Processo
ApCiv - APELAÇÃO CÍVEL / SP
5009291-62.2018.4.03.6183
Relator(a)
Desembargador Federal JOAO BATISTA GONCALVES
Órgão Julgador
9ª Turma
Data do Julgamento
15/05/2021
Data da Publicação/Fonte
e - DJF3 Judicial 1 DATA: 20/05/2021
Ementa
E M E N T A
PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO. LABOR ESPECIAL
NÃO RECONHECIDO. NÃO PREENCHIDOS OS REQUISITOS PARA A CONCESSÃO DA
APOSENTADORIA.
- Para comprovação do labor especial no lapso questionado, a parte autora juntou aos autos
cópia de sua CTPS Id 138735934 – p. 58 e o Perfil Profissiográfico Previdenciário Id 138735934
p. 25/27 e Id 138735935 p. 08/10.
- No que tange ao interregno de 05/10/1992 a 17/12/2015, em que pese tenha sido apresentado o
PPP supracitado, verifica-se que o documento, em sua seção de registros ambientais, faz
menção genérica ao agente agressivo ruído, sem indicar o índice ao qual estava efetivamente
exposto o trabalhador. O documento aponta, ainda, exposição a adversidades climáticas (chuva,
Sol e frio), que não se encontram elencadas na legislação previdenciária. Assim, impossível o
reconhecimento do labor especial com base no PPP apresentado.
- Além do que, a profissão do demandante de "Encarregado de Encanador" não perfila nos róis
dos Decretos nº 53.831/64 e 83.080/79, não sendo possível o enquadramento pela categoria
profissional.
- Ausente nos autos documento apto a comprovar o alegado, a parte autora não faz jus ao
reconhecimento da especialidade do labor no lapso questionado.
- O segurado não faz jus à aposentadoria por tempo de contribuição, tendo em vista que até
15/05/2017(DER – Id 138735935 - p. 31), comprova apenas 31 anos, 04 meses e 27 dias de
Jurisprudência/TRF3 - Acórdãos
trabalho, não preenchendo o tempo mínimo de contribuição de 35 anos. Não fazia jus à
aposentadoria proporcional porque não cumpria o pedágio.
- Apelação da parte autora improvida.
Acórdao
PODER JUDICIÁRIOTribunal Regional Federal da 3ª Região
9ª Turma
APELAÇÃO CÍVEL (198) Nº5009291-62.2018.4.03.6183
RELATOR:Gab. 30 - DES. FED. BATISTA GONÇALVES
APELANTE: ROBERVAL DOS SANTOS COSTA
Advogado do(a) APELANTE: JANE APARECIDA GOMES LUZ MALVEIRA - SP283542-A
APELADO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS
OUTROS PARTICIPANTES:
APELAÇÃO CÍVEL (198) Nº5009291-62.2018.4.03.6183
RELATOR:Gab. 30 - DES. FED. BATISTA GONÇALVES
APELANTE: ROBERVAL DOS SANTOS COSTA
Advogado do(a) APELANTE: JANE APARECIDA GOMES LUZ MALVEIRA - SP283542-A
APELADO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS
OUTROS PARTICIPANTES:
R E L A T Ó R I O
Trata-se de recurso de apelação interposto pela parte autora, em face da r. sentença (proferida
em 21/02/2020) que julgou parcialmente procedente o pedido deduzido na inicial, apenas para
reconhecer o tempo comum de 18/10/1981 a 31/10/1983, denegando a concessão de
aposentadoria por tempo de contribuição.
A decisão a quo condenou a parte autora ao pagamento das obrigações decorrentes da
sucumbência, com honorários no percentual de 10% sobre o valor atualizado da causa, nos
termos do artigo 83, §4º, inciso III, do CPC/2015. Deixou de submeter a decisão ao reexame
necessário.
A parte autora, sustenta, em síntese, que faz jus ao reconhecimento do labor especial no lapso
de 05/10/1992 a 17/12/2015, em que laborou na construção civil.
Decorrido "in albis" o prazo para contrarrazões, subiram os autos a esta Corte.
É o relatório.
