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AUXÍLIO-DOENÇA/APOSENTADORIA POR INVALIDEZ RURAL. INÍCIO RAZOÁVEL DE PROVA MATERIAL. AUSENCIA DE PRODUÇÃO DE PROVA TESTEMUNHAL. CERCEAMENTO DE DEFESA. SENTEN...

Data da publicação: 22/12/2024, 22:22:53

PREVIDENCIÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. AUXÍLIO-DOENÇA/APOSENTADORIA POR INVALIDEZ RURAL. INÍCIO RAZOÁVEL DE PROVA MATERIAL. AUSENCIA DE PRODUÇÃO DE PROVA TESTEMUNHAL. CERCEAMENTO DE DEFESA. SENTENÇA ANULADA. APELAÇÃO PROVIDA. 1. A sentença proferida na vigência do CPC/2015 não está sujeita à remessa necessária, pois a condenação nela imposta não tem o potencial de ultrapassar o limite previsto no art. 496, § 3º, do novo 2. Os requisitos indispensáveis para a concessão do benefício previdenciário de auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez são: a) a qualidade de segurado; b) a carência de 12 (doze) contribuições mensais; c) a incapacidade parcial ou total e temporária (auxílio-doença) ou total e permanente (aposentadoria por invalidez) para atividade laboral. 3. Para a comprovação do exercício de atividade rural exige-se o início razoável de prova material, corroborada por robusta prova testemunhal, conforme previsão do art. 55, §3º, da Lei n. 8.213/91. 4. Embora a parte autora tenha juntado aos autos início de prova material de sua qualidade de segurada especial, consistente nas informações do Cadunico com endereço rural, ITR em nome do genitor e comprovante de auxílio maternidade na qualidade de rurícola, e ainda haja laudo pericial favorável, o juízo julgou de origem proferiu sentença sem que fosse realizada a prova testemunhal. 5. Diante da indispensabilidade da prova testemunhal para a comprovação da qualidade de segurada especial da parte autora, é de ser anulada a sentença com o retorno dos autos à origem e a regular instrução do feito. 6. Apelação provida. Sentença anulada, com o retorno dos autos ao Juízo de origem para regular instrução e julgamento do feito. (TRF 1ª Região, PRIMEIRA TURMA, APELAÇÃO CIVEL (AC) - 1003741-02.2024.4.01.9999, Rel. DESEMBARGADOR FEDERAL MORAIS DA ROCHA, julgado em 29/04/2024, DJEN DATA: 29/04/2024)

Brasão Tribunal Regional Federal
JUSTIÇA FEDERAL
Tribunal Regional Federal da 1ª Região

PROCESSO: 1003741-02.2024.4.01.9999  PROCESSO REFERÊNCIA: 8000212-18.2022.8.05.0156
CLASSE: APELAÇÃO CÍVEL (198)

POLO ATIVO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS
POLO PASSIVO:MARIA GESICA DA COSTA
REPRESENTANTE(S) POLO PASSIVO: FELIPE FIGUEIREDO CARDOSO - BA47214-A e CARINA MARQUES OLIVEIRA MAGALHAES - BA47431-A

RELATOR(A):EDUARDO MORAIS DA ROCHA


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PODER JUDICIÁRIO

Tribunal Regional Federal da 1ª Região

Gab. 01 - DESEMBARGADOR FEDERAL MORAIS DA ROCHA

Processo Judicial Eletrônico


APELAÇÃO CÍVEL (198)  n. 1003741-02.2024.4.01.9999


R E L A T Ó R I O

O EXMO. SR. DESEMBARGADOR FEDERAL MORAIS DA ROCHA (RELATOR):

1. A parte autora propôs ação ordinária contra o INSS, a fim de obter benefício por incapacidade (aposentadoria por invalidez/auxílio-doença).

2. Sentença prolatada pelo MM. Juiz a quo julgando procedente o pedido inicial.

3.  Apelou o INSS, sustentando, inicialmente, que não houve a realização da prova testemunhal, indispensável para a comprovação da qualidade de segurada especial da autora, e, quanto ao mérito, aduzindo o não cumprimento dos requisitos exigidos para a concessão do benefício postulado. 

É o relatório.

Desembargador Federal MORAIS DA ROCHA

Relator


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V O T O

O EXMO. SR. DESEMBARGADOR FEDERAL MORAIS DA ROCHA (RELATOR):

1. Trata-se de recurso de apelação interposto pelo INSS contra sentença que julgou procedente o pedido de benefício por incapacidade (aposentadoria por invalidez/auxílio-doença).

2. Segundo os termos do Enunciado Administrativo n. 3/STJ, aprovado pelo Plenário da Corte na sessão de 9/3/2016: “Aos recursos interpostos com fundamento no CPC/2015 (relativos a decisões publicadas a partir de 18 de março de 2016) serão exigidos os requisitos de admissibilidade recursal na forma do novo CPC.”

