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PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA OU APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. NÃO CONSTATADA A INCAPACIDADE LABORATIVA PARA A ATIVIDADE HABITUAL. APELAÇÃO DA PARTE AUTOR...

Data da publicação: 12/07/2020, 00:19:59

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA OU APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. NÃO CONSTATADA A INCAPACIDADE LABORATIVA PARA A ATIVIDADE HABITUAL. APELAÇÃO DA PARTE AUTORA DESPROVIDA. SENTENÇA MANTIDA. - Nos termos do art. 42, § 1º, da Lei nº 8.213/91, a verificação da condição de incapacidade ao trabalho, para efeito de obtenção de aposentadoria por invalidez ou auxílio-doença, deve ocorrer, necessariamente, por meio de perícia médica, sendo, portanto, desnecessária a realização de prova testemunhal, não havendo se falar em anulação da Sentença para produção dessa prova. - O laudo pericial médico (fls. 149/152) afirma que o autor, de 55 anos de idade, escolaridade 2º grau completo, apresenta quadro clínico de cardiopatia isquêmica com início em dezembro de 2011. Conclui o jurisperito, que considerando as funções já exercidas pela parte autora, por exemplo, técnico eletrônico e controlador de acesso, que não exigem esforço físico intenso, não há incapacidade para o trabalho habitual, porém, há restrições para trabalhos que exijam esforço físico, devendo evitá-los a partir do início da patologia. - O exame físico-clínico é soberano, e os exames complementares somente têm valor quando se correlacionam com os dados clínicos, o que não se mostrou presente no exame clínico realizado na parte autora. - O laudo pericial, portanto - documento relevante para a análise percuciente de eventual incapacidade -, foi peremptório acerca da aptidão para o labor habitual. - Embora o laudo pericial não vincule o Juiz, forçoso reconhecer que, em matéria de benefício previdenciário por incapacidade, a prova pericial assume grande relevância na decisão. Nesse contexto, se verifica que a profissão de frentista, exercida por menos de 05 meses, não pode ser considerada como atividade habitual do autor, na medida em que ao longo de sua vida profissional está qualificado para o exercício de outras atividades também, conforme consta de sua carteira profissional e do CNIS, inclusive, na função de porteiro e vendedor de comércio. - O conjunto probatório analisado em harmonia com o princípio do livre convencimento motivado, conduz o órgão julgador à conclusão de inexistência de incapacidade laborativa atual da parte autora para a sua atividade habitual. Por conseguinte, não prospera o pleito de auxílio-doença e/ou aposentadoria por invalidez. - Negado provimento à Apelação da parte autora. Sentença mantida. (TRF 3ª Região, SÉTIMA TURMA, Ap - APELAÇÃO CÍVEL - 2165402 - 0019722-15.2016.4.03.9999, Rel. DESEMBARGADOR FEDERAL FAUSTO DE SANCTIS, julgado em 10/10/2016, e-DJF3 Judicial 1 DATA:19/10/2016 )


Diário Eletrônico

PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 3ª REGIÃO

D.E.

Publicado em 20/10/2016
APELAÇÃO CÍVEL Nº 0019722-15.2016.4.03.9999/SP
2016.03.99.019722-5/SP
RELATOR:Desembargador Federal FAUSTO DE SANCTIS
APELANTE:AMADEU DE SOUZA LIMA JUNIOR
ADVOGADO:SP141924 PAULO HENRIQUE VIEIRA BORGES
APELADO(A):Instituto Nacional do Seguro Social - INSS
PROCURADOR:SP219438 JULIO CESAR MOREIRA
ADVOGADO:SP000030 HERMES ARRAIS ALENCAR
No. ORIG.:00056579620148260400 3 Vr OLIMPIA/SP

EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA OU APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. NÃO CONSTATADA A INCAPACIDADE LABORATIVA PARA A ATIVIDADE HABITUAL. APELAÇÃO DA PARTE AUTORA DESPROVIDA. SENTENÇA MANTIDA.
- Nos termos do art. 42, § 1º, da Lei nº 8.213/91, a verificação da condição de incapacidade ao trabalho, para efeito de obtenção de aposentadoria por invalidez ou auxílio-doença, deve ocorrer, necessariamente, por meio de perícia médica, sendo, portanto, desnecessária a realização de prova testemunhal, não havendo se falar em anulação da Sentença para produção dessa prova.
- O laudo pericial médico (fls. 149/152) afirma que o autor, de 55 anos de idade, escolaridade 2º grau completo, apresenta quadro clínico de cardiopatia isquêmica com início em dezembro de 2011. Conclui o jurisperito, que considerando as funções já exercidas pela parte autora, por exemplo, técnico eletrônico e controlador de acesso, que não exigem esforço físico intenso, não há incapacidade para o trabalho habitual, porém, há restrições para trabalhos que exijam esforço físico, devendo evitá-los a partir do início da patologia.
- O exame físico-clínico é soberano, e os exames complementares somente têm valor quando se correlacionam com os dados clínicos, o que não se mostrou presente no exame clínico realizado na parte autora.
- O laudo pericial, portanto - documento relevante para a análise percuciente de eventual incapacidade -, foi peremptório acerca da aptidão para o labor habitual.
- Embora o laudo pericial não vincule o Juiz, forçoso reconhecer que, em matéria de benefício previdenciário por incapacidade, a prova pericial assume grande relevância na decisão. Nesse contexto, se verifica que a profissão de frentista, exercida por menos de 05 meses, não pode ser considerada como atividade habitual do autor, na medida em que ao longo de sua vida profissional está qualificado para o exercício de outras atividades também, conforme consta de sua carteira profissional e do CNIS, inclusive, na função de porteiro e vendedor de comércio.
- O conjunto probatório analisado em harmonia com o princípio do livre convencimento motivado, conduz o órgão julgador à conclusão de inexistência de incapacidade laborativa atual da parte autora para a sua atividade habitual. Por conseguinte, não prospera o pleito de auxílio-doença e/ou aposentadoria por invalidez.
- Negado provimento à Apelação da parte autora. Sentença mantida.


ACÓRDÃO

Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, decide a Egrégia Sétima Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, por unanimidade, negar provimento à Apelação da parte autora, nos termos do relatório e voto que ficam fazendo parte integrante do presente julgado.


São Paulo, 10 de outubro de 2016.
Fausto De Sanctis
Desembargador Federal


Documento eletrônico assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que instituiu a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, por:
Signatário (a): FAUSTO MARTIN DE SANCTIS:66
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Data e Hora: 11/10/2016 18:37:34



APELAÇÃO CÍVEL Nº 0019722-15.2016.4.03.9999/SP
2016.03.99.019722-5/SP
RELATOR:Desembargador Federal FAUSTO DE SANCTIS
APELANTE:AMADEU DE SOUZA LIMA JUNIOR
ADVOGADO:SP141924 PAULO HENRIQUE VIEIRA BORGES
APELADO(A):Instituto Nacional do Seguro Social - INSS
PROCURADOR:SP219438 JULIO CESAR MOREIRA
ADVOGADO:SP000030 HERMES ARRAIS ALENCAR
No. ORIG.:00056579620148260400 3 Vr OLIMPIA/SP

RELATÓRIO

O Senhor Desembargador Federal Fausto De Sanctis:

Trata-se de Apelação interposta por AMADEU DE SOUZA LIMA JUNIOR em face da r. Sentença que julgou improcedente o pedido de concessão auxílio-doença e transformação em aposentadoria por invalidez, devendo arcar com o pagamento de eventuais custas e despesas processuais, bem como honorários advocatícios fixados em R$ 600,00, cuja exigibilidade fica suspensa.

A parte autora pugna pela reforma da Sentença para lhe ser concedida a aposentadoria por invalidez ou auxílio-doença, em razão da incapacidade para atividades que exijam esforços físicos ou anular a Decisão recorrida, a fim de que seja produzida prova testemunhal, com o objetivo de provar a atividade braçal, que exige esforços físicos, exercida pela recorrente nos últimos anos.

É o relatório.

VOTO

O Senhor Desembargador Federal Fausto De Sanctis:

Inicialmente, nos termos do art. 42, § 1º, da Lei nº 8.213/91, a verificação da condição de incapacidade ao trabalho, para efeito de obtenção de aposentadoria por invalidez ou auxílio-doença, deve ocorrer, necessariamente, por meio de perícia médica, sendo, portanto, desnecessária a realização de prova testemunhal, não havendo-se falar em anulação da Sentença para produção dessa prova.

Passo ao mérito.

Cumpre, primeiramente, apresentar o embasamento legal relativo aos benefícios previdenciários concedidos em decorrência de incapacidade para o trabalho.

Nos casos em que está configurada uma incapacidade laboral de índole total e permanente, o segurado faz jus à percepção da aposentadoria por invalidez. Trata-se de benefício previsto nos artigos 42 a 47, todos da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991. Além da incapacidade plena e definitiva, os dispositivos em questão exigem o cumprimento de outros requisitos, quais sejam: a) cumprimento da carência mínima de doze meses para obtenção do benefício, à exceção das hipóteses previstas no artigo 151 da lei em epígrafe; b) qualidade de segurado da Previdência Social à época do início da incapacidade ou, então, a demonstração de que deixou de contribuir ao RGPS em decorrência dos problemas de saúde que o incapacitaram.