APELAÇÃO CÍVEL (198) Nº5009291-62.2018.4.03.6183
RELATOR:Gab. 30 - DES. FED. BATISTA GONÇALVES
APELANTE: ROBERVAL DOS SANTOS COSTA
Advogado do(a) APELANTE: JANE APARECIDA GOMES LUZ MALVEIRA - SP283542-A
APELADO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS
OUTROS PARTICIPANTES:
V O T O
Inicialmente, afigura-se correta a não submissão da r. sentença à remessa oficial.
É importante salientar que, de acordo com o art. 496, § 3º, inciso I, do Código de Processo Civil
atual, não será aplicável o duplo grau de jurisdição quando a condenação ou o proveito
econômico obtido na causa for de valor certo e líquido inferior a 1.000 (mil) salários-mínimos.
No caso dos autos verifico que a sentença é eminentemente declaratória, razão pela qual, para
a aplicação do § 3º do art. 496, inciso I do NCPC, deve-se levar em consideração o valor
atribuído à causa, devidamente atualizado na data da decisão.
Assim, tendo sido ajuizada a ação em 05/04/2018, com valor atribuído à causa retificado de R$
67.173,92 (sessenta e sete mil, cento e setenta e três reais e noventa e dois centavos), que
atualizado até a prolação da sentença não ultrapassa o montante correspondente a 1.000 (mil)
salários mínimos, a decisão não deve ser mesmo submetida à remessa oficial.
Tempestivo o recurso e respeitados os demais pressupostos de admissibilidade recursais,
passo ao exame da matéria objeto de devolução.
Discute-se o direito da parte autora ao reconhecimento de exercício de atividade em condições
especiais e, consequentemente, à concessão de seu benefício de aposentadoria por tempo de
contribuição.
Nos termos dos arts. 52 e 53 da Lei n.º 8.213/91, a aposentadoria por tempo de serviço,
atualmente denominada aposentadoria por tempo de contribuição, é devida, na forma
proporcional ou integral, respectivamente, ao segurado que tenha completado 25 anos de
serviço, se mulher, e 30 anos, se homem, ou 30 anos de serviço, se mulher, e 35 anos, se
homem.
O período de carência exigido, por sua vez, está disciplinado pelo artigo 25, inciso II, da Lei de
Planos de Benefícios da Previdência Social, o qual prevê 180 contribuições mensais, bem como
pela norma transitória contida em seu artigo 142.
Contudo, após a Emenda Constitucional n.º 20, de 15 de dezembro de 1998, respeitado o
direito adquirido à aposentadoria com base nos critérios anteriores até então vigentes, aos que
já haviam cumprido os requisitos para sua obtenção, consoante art. 3º, não há mais que se falar
em aposentadoria proporcional.
Excepcionalmente, poderá se aposentar, ainda, com proventos proporcionais, o segurado filiado
ao regime geral da previdência social até a data de sua publicação - D.O.U. de 16/12/1998 -
que preencher as seguintes regras de transição: idade mínima de 53 anos, se homem, e 48
anos, se mulher, e um período adicional de contribuição equivalente a 40% do tempo que,
àquela data -16/12/1998 -, faltaria para atingir o limite de vinte e cinco ou trinta anos de tempo
de contribuição, nos termos do art. 9º, § 1º, da aludida Emenda.
No caso da aposentadoria integral, descabe a exigência de idade mínima ou "pedágio",
consoante exegese da regra permanente, menos gravosa, inserta no artigo 201, § 7º, inciso I,
da Constituição Federal, como já admitiu o próprio INSS administrativamente.
DA CONVERSÃO ENTRE TEMPOS DE SERVIÇO ESPECIAL E COMUM
Registre-se, por oportuno, que poderá ser convertido em tempo de atividade comum, o tempo
de serviço especial prestado em qualquer época, à luz do disposto no artigo 70, § 2º, do atual
Regulamento da Previdência Social, Decreto n.º 3.048/1999: "As regras de conversão de tempo
de atividade sob condições especiais em tempo de atividade comum constantes deste artigo,
aplicam-se ao trabalho prestado em qualquer período".
