Teste grátis agora!
VoltarHome/Jurisprudência Previdenciária

DIREITO PRIVADO. EMPRÉSTIMO CONSIGNADO FRAUDULENTO. REGULARIZAÇÃO ANTES DO PRONUNCIAMENTO DO JUDICIÁRIO. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. DESCABIMENTO. TRF3. 00...

Data da publicação: 30/12/2020, 07:00:56

E M E N T A DIREITO PRIVADO. EMPRÉSTIMO CONSIGNADO FRAUDULENTO. REGULARIZAÇÃO ANTES DO PRONUNCIAMENTO DO JUDICIÁRIO. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. DESCABIMENTO. - Orientação jurisprudencial construída para a hipótese que é de cabimento de indenização por danos morais não pelo mero aborrecimento mas pelos desdobramentos quando expressivos para interferir intensamente no estado psicológico da pessoa. - Recurso desprovido. (TRF 3ª Região, 2ª Turma, ApCiv - APELAÇÃO CÍVEL, 0010071-69.2014.4.03.6105, Rel. Desembargador Federal OTAVIO PEIXOTO JUNIOR, julgado em 16/12/2020, e - DJF3 Judicial 1 DATA: 22/12/2020)


Diário Eletrônico

PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 3ª REGIÃO

APELAÇÃO CÍVEL (198) Nº 0010071-69.2014.4.03.6105

RELATOR: Gab. 04 - DES. FED. PEIXOTO JUNIOR

APELANTE: GERALDO FALCHI TRINCA FILHO

Advogado do(a) APELANTE: SINARA CRISTINA DA COSTA - SP233399

APELADO: CAIXA ECONÔMICA FEDERAL, INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

Advogado do(a) APELADO: ANA LUIZA ZANINI MACIEL - SP206542-A
Advogado do(a) APELADO: FELIPE TOJEIRO - SP232477-N

OUTROS PARTICIPANTES:

 


APELAÇÃO CÍVEL (198) Nº 0010071-69.2014.4.03.6105

RELATOR: Gab. 04 - DES. FED. PEIXOTO JUNIOR

APELANTE: GERALDO FALCHI TRINCA FILHO

Advogado do(a) APELANTE: SINARA CRISTINA DA COSTA - SP233399

APELADO: CAIXA ECONÔMICA FEDERAL, INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

Advogado do(a) APELADO: ANA LUIZA ZANINI MACIEL - SP206542-A
Advogado do(a) APELADO: FELIPE TOJEIRO - SP232477-N

OUTROS PARTICIPANTES:

 

 

 

 

 

R E L A T Ó R I O

Trata-se de ação em que postula a parte autora a condenação das rés em indenização por danos morais.

 

Foi proferida sentença (fls. 128-131) nos seguintes termos:

 

Em face do exposto, rejeito os pedidos formulados pelo autor, razão pela qual julgo extinto o feito com julgamento de mérito, a teor do art. 269, inciso 1, do Código de Processo Civil.

 

Opostos embargos de declaração pelo autor, foram rejeitados (fl. 138).

 

Apela a parte autora sustentando o direito alegado e postulando a reforma da sentença.

 

Com contrarrazões, subiram os autos.

 

É o relatório.

 

 

 


APELAÇÃO CÍVEL (198) Nº 0010071-69.2014.4.03.6105

RELATOR: Gab. 04 - DES. FED. PEIXOTO JUNIOR

APELANTE: GERALDO FALCHI TRINCA FILHO

Advogado do(a) APELANTE: SINARA CRISTINA DA COSTA - SP233399

APELADO: CAIXA ECONÔMICA FEDERAL, INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

Advogado do(a) APELADO: ANA LUIZA ZANINI MACIEL - SP206542-A
Advogado do(a) APELADO: FELIPE TOJEIRO - SP232477-N

OUTROS PARTICIPANTES:

 

 

 

V O T O

 

Narra a parte autora na inicial que houve alteração fraudulenta do seu domicílio bancário de recebimento de benefício previdenciário de aposentadoria por tempo de contribuição, assim como realização de empréstimo consignado fraudulento a ser descontado de seu benefício.

 

Compulsados os autos, verifica-se que restou incontroversa a fraude descrita na exordial.

 

Ocorre que, tão logo comunicadas do ilícito praticado por terceiro, as rés realizaram as providências administrativas necessárias à resolução da questão, sendo regularizada a agência de recebimento do benefício previdenciário e excluído o empréstimo no mesmo dia da reclamação administrativa, sem que qualquer desconto indevido tenha ocorrido.

 

Neste quadro, tem-se que tanto a autarquia previdenciária quanto a instituição financeira atuaram com a devida diligência no intuito de minorar os efeitos do ilícito, sem necessidade de pronunciamento do Judiciário, destarte não restando configurado o alegado dano moral.

 

Anote-se que todo o ocorrido pode ser traduzido como mero dissabor, sendo cabível indenização não pelo mero aborrecimento mas pelos desdobramentos quando expressivos para interferir intensamente no estado psicológico da pessoa. Registre-se neste ponto a jurisprudência do E. Superior Tribunal de Justiça que decidiu que "o aborrecimento, sem consequências graves, por ser inerente à vida em sociedade - notadamente para quem escolheu viver em grandes centros urbanos -, é insuficiente à caracterização do abalo, tendo em vista que este depende da constatação, por meio de exame objetivo e prudente arbítrio do magistrado, da real lesão à personalidade daquele que se diz ofendido. Como leciona a melhor doutrina, só se deve reputar como dano moral a dor, o vexame, o sofrimento ou mesmo a humilhação que, fugindo à normalidade, interfira intensamente no comportamento psicológico do indivíduo, chegando a causar-lhe aflição, angústia e desequilíbrio em seu bem-estar. Precedentes." (AgRg no REsp 1269246/RS, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 20/05/2014, DJe 27/05/2014).

 

Diante do exposto, nego provimento ao recurso.

 

É o voto.

 

 

 

 

 

 

 

 

 



E M E N T A

 

DIREITO PRIVADO. EMPRÉSTIMO CONSIGNADO FRAUDULENTO. REGULARIZAÇÃO ANTES DO PRONUNCIAMENTO DO JUDICIÁRIO. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. DESCABIMENTO.

- Orientação jurisprudencial construída para a hipótese que é de cabimento de indenização por danos morais não pelo mero aborrecimento mas pelos desdobramentos quando expressivos para interferir intensamente no estado psicológico da pessoa.

- Recurso desprovido.


 


 

ACÓRDÃO


Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, a Segunda Turma decidiu, por unanimidade, negar provimento à apelação, nos termos do relatório e voto que ficam fazendo parte integrante do presente julgado.

O Prev já ajudou mais de 140 mil advogados em todo o Brasil.Faça cálculos ilimitados e utilize quantas petições quiser!

Teste grátis agora!