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PREVIDENCIÁRIO. IDENTIDADE DAS PARTES, PEDIDO E CAUSA DE PEDIR. COISA JULGADA. OCORRÊNCIA. TRF3. 5030725-08.2018.4.03.9999...

Data da publicação: 17/07/2020, 07:35:47

E M E N T A PREVIDENCIÁRIO. IDENTIDADE DAS PARTES, PEDIDO E CAUSA DE PEDIR. COISA JULGADA. OCORRÊNCIA. I- Nos termos do art. 502 e art. 337, §1º, §2º e §4º, ambos do CPC/15, ocorre coisa julgada material quando se reproduz ação idêntica à outra - mesmas partes, pedido e causa de pedir - já decidida por sentença de mérito não mais sujeita a recurso. II- Dessa forma, considerando haver identidade de partes, de pedido, e causa de pedir, está caracterizada a ocorrência de coisa julgada. III- Apelação da parte autora improvida. (TRF 3ª Região, 8ª Turma, ApCiv - APELAÇÃO CÍVEL - 5030725-08.2018.4.03.9999, Rel. Desembargador Federal NEWTON DE LUCCA, julgado em 21/03/2019, e - DJF3 Judicial 1 DATA: 26/03/2019)



Processo
ApCiv - APELAÇÃO CÍVEL / SP

5030725-08.2018.4.03.9999

Relator(a)

Desembargador Federal NEWTON DE LUCCA

Órgão Julgador
8ª Turma

Data do Julgamento
21/03/2019

Data da Publicação/Fonte
e - DJF3 Judicial 1 DATA: 26/03/2019

Ementa


E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. IDENTIDADE DAS PARTES, PEDIDO E CAUSA DE PEDIR. COISA
JULGADA. OCORRÊNCIA.
I- Nos termos do art. 502 e art. 337, §1º, §2º e §4º, ambos do CPC/15, ocorre coisa julgada
material quando se reproduz ação idêntica à outra - mesmas partes, pedido e causa de pedir - já
decidida por sentença de mérito não mais sujeita a recurso.
II- Dessa forma, considerando haver identidade de partes, de pedido, e causa de pedir, está
caracterizada a ocorrência de coisa julgada.
III- Apelação da parte autora improvida.

Acórdao



APELAÇÃO CÍVEL (198) Nº 5030725-08.2018.4.03.9999
RELATOR: Gab. 26 - DES. FED. NEWTON DE LUCCA
APELANTE: IVANI MARQUES

Advogado do(a) APELANTE: AIRTON CEZAR RIBEIRO - SP157178-N

Jurisprudência/TRF3 - Acórdãos

APELADO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS










APELAÇÃO (198) Nº 5030725-08.2018.4.03.9999
RELATOR: Gab. 26 - DES. FED. NEWTON DE LUCCA
APELANTE: IVANI MARQUES
Advogado do(a) APELANTE: AIRTON CEZAR RIBEIRO - SP157178-N
APELADO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

OUTROS PARTICIPANTES:





R E L A T Ó R I O


O SENHOR DESEMBARGADOR FEDERAL NEWTON DE LUCCA (RELATOR): Trata-se de
ação ajuizada em face do INSS - Instituto Nacional do Seguro Social, visando à concessão de
aposentadoria por invalidez ou auxílio doença de trabalhadora rural.
O Juízo a quo deferiu à parte autora os benefícios da assistência judiciária gratuita e julgou
extinto o processo sem resolução do mérito, com fulcro no art. 485, inc. V, do CPC, reconhecendo
a coisa julgada. Condenou a parte autora em litigância de má fé e em honorários advocatícios
arbitrados em R$800,00.
Inconformada, apelou a parte autora, alegando em síntese:
a) Preliminarmente:
- a não ocorrência da coisa julgada.
b) No mérito:
- o preenchimento dos requisitos legais para a concessão do benefício.
Sem contrarrazões, subiram os autos a esta E. Corte.
É o breve relatório.













APELAÇÃO (198) Nº 5030725-08.2018.4.03.9999
RELATOR: Gab. 26 - DES. FED. NEWTON DE LUCCA
APELANTE: IVANI MARQUES
Advogado do(a) APELANTE: AIRTON CEZAR RIBEIRO - SP157178-N
APELADO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

OUTROS PARTICIPANTES:





V O T O





O SENHOR DESEMBARGADOR FEDERAL NEWTON DE LUCCA (RELATOR): Inicialmente,
cumpre ressaltar que, nos termos do art. 502 e art. 337, §1º, §2º e §4º, ambos do CPC/15, ocorre
coisa julgada material quando se reproduz ação idêntica à outra - mesmas partes, pedido e causa
de pedir - já decidida por sentença de mérito não mais sujeita a recurso.
Compulsando os autos, verifica-se a ocorrência da coisa julgada com o feito nº 0021004-
98.2010.4.03.9999.
Como bem asseverou o MM. Juiz a quo: “Com efeito, observa-se que a presente ação reproduziu,
na íntegra, duas demandas ajuizadas perante esta mesma vara e comarca nos anos de 2010 e
2015 - tudo conforme documentos juntados pelo réu a fls. 56/65. Pois bem. A despeito de toda a
argumentação da autora no sentido de que a coisa julgada no direito previdenciário deve ser
relativizada, invocando inclusive o art. 505, I do CPC, impossível não se reconhecer que se trata
de ação idêntica, possuindo as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido; bem
como que não incide ao caso a norma em questão, senão vejamos. O fundamento da
improcedência do pedido na ação anterior foi justamente a ausência de qualidade de segurada –
situação esta que se manteve idêntica no presente feito. Não há que se falar em "provas novas" a
demonstrar o direito da autora. Novamente a autora se apoia exclusivamente em provas
testemunhais – o que já restou afastado pelo E. TR3ª Região (fls. 65), sendo que a prova material
é a mesma de antes. Nada mais. Assim, inequívoco que toda a documentação restante e prova
oral produzida se deram de maneira similar (quiçá idêntica) àquela outra ação que teve como
resultado a improcedência do pedido. Inadmissível que a parte simplesmente reproduza a mesma
ação anteriormente decidida insistindo em tese de relativização da coisa julgada e sequer aponte
tal circunstância na inicial, vindo a mencioná-la apenas em sede de réplica. De rigor, portanto, o
reconhecimento da coisa julgada – novamente! É caso de litigância de má-fé, nos exatos termos
do art. 80, I e V do CPC, pois deduziu pretensão contra fato incontroverso (coisa julgada e

improcedência do pedido), além de proceder de modo temerário (sequer mencionou na inicial que
pretendia a relativização da coisa julgada). Assim, condeno a parte autora em multa, em favor do
réu, fixada no montante de 1 salário mínimo ante o valor irrisório da causa, tudo nos termos do
art. 81, § 2º do CPC. Ressalto, por fim, que tal multa não está abarcada pelos ditames da
gratuidade de justiça, pois do contrário não teria qualquer eficácia e tornaria referido instituto
processual verdadeira letra morta”.
Dessa forma, considerando haver identidade de partes, de pedido, e causa de pedir, está
caracterizada a ocorrência de coisa julgada.
Nesse sentido merece destaque o acórdão abaixo, in verbis:
"PROCESSUAL CIVIL. CAUSA EXTINTIVA DO PROCESSO SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO.
COISA JULGADA. NÃO OCORRÊNCIA. INEXISTÊNCIA DA TRÍPLICE IDENTIDADE. CAUSA
DE PEDIR E PEDIDO DISTINTOS. RETORNO DOS AUTOS À ORIGEM PARA JULGAMENTO
DO MÉRITO DA CAUSA.
1. Ocorre violação da coisa julgada quando se ajuíza ação idêntica a outra anteriormente julgada
por sentença de mérito irrecorrível. A identidade entre as ações, por seu turno, pressupõe a
igualdade das partes, da causa de pedir - próxima e remota - e do pedido - mediato e imediato.
(REsp 769.000/RJ, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, Quinta Turma, julgado em 18.10.2007, DJ
5.11.2007, p. 348).
2. No caso dos autos, não se verifica a identidade de causa de pedir entre a anterior demanda e
esta - uma vez que, na primeira o pedido foi formulado em razão do art. 4º da Lei n. 6.683/79; e,
nesta, em razão do art. 6º, § 3º, da Lei n. 10.559/2002. Por consectário, não há falar em
ocorrência da coisa julgada.
Agravo regimental improvido."
(STJ, AgRg no AgRg no REsp 1.200.591/RJ, 2ª Turma, Rel. Ministro Humberto Martins, j.
16/11/10, v.u., DJe 29/11/10, grifos meus)
Ante o exposto, nego provimento à apelação da parte autora.
É o meu voto.







E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. IDENTIDADE DAS PARTES, PEDIDO E CAUSA DE PEDIR. COISA
JULGADA. OCORRÊNCIA.
I- Nos termos do art. 502 e art. 337, §1º, §2º e §4º, ambos do CPC/15, ocorre coisa julgada
material quando se reproduz ação idêntica à outra - mesmas partes, pedido e causa de pedir - já
decidida por sentença de mérito não mais sujeita a recurso.
II- Dessa forma, considerando haver identidade de partes, de pedido, e causa de pedir, está
caracterizada a ocorrência de coisa julgada.
III- Apelação da parte autora improvida. ACÓRDÃO
Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, a Oitava Turma, por
unanimidade, decidiu negar provimento à apelação da parte autora, nos termos do relatório e voto
que ficam fazendo parte integrante do presente julgado.


Resumo Estruturado

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