Inexiste, pois, limitação à conversão em comento quanto ao período laborado, seja ele anterior
à Lei n.º 6.887/1980 ou posterior a 1998, havendo o Colendo Superior Tribunal de Justiça, em
sede de recurso repetitivo, inclusive, firmado a compreensão de que se mantém "a
possibilidade de conversão do tempo de serviço exercido em atividades especiais para comum
após 1998, pois a partir da última reedição da MP n. 1.663, parcialmente convertida na Lei
9.711/1998, a norma tornou-se definitiva sem a parte do texto que revogava o referido § 5º do
art. 57 da Lei n. 8.213/1991". Ficou assentado, ademais, que o enquadramento da atividade
especial rege-se pela lei vigente ao tempo do labor, mas "a obtenção de benefício fica
submetida às regras da legislação em vigor na data do requerimento", ou seja, no momento em
que foram implementados os requisitos para a concessão da aposentadoria, como é o caso da
regra que define o fator de conversão a ser utilizado (REsp 1151363/MG, Terceira Seção, Rel.
Min. Jorge Mussi, DJe 05/04/2011).
Em sintonia com o aresto supracitado, a mesma Corte, ao analisar outro recurso submetido à
sistemática do artigo 543-C do Código de Processo Civil de 1973, decidiu que a "lei vigente por
ocasião da aposentadoria é a aplicável ao direito à conversão entre tempos de serviço especial
e comum, independentemente do regime jurídico à época da prestação do serviço", de modo
que a conversão do tempo de atividade comum em especial, para fins de aposentadoria
especial, é possível apenas no caso de o benefício haver sido requerido antes da entrada em
vigor da Lei n.º 9.032/95, que deu nova redação ao artigo 57, § 3º, da Lei n.º 8.213/91, exigindo
que todo o tempo de serviço seja especial (REsp 1310034/PR, Primeira Seção, Rel.Min.
Herman Benjamin, DJe 19/12/2012).
DA COMPROVAÇÃO DA ATIVIDADE ESPECIAL
No que tange à atividade especial, o § 1º do art. 70 do atual decreto regulamentar estabelece
que a sua caracterização e comprovação "obedecerá ao disposto na legislação em vigor na
época da prestação do serviço", como já preconizava a jurisprudência existente acerca da
matéria e restou sedimentado nos recursos repetitivos supracitados.
Dessa forma, até o advento da Lei n.º 9.032, de 28 de abril de 1995, para a configuração da
atividade especial, bastava o seu enquadramento nos Anexos dos Decretos n.ºs. 53.831/64 e
83.080/79, os quais foram validados pelos Decretos n.ºs. 357/91 e 611/92, possuindo, assim,
vigência concomitante.
Consoante entendimento consolidado de nossos tribunais, a relação de atividades consideradas
insalubres, perigosas ou penosas constantes em regulamento é meramente exemplificativa, não
exaustiva, sendo possível o reconhecimento da especialidade do trabalho executado mediante
comprovação nos autos. Nesse sentido, a Súmula 198 do extinto Tribunal Federal de Recursos:
"Atendidos os demais requisitos, é devida a aposentadoria especial se perícia judicial constata
que a atividade exercida pelo segurado é perigosa, insalubre ou penosa, mesmo não inscrita
em Regulamento".
A partir da referida Lei nº 9.032/95, que alterou o artigo 57, §§ 3º e 4º, da Lei n.º 8.213/91, não
mais se permite a presunção de insalubridade, tornando-se necessária a comprovação da
efetiva exposição a agentes prejudiciais à saúde ou integridade física do segurado e, ainda, de
que o tempo trabalhado em condições especiais seja permanente, não ocasional nem
intermitente.
A propósito: STJ, AgRg no AREsp 547559/RS, Segunda Turma, Relator Ministro Humberto
Martins, j. 23/09/2014, DJe 06/10/2014.
A comprovação podia ser realizada por meio de formulário específico emitido pela empresa ou
seu preposto - SB-40, DISES BE 5235, DSS 8030 ou DIRBEN 8030, atualmente, Perfil
Profissiográfico Previdenciário-PPP -, ou outros elementos de prova, independentemente da
existência de laudo técnico, com exceção dos agentes agressivos ruído e calor, os quais
sempre exigiram medição técnica.
