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PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. APOSENTADORIA ESPECIAL. RECONHECIMENTO DE ATIVIDADE ESPECIAL. PPP. AGENTES BIOLÓGICOS. HABITUALIDADE E PERMANÊNCIA DA EXPO...

Data da publicação: 09/08/2024, 03:45:03

PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. APOSENTADORIA ESPECIAL. RECONHECIMENTO DE ATIVIDADE ESPECIAL. PPP. AGENTES BIOLÓGICOS. HABITUALIDADE E PERMANÊNCIA DA EXPOSIÇÃO A AGENTES NOCIVOS. NECESSIDADE DE INDICAÇÃO DO RESPONSÁVEL TÉCNICO PELOS REGISTROS AMBIENTAIS PARA A TOTALIDADE DOS PERÍODOS INFORMADOS. TEMA 208 DA TNU. INTERESSE DE AGIR. TUTELA REVOGADA. (TRF 3ª Região, 9ª Turma Recursal da Seção Judiciária de São Paulo, RecInoCiv - RECURSO INOMINADO CÍVEL - 0001758-38.2018.4.03.6313, Rel. Juiz Federal MARISA REGINA DE SOUZA AMOROSOQUEDINHO, julgado em 20/09/2021, DJEN DATA: 23/09/2021)



Processo
RecInoCiv - RECURSO INOMINADO CÍVEL / SP

0001758-38.2018.4.03.6313

Relator(a)

Juiz Federal MARISA REGINA DE SOUZA AMOROSOQUEDINHO

Órgão Julgador
9ª Turma Recursal da Seção Judiciária de São Paulo

Data do Julgamento
20/09/2021

Data da Publicação/Fonte
DJEN DATA: 23/09/2021

Ementa


EMENTA: PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. APOSENTADORIA ESPECIAL.
RECONHECIMENTO DE ATIVIDADE ESPECIAL. PPP. AGENTES BIOLÓGICOS.
HABITUALIDADE E PERMANÊNCIA DA EXPOSIÇÃO A AGENTES NOCIVOS. NECESSIDADE
DE INDICAÇÃO DO RESPONSÁVEL TÉCNICO PELOS REGISTROS AMBIENTAIS PARA A
TOTALIDADE DOS PERÍODOS INFORMADOS. TEMA 208 DA TNU. INTERESSE DE AGIR.
TUTELA REVOGADA.

Acórdao

PODER JUDICIÁRIOTurmas Recursais dos Juizados Especiais Federais Seção Judiciária de
São Paulo
9ª Turma Recursal da Seção Judiciária de São Paulo

RECURSO INOMINADO CÍVEL (460) Nº0001758-38.2018.4.03.6313
RELATOR:26º Juiz Federal da 9ª TR SP
RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS


RECORRIDO: DAGMAR DE MELLO

Jurisprudência/TRF3 - Acórdãos

Advogado do(a) RECORRIDO: LEIDICEIA CRISTINA GALVAO DA SILVA GOMES -
SP209917-A

OUTROS PARTICIPANTES:





Pedido de reconhecimento de tempo de serviço especial, para fins de concessão de
aposentadoria especial.
Foi proferida sentença de procedência, “para reconhecer o período laborado sob condição
prejudicial à saúde ou à integridade física laborado na empregadora “Governo do Estado de
São Paulo – Secretaria de Estado da Saúde – NAOR – Caraguatatuba/SP”, no período de
26/08/1991 a 12/12/2017 (DER), no setor Sub-Frota, no cargo de Oficial Operacional e
exercendo a função de motorista, sendo apurado o tempo de 25 (cinte e cinco) anos, 08 (oito)
meses e 18 (dezoito) dias, com 310 contribuições e conceder a aposentadoria especial (espécie
46)”.
Em suas razões recursais, requer o INSS seja conhecido e provido o presente recurso, para
reformar a sentença, julgando totalmente improcedente o pedido deduzido na petição inicial, ao
argumento de que, no caso concreto, não houve exposição habitual e permanente não
ocasional nem intermitente a agente biológico. Sustenta que “Os registros somente foram feitos
a partir de 2008, sem observância da técnica correta ("qualitativa", o que significa que foi feita
de modo pontual) e somente teria alguma validade se fosse comprovado que o Autor dirigiu
exatamente o mesmo veículo de 26/08/1991 a 12/12/2017.”. Por fim, alega que, “ainda que
mantida a sentença, mister se faz seja decotado o período de 25/10/2015 24/05/2016, em que o
Autor esteve em gozo de auxílio-doença”.
É o relatório. Decido.