3. A sentença proferida na vigência do CPC/2015 não está sujeita à remessa necessária, pois a condenação nela imposta não tem o potencial de ultrapassar o limite previsto no art. 496, § 3º, do novo CPC. 

4. A prescrição atinge as prestações anteriores ao quinquênio que antecedeu o ajuizamento da ação, nos termos da Súmula 85/STJ.

5. Nos termos do entendimento firmado pelo e. STF no RE 631240, em sede de repercussão geral, exige-se o prévio requerimento administrativo para a propositura de ação judicial em que se pretende a concessão de benefício previdenciário. Entretanto, para as ações ajuizadas até a data daquele julgamento, a insurgência de mérito do INSS caracteriza o interesse de agir da parte autora, porque estaria configurada a resistência ao pedido, sendo prescindível, nesse caso, a provocação administrativa.

6. Os requisitos indispensáveis para a concessão do benefício previdenciário de auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez são: a) a qualidade de segurado; b) a carência de 12 (doze) contribuições mensais; c) a incapacidade parcial ou total e temporária (auxílio-doença) ou permanente e total (aposentadoria por invalidez) para atividade laboral.

7. Para a comprovação do exercício de atividade rural exige-se o início razoável de prova material, corroborada por robusta prova testemunhal, conforme previsão do art. 55, §3º, da Lei n. 8.213/91.

8. Embora a parte autora tenha juntado aos autos início de prova material de sua qualidade de segurada especial, consistente nas informações do Cadunico com endereço rural, ITR em nome do genitor e comprovante de auxílio maternidade na qualidade de rurícola, e ainda haja laudo pericial favorável, o juízo julgou de origem proferiu sentença sem que fosse realizada a prova testemunhal.

9. Diante da indispensabilidade da prova testemunhal para a comprovação da qualidade de segurada especial da parte autora, é de ser anulada a sentença com o retorno dos autos à origem e a regular instrução do feito. 

10. Em face do exposto, dou provimento à apelação do ISS para anular a sentença e determinar o retorno dos autos ao Juízo de origem para regular instrução e julgamento do feito.

É o voto.

Desembargador Federal MORAIS DA ROCHA

Relator




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APELAÇÃO CÍVEL (198) 1003741-02.2024.4.01.9999

RELATOR: Des. MORAIS DA ROCHA

APELANTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

APELADO: MARIA GESICA DA COSTA

Advogados do(a) APELADO: CARINA MARQUES OLIVEIRA MAGALHAES - BA47431-A, FELIPE FIGUEIREDO CARDOSO - BA47214-A


E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. AUXÍLIO-DOENÇA/APOSENTADORIA POR INVALIDEZ RURAL. INÍCIO RAZOÁVEL DE PROVA MATERIAL. AUSENCIA DE PRODUÇÃO DE PROVA TESTEMUNHAL. CERCEAMENTO DE DEFESA. SENTENÇA ANULADA. APELAÇÃO PROVIDA.

1. A sentença proferida na vigência do CPC/2015 não está sujeita à remessa necessária, pois a condenação nela imposta não tem o potencial de ultrapassar o limite previsto no art. 496, § 3º, do novo

2. Os requisitos indispensáveis para a concessão do benefício previdenciário de auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez são: a) a qualidade de segurado; b) a carência de 12 (doze) contribuições mensais; c) a incapacidade parcial ou total e temporária (auxílio-doença) ou total e permanente (aposentadoria por invalidez) para atividade laboral.

3. Para a comprovação do exercício de atividade rural exige-se o início razoável de prova material, corroborada por robusta prova testemunhal, conforme previsão do art. 55, §3º, da Lei n. 8.213/91.

4. Embora a parte autora tenha juntado aos autos início de prova material de sua qualidade de segurada especial, consistente nas informações do Cadunico com endereço rural, ITR em nome do genitor e comprovante de auxílio maternidade na qualidade de rurícola, e ainda haja laudo pericial favorável, o juízo julgou de origem proferiu sentença sem que fosse realizada a prova testemunhal.

5. Diante da indispensabilidade da prova testemunhal para a comprovação da qualidade de segurada especial da parte autora, é de ser anulada a sentença com o retorno dos autos à origem e a regular instrução do feito. 

6. Apelação provida. Sentença anulada, com o retorno dos autos ao Juízo de origem para regular instrução e julgamento do feito.

A C Ó R D Ã O

Decide a Primeira Turma, por unanimidade, dar provimento à apelação do INSS  para anular a sentença, nos termos do voto do Relator.

Brasília/DF, data da sessão de julgamento.

Desembargador Federal MORAIS DA ROCHA

Relator

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