Posteriormente, a Medida Provisória n.º 1.523/96, com início de vigência na data de sua
publicação, em 14/10/1996, convertida na Lei n.º 9.528/97 e regulamentada pelo Decreto n.º
2.172, de 05/03/97, acrescentou o § 1º ao artigo 58 da Lei n.º 8.213/91, determinando a
apresentação do aludido formulário"com base em laudo técnico de condições ambientais do
trabalho expedido por médico do trabalho ou engenheiro de segurança do trabalho". Portanto, a
partir da edição do Decreto n.º 2.172/97, que trouxe o rol dos agentes nocivos, passou-se a
exigir, além das informações constantes dos formulários, a apresentação do laudo técnico para
fins de demonstração da efetiva exposição aos referidos agentes.
Ademais, o INSS editou a Instrução Normativa INSS/PRES n.º 77, de 21/01/2015,
estabelecendo, em seu artigo 260, que: "Consideram-se formulários legalmente previstos para
reconhecimento de períodos alegados como especiais para fins de aposentadoria, os antigos
formulários em suas diversas denominações, sendo que, a partir de 1º de janeiro de 2004, o
formulário a que se refere o § 1º do art. 58 da Lei nº 8.213, de 1991, passou a ser o PPP".
À luz da legislação de regência e nos termos da citada Instrução Normativa, o PPP deve
apresentar, primordialmente, dois requisitos: assinatura do representante legal da empresa e
identificação dos responsáveis técnicos habilitados para as medições ambientais e/ou
biológicas.
Na atualidade, a jurisprudência tem admitido o PPP - perfil profissiográfico previdenciário como
substitutivo tanto do formulário como do laudo técnico, desde que devidamente preenchido.
A corroborar o entendimento esposado acima, colhe-se o seguinte precedente: STJ, AgRg no
REsp 1340380/CE, Rel. Ministro Og Fernandes, Segunda Turma, julgado em 23/09/2014, DJe
06/10/2014.
Esclareça-se, com relação ao Perfil Profissiográfico Previdenciário, que a indicação da
presença de Responsável pelos Registros Ambientais somente em data posterior à admissão
da parte autora na empresa, não torna o documento inválido para demonstrar a insalubridade
da atividade, conforme entendimento consagrado no âmbito desta Egrégia Turma.
Quanto ao uso de Equipamento de Proteção Individual - EPI, no julgamento do ARE n.º
664.335/SC, em que restou reconhecida a existência de repercussão geral do tema ventilado, o
Supremo Tribunal Federal, ao apreciar o mérito, decidiu que, se o aparelho "for realmente
capaz de neutralizar a nocividade não haverá respaldo constitucional à aposentadoria especial".
Destacou-se, ainda, que, havendo divergência ou dúvida sobre a sua real eficácia, "a premissa
a nortear a Administração e o Judiciário é pelo reconhecimento do direito ao benefício da
aposentadoria especial".
Especificamente em relação ao agente agressivo ruído, estabeleceu-se que, na hipótese de a
exposição ter se dado acima dos limites legais de tolerância, a declaração do empregador, no
âmbito do Perfil Profissiográfico Previdenciário - PPP, no sentido da eficácia do EPI, "não
descaracteriza o tempo de serviço especial para aposentadoria". Isso porque não há como
garantir, mesmo com o uso adequado do equipamento, a efetiva eliminação dos efeitos nocivos
causados por esse agente ao organismo do trabalhador, os quais não se restringem apenas à
perda auditiva.
Outrossim, como consignado no referido julgado, não há que se cogitar em concessão de
benefício sem a correspondente fonte de custeio, haja vista os termos dos §§ 6º e 7º do art. 57
da Lei n.º 8.213/91, com a redação dada pela Lei n.º 9.732/98:
"Art. 57. [...]
§ 6º O benefício previsto neste art. será financiado com os recursos provenientes da
contribuição de que trata o inciso II do art. 22 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, cujas
alíquotas serão acrescidas de doze, nove ou seis pontos percentuais, conforme a atividade
exercida pelo segurado a serviço da empresa permita a concessão de aposentadoria especial
após quinze, vinte ou vinte e cinco anos de contribuição, respectivamente.
§ 7º O acréscimo de que trata o parágrafo anterior incide exclusivamente sobre a remuneração
do segurado sujeito às condições especiais referidas nocaput.
[...]."
SITUAÇÃO DOS AUTOS.
Para comprovação do labor especial no lapso questionado, a parte autora juntou aos autos
cópia de sua CTPS Id 138735934 – p. 58 e o Perfil Profissiográfico Previdenciário Id 138735934
p. 25/27 e Id 138735935 p. 08/10.
