atrás” e que a incapacidade iniciou no começo do ano de 2016.
Do relatório médico apresentado pela parte autora à fl. 77 pode-se ler: “Retificação da lordose fisiológica da coluna lombar; Corpos vertebrais, pedículos, lâminas posteriores, apófises transversais, espinhosas e articulares com morfologia e textura óssea normais; Abaulamentos discais difusos ao nível de L4-L5 a L5-S1 tocando a face ventral do saco dural sem sinais de compressão radicular; Demais discos invertebrais com densidade normais; Saco dural: bem visualizado, com dimensões normais; Canal raquiano: com calibre preservado; Partes moles para-vertebrais: intactas."
Do relatório de fl. 78 pode-se ler: “Corpos vertebrais, pedículos, lâminas posteriores, apófises transversais, espinhosas e articulares com morfologia e textura óssea normais; Discos intervertebrais com densidade normais; Saco tecal: bem visualizado, com dimensões normais. Raízes nervosas dorsais íntegras; Ausência de lesões expansivas ou de compressões radiculares; Canal raquiano: com calibre preservado; Partes moles para-vertebrais: intactas.”
No entanto, o médico perito estima que a doença que afligiria a parte autora teve início 20 anos antes da perícia médica, quando contava com apenas 14 anos de idade, estimando que a incapacidade teve início em 2016, quando contava com 31 anos.
O juízo a quo, ao analisar o conjunto probatório, julgou, com acerto, que não há incapacidade da parte autora para o exercício de atividades laborais, circunstância que obsta o deferimento do benefício por incapacidade.
Não merece reforma a sentença a quo. Ao julgador incumbe a análise de todas as provas apresentadas, não estando vinculado ao laudo médico produzido em juízo quando este destoa dos outros elementos dos autos, como no presente caso.
Ante o exposto, não merece reparos a sentença que julgou improcedente o pedido de concessão de benefício por incapacidade em favor parte autora.
Mantenho a condenação da apelante no pagamento de honorários advocatícios, fixados nos termos da sentença, com acréscimo de 1% de tal referencial, a teor do §11 do art. 85 do CPC/2015, cuja exigibilidade fica suspensa, nos termos do art. 98, § 3º, do CPC/2015.
Diante do exposto, nego provimento à apelação da parte autora.
É como voto.
Desembargador Federal ANTÔNIO SCARPA
Relator

PODER JUDICIÁRIO FEDERAL
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO
Gab. 26 - DESEMBARGADOR FEDERAL ANTONIO SCARPA
PJE/TRF1-Processo Judicial Eletrônico
PROCESSO: 1033694-74.2020.4.01.0000
CLASSE: APELAÇÃO CÍVEL (198)
APELANTE: GILVANIR LUIZA DE FRANCA SANTIAGO
APELADO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS
EMENTA
PREVIDENCIÁRIO. LAUDO PERICIAL DESTOANTE DO CONJUNTO PROBATÓRIO. BENEFÍCIO POR INCAPACIDADE INDEVIDO. HONORÁRIOS. APELAÇÃO DESPROVIDA.
1. Os requisitos indispensáveis para a concessão do benefício previdenciário de auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez são: a) qualidade de segurado; b) carência de 12 (doze) contribuições mensais; c) incapacidade para atividade laboral temporária, parcial ou total (auxílio-doença); ou permanente e total, cumulada com a impossibilidade de reabilitação (aposentadoria por invalidez).
2. Ao julgador incumbe a análise de todas as prova apresentadas, não estando vinculado ao laudo médico produzido em juízo quando este destoa dos outros elementos dos autos.
3. Confirmação da sentença que julgou improcedente o pedido de concessão de benefício por incapacidade em favor da parte autora.
4. Mantida a condenação da apelante no pagamento de honorários advocatícios, fixados nos termos da sentença, com acréscimo de 1% de tal referencial, a teor do §11 do art. 85 do CPC/2015, cuja exigibilidade fica suspensa, nos termos do art. 98, § 3º, do CPC/2015.
5. Apelação da parte autora desprovida.
A C Ó R D Ã O
Decide a Nona Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, à unanimidade, negar provimento à apelação, nos termos do voto do Relator.
Brasília (DF), (data da Sessão).
Desembargador Federal ANTÔNIO SCARPA