Nos termos da jurisprudência pacífica do STJ, até o advento da Lei 9.032/1995 é possível o
reconhecimento do tempo de serviçoespecialem face do enquadramento na categoria
profissional do trabalhador. A partir dessa lei, há necessidade de que a atividade tenha sido
exercida com efetiva exposição a agentes nocivos, e a comprovação se dá por meio
dosformuláriosSB-40 e DSS-8030, expedidos pelo INSS e preenchidos pelo empregador,
situação modificada com a Lei 9.528/1997, que passou a exigirlaudotécnico (STJ, AGARESP
843355, Relator: HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, DJE DATA: 27/05/2016).
A Turma Nacional de Uniformização (TNU), em recente julgamento dos embargos de
declaração opostos nos autos do PEDILEF 0500940-26.2017.4.05.8312/PE (Tema 208), firmou
a seguinte tese jurídica:
“1. Para a validade do Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP) como prova do tempo

trabalhado em condições especiais nos períodos em que há exigência de preenchimento do
formulário com base em Laudo Técnico das Condições Ambientais de Trabalho (LTCAT), é
necessária a indicação do responsável técnico pelos registros ambientais para a totalidade dos
períodos informados, sendo dispensada a informação sobre monitoração biológica.
2. A ausência total ou parcial da indicação no PPP pode ser suprida pela apresentação de
LTCAT ou por elementos técnicos equivalentes, cujas informações podem ser estendidas para
período anterior ou posterior à sua elaboração, desde que acompanhados da declaração do
empregador ou comprovada por outro meio a inexistência de alteração no ambiente de trabalho
ou em sua organização ao longo do tempo. Tese com redação alterada em sede de embargos
de declaração.”
No caso em exame, em relação ao alegado período de atividade especial de 26/08/1991 a
12/12/2017 (DER), depreende-se do PPP de fls. 20/21 do evento 18 que há responsável técnico
pelos registros ambientais apenas a partir de 28/09/2006. Informa, ainda, o referido PPP que o
autor laborou com exposição habitual e permanente aos seguintes agentes nocivos biológicos:
bacilos; bactérias; fungos; parasitas; príons; protozoários; e vírus.
Nessa contextura, reconheço a especialidade da atividade exercida pelo autor tão só de
28/09/2006 (data do primeiro registro ambiental) a 12/03/2018 (data de emissão do PPP), lapso
temporal que é insuficiente para a concessão do benefício de aposentadoria especial vindicada,
por exigir 25 (vinte e cinco) anos de tempo de atividade exercida sob condições especiais.
Destaco, por fim, que a sentença recorrida não considerou, para fins de tempo de serviço
especial e carência, o intervalo de 25/10/2015 a 24/05/2016, quando o autor esteve em gozo de
auxílio-doença. Desse modo, no particular, não é possível concluir pela necessidade e utilidade
do presente recurso, em vista da ausência de algum proveito do ponto de vista prático na
alteração da sentença hostilizada.
Ante o exposto, CONHEÇO PARCIALMENTE do recurso do INSS e, nessa parte, DOU-LHE
PROVIMENTO EM PARTE, para, reconhecendo o exercício de atividade especial pelo autor tão
só de 28/09/2006 (data do primeiro registro ambiental) a 12/03/2018 (data de emissão do PPP),
julgar IMPROCEDENTE o pedido de concessão do benefício de aposentadoria especial, nos
termos da fundamentação supra.
Revogo a antecipação da tutela concedida na instância originária. Oficie-se ao INSS com
urgência.
Quanto à questão atinente à devolução de valores recebidos por força de antecipação dos
efeitos da tutela, determino o sobrestamento deste processo, no aguardo da fixação pela
jurisprudência dos Tribunais Superiores, para que a tutela jurisdicional seja dotada de
efetividade e igualdade, conforme decisão do STJ proferida em Questão de Ordem nos
Recursos Especiais 1.734.627/SP, 1.734.641/SP, 1.734.647/SP, 1.734.656/SP, 1.734.685/SP e
1.734.698/SP, em sessão realizada aos 14 de novembro de 2018.
Sem condenação em honorários, face ao disposto no artigo 55, da Lei nº 9.099/1995.
EMENTA: PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. APOSENTADORIA ESPECIAL.
RECONHECIMENTO DE ATIVIDADE ESPECIAL. PPP. AGENTES BIOLÓGICOS.
HABITUALIDADE E PERMANÊNCIA DA EXPOSIÇÃO A AGENTES NOCIVOS.
NECESSIDADE DE INDICAÇÃO DO RESPONSÁVEL TÉCNICO PELOS REGISTROS

AMBIENTAIS PARA A TOTALIDADE DOS PERÍODOS INFORMADOS. TEMA 208 DA TNU.
INTERESSE DE AGIR. TUTELA REVOGADA. ACÓRDÃO
Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, Vistos, relatados e
discutidos estes autos eletrônicos, em que são partes as acima indicadas, decide a Nona Turma
Recursal do Juizado Especial Federal da Terceira Região - Seção Judiciária de São Paulo, por
maioria, conhecer parcialmente do recurso do INSS e, nessa parte, dar-lhe provimento em
parte, nos termos do voto da Juíza Federal Relatora. Vencida a Juíza Federal Alessandra de
Medeiros Nogueira Reis, que vota para converter o julgamento em diligência, a fim de
complementar o PPP apresentado. Participaram do julgamento os Excelentíssimos Juízes
Federais Marisa Regina Amoroso Quedinho Cassettari, Alessandra de Medeiros Nogueira Reis
e Danilo Almasi Vieira Santos., nos termos do relatório e voto que ficam fazendo parte
integrante do presente julgado.


Resumo Estruturado

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