No que tange ao interregno de 05/10/1992 a 17/12/2015, em que pese tenha sido apresentado
o PPP supracitado, verifica-se que o documento, em sua seção de registros ambientais, faz
menção genérica ao agente agressivo ruído, sem indicar o índice ao qual estava efetivamente
exposto o trabalhador. O documento aponta, ainda, exposição a adversidades climáticas
(chuva, Sol e frio), que não se encontram elencadas na legislação previdenciária. Assim,
impossível o reconhecimento do labor especial com base no PPP apresentado.
Além do que, a profissão do demandante de "Encarregado de Encanador" não perfila nos róis
dos Decretos nº 53.831/64 e 83.080/79, não sendo possível o enquadramento pela categoria
profissional.
Por oportuno, destaco que, conforme art. 373, inciso I, do Código de Processo Civil, constitui
ônus da parte autora demonstrar fato constitutivo de seu direito.
Note-se que, a comprovação dos períodos laborados em atividade especial, no caso dos autos,
deve ser feita por meio de apresentação de formulários próprios e/ou por laudos respectivos ao
seu exercício.
Observe-se que, diante da impossibilidade, constatada nos autos, de se obter os laudos junto à
ex-empregadora inativa, a parte autora foi devidamente intimada a especificar outras provas a
serem produzidas e deixou de indicar os locais ou empresas paradigmas, onde seriam
encontradas as mesmas características e condições do trabalho, a fim de viabilizar a prova
pericial.
Refuta-se, portanto, eventual alegação de cerceamento de defesa.
Logo, ausente nos autos documento apto a comprovar o alegado, a parte autora não faz jus ao
reconhecimento da especialidade do labor no lapso questionado.
Dessa forma, o segurado não faz jus à aposentadoria por tempo de contribuição, tendo em vista
que até 15/05/2017(DER – Id 138735935 - p. 31), comprova apenas 31 anos, 04 meses e 27
dias de trabalho, não preenchendo o tempo mínimo de contribuição de 35 anos. Não fazia jus à
aposentadoria proporcional porque não cumpria o pedágio.
Mantenho a sucumbência tal como fixada pela r. sentença.
Ante o exposto, NEGO PROVIMENTO AO APELO DA PARTE AUTORA.
É como voto.
E M E N T A
PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO. LABOR ESPECIAL
NÃO RECONHECIDO. NÃO PREENCHIDOS OS REQUISITOS PARA A CONCESSÃO DA
APOSENTADORIA.
- Para comprovação do labor especial no lapso questionado, a parte autora juntou aos autos
cópia de sua CTPS Id 138735934 – p. 58 e o Perfil Profissiográfico Previdenciário Id 138735934
p. 25/27 e Id 138735935 p. 08/10.
- No que tange ao interregno de 05/10/1992 a 17/12/2015, em que pese tenha sido apresentado
o PPP supracitado, verifica-se que o documento, em sua seção de registros ambientais, faz
menção genérica ao agente agressivo ruído, sem indicar o índice ao qual estava efetivamente
exposto o trabalhador. O documento aponta, ainda, exposição a adversidades climáticas
(chuva, Sol e frio), que não se encontram elencadas na legislação previdenciária. Assim,
impossível o reconhecimento do labor especial com base no PPP apresentado.
- Além do que, a profissão do demandante de "Encarregado de Encanador" não perfila nos róis
dos Decretos nº 53.831/64 e 83.080/79, não sendo possível o enquadramento pela categoria
profissional.
- Ausente nos autos documento apto a comprovar o alegado, a parte autora não faz jus ao
reconhecimento da especialidade do labor no lapso questionado.
- O segurado não faz jus à aposentadoria por tempo de contribuição, tendo em vista que até
15/05/2017(DER – Id 138735935 - p. 31), comprova apenas 31 anos, 04 meses e 27 dias de
trabalho, não preenchendo o tempo mínimo de contribuição de 35 anos. Não fazia jus à
aposentadoria proporcional porque não cumpria o pedágio.
- Apelação da parte autora improvida. ACÓRDÃO
Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, a Nona Turma, por
unanimidade, decidiu negar provimento ao apelo, nos termos do relatório e voto que ficam
fazendo parte integrante do presente julgado.
Resumo Estruturado
VIDE EMENTA