É possível, outrossim, que a incapacidade verificada seja de índole temporária e/ou parcial, hipóteses em que descabe a concessão da aposentadoria por invalidez, mas permite seja o autor beneficiado com o auxílio-doença (artigos 59 a 62, todos da Lei nº 8.213/1991). A fruição do benefício em questão perdurará enquanto se mantiver referido quadro incapacitante ou até que o segurado seja reabilitado para exercer outra atividade profissional.

Assim, passo a analisar a questão da incapacidade laborativa no caso concreto.

O laudo pericial médico (fls. 149/152) afirma que o autor, de 55 anos de idade, escolaridade 2º grau completo, apresenta quadro clínico de cardiopatia isquêmica com início em dezembro de 2011. Conclui o jurisperito, que considerando as funções já exercidas pela parte autora, por exemplo, técnico eletrônico e controlador de acesso, que não exigem esforço físico intenso, não há incapacidade para o trabalho habitual, porém, há restrições para trabalhos que exijam esforço físico, devendo evitá-los a partir do início da patologia.

Vale lembrar que o exame físico-clínico é soberano, e que os exames complementares somente têm valor quando se correlacionam com os dados clínicos, o que não se mostrou presente no exame clínico realizado na parte autora.

O laudo pericial, portanto - documento relevante para a análise percuciente de eventual incapacidade -, foi peremptório acerca da aptidão para o labor habitual.

Cumpre destacar que, embora o laudo pericial não vincule o Juiz, forçoso reconhecer que, em matéria de benefício previdenciário por incapacidade, a prova pericial assume grande relevância na decisão. Nesse contexto, se verifica que a profissão de frentista, exercida por menos de 05 meses, não pode ser considerada como atividade habitual do autor, na medida em que ao longo de sua vida profissional está qualificado para o exercício de outras atividades também, conforme consta de sua carteira profissional e do CNIS em seu nome (fls. 27/32 e fls. 166/167), inclusive, na função de porteiro e vendedor de comércio.

O conjunto probatório que instrui estes autos, analisado em harmonia com o princípio do livre convencimento motivado, conduz o órgão julgador à conclusão de inexistência de incapacidade laborativa atual da parte autora para a sua atividade habitual. Por conseguinte, não prospera o pleito de auxílio-doença e/ou aposentadoria por invalidez, deduzido nestes autos.

Nesse sentido é a orientação desta Eg. Corte:

"PREVIDÊNCIA SOCIAL. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ OU AUXÍLIO-DOENÇA.AUSÊNCIAE INCAPACIDADE PARA ATIVIDADE HABITUAL. IMPROCEDÊNCIA.ANÁLISE DA QUESTÃO DA MULTA DIÁRIA PREJUDICADA. TUTELA ANTECIPADA REVOGADA.

I - Sentença proferida antes da vigência do Código de Processo Civil instituído pela Lei 13.105/2015. Tratando-se de sentença ilíquida, está sujeita ao reexame necessário, nos termos do entendimento firmado pelo STJ no julgamento do REsp 1.101.727, publicado no DJ em 03.12.2009.

II - Para a concessão da aposentadoria por invalidez é necessário comprovar a condição de segurado (a), o cumprimento de carência, salvo quando dispensada, e a incapacidade total e permanente para o trabalho. O auxílio-doença tem os mesmos requisitos, ressalvando-se a incapacidade, que deve ser total e temporária para a atividade habitualmente exercida.

III - Não constatada pela perícia médica incapacidade para a atividade habitual do (a) autor(a).

IV - Diante da improcedência do pedido, a apreciação da questão relativa ao valor da multa diária e prazo para implantação da tutela antecipada restou prejudicada.

V- Remessa oficial, tida por interposta, e apelação do INSS providas. Tutela antecipada revogada." (g.n.)

(AC 00110606220164039999, Relatora DESEMBARGADORA FEDERAL MARISA SANTOS, NONA TURMA, Data da Decisão: 30/05/2016, v.u., Data da Publicação: e-DJF3 Judicial 1 DATA: 13/06/2016)

Ante o exposto, nego provimento à Apelação da parte autora, nos termos da fundamentação.

É o voto.

Fausto De Sanctis
Desembargador Federal


Documento eletrônico assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que instituiu a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, por:
Signatário (a): FAUSTO MARTIN DE SANCTIS:66
Nº de Série do Certificado: 62312D6500C7A72E
Data e Hora: 11/10/2016 18:37:37



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