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PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OBSCURIDADE. CONTRADIÇÃO. DECADÊNCIA. OCORRÊNCIA. APLICAÇÃO RESP 1. 631. 021/PR/RESP 1. 648. 336/RS. EMBARGOS PARCI...

Data da publicação: 09/08/2024, 11:36:34

PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OBSCURIDADE. CONTRADIÇÃO. DECADÊNCIA. OCORRÊNCIA. APLICAÇÃO RESP 1.631.021/PR/RESP 1.648.336/RS. EMBARGOS PARCIALMENTE ACOLHIDOS. 1. Os embargos de declaração, a teor do disposto no artigo 1.022 do CPC de 2015, somente têm cabimento nos casos de obscuridade, contradição, omissão ou erro material. 2. Pretende o embargante ou rediscutir matéria já decidida, o que denota o caráter infringente dos presentes embargos, ou, a título de prequestionamento, que esta E. Corte responda, articuladamente, a quesitos ora formulados. 3. Cabe ressaltar que, por meio de acórdão publicado no DJe 13/03/2019 (Resp 1.631.021/PR), a Primeira Seção do C. Superior Tribunal de Justiça - STJ assentou tese jurídica para o Tema Repetitivo nº 966, de modo a considerar que, sob a exegese do caput do artigo 103 da Lei 8.213/1991, incide o prazo decadencial para reconhecimento do direito adquirido ao benefício previdenciário mais vantajoso. 4. Na espécie, cumpre destacar, ainda, que por meio de acórdão publicado no DJe 04/08/2020 (Resp 1.648.336/ RS), a Primeira Seção do C. Superior Tribunal de Justiça – STJ, por maioria, assentou tese jurídica para o Tema Repetitivo nº 975: "Aplica-se o prazo decadencial de dez anos estabelecido no art. 103, caput, da Lei 8.213/1991 às hipóteses em que a questão controvertida não foi apreciada no ato administrativo de análise de concessão de benefício previdenciário". 5. Quanto ao prequestionamento de matéria ofensiva aos dispositivos de lei federal e a preceitos constitucionais, tendo sido o recurso apreciado em todos os seus termos, nada há para ser discutido ou acrescentado nos autos. 6. Embargos parcialmente acolhidos. (TRF 3ª Região, 7ª Turma, ApCiv - APELAÇÃO CÍVEL - 0001499-55.2012.4.03.6183, Rel. Desembargador Federal TORU YAMAMOTO, julgado em 20/10/2021, Intimação via sistema DATA: 28/10/2021)



Processo
ApCiv - APELAÇÃO CÍVEL / SP

0001499-55.2012.4.03.6183

Relator(a)

Desembargador Federal TORU YAMAMOTO

Órgão Julgador
7ª Turma

Data do Julgamento
20/10/2021

Data da Publicação/Fonte
Intimação via sistema DATA: 28/10/2021

Ementa


E M E N T A

PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OBSCURIDADE. CONTRADIÇÃO.
DECADÊNCIA. OCORRÊNCIA. APLICAÇÃO RESP 1.631.021/PR/RESP 1.648.336/RS.
EMBARGOS PARCIALMENTE ACOLHIDOS.
1. Os embargos de declaração, a teor do disposto no artigo 1.022 do CPC de 2015, somente têm
cabimento nos casos de obscuridade, contradição, omissão ou erro material.
2. Pretende o embargante ou rediscutir matéria já decidida, o que denota o caráter infringente dos
presentes embargos, ou, a título de prequestionamento, que esta E. Corte responda,
articuladamente, a quesitos ora formulados.
3. Cabe ressaltar que, por meio de acórdão publicado no DJe 13/03/2019 (Resp 1.631.021/PR), a
Primeira Seção do C. Superior Tribunal de Justiça - STJ assentou tese jurídica para o Tema
Repetitivo nº 966, de modo a considerar que, sob a exegese do caput do artigo 103 da Lei
8.213/1991, incide o prazo decadencial para reconhecimento do direito adquirido ao benefício
previdenciário mais vantajoso.
4. Na espécie, cumpre destacar, ainda, que por meio de acórdão publicado no DJe 04/08/2020
(Resp 1.648.336/ RS), a Primeira Seção do C. Superior Tribunal de Justiça – STJ, por maioria,
assentou tese jurídica para o Tema Repetitivo nº 975: "Aplica-se o prazo decadencial de dez anos
estabelecido no art. 103, caput, da Lei 8.213/1991 às hipóteses em que a questão controvertida
não foi apreciada no ato administrativo de análise de concessão de benefício previdenciário".
5. Quanto ao prequestionamento de matéria ofensiva aos dispositivos de lei federal e a preceitos
Jurisprudência/TRF3 - Acórdãos

constitucionais, tendo sido o recurso apreciado em todos os seus termos, nada há para ser
discutido ou acrescentado nos autos.
6. Embargos parcialmente acolhidos.

Acórdao

PODER JUDICIÁRIOTribunal Regional Federal da 3ª Região
7ª Turma

APELAÇÃO CÍVEL (198) Nº0001499-55.2012.4.03.6183
RELATOR:Gab. 23 - DES. FED. TORU YAMAMOTO
APELANTE: SEBASTIAO RODRIGUES DE OLIVEIRA

Advogado do(a) APELANTE: PATRICIA CONCEIÇÃO MORAIS - SP208436-A

APELADO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

Advogado do(a) APELADO: ANDRE EDUARDO SANTOS ZACARI - SP190522

OUTROS PARTICIPANTES:




PODER JUDICIÁRIOTribunal Regional Federal da 3ª Região7ª Turma
APELAÇÃO CÍVEL (198) Nº0001499-55.2012.4.03.6183
RELATOR:Gab. 23 - DES. FED. TORU YAMAMOTO
APELANTE: SEBASTIAO RODRIGUES DE OLIVEIRA
Advogado do(a) APELANTE: PATRICIA CONCEIÇÃO MORAIS - SP208436-A
APELADO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS
Advogado do(a) APELADO: ANDRE EDUARDO SANTOS ZACARI - SP190522
OUTROS PARTICIPANTES:





R E L A T Ó R I O

O Exmo. Sr. Desembargador Federal Toru Yamamoto (Relator):
Trata-se de embargos de declaração (ID 123720343 - Pág. 218/224) opostos por SEBASTIÃO
RODRIGUES DE OLIVEIRA em face da decisão proferida nos termos do artigo 932, incisos IV
e V, do CPC de 2015, que negou provimento ao seu recurso de apelação, mantendo a r.

sentença a quo que reconheceu a decadência.
A parte embargante alega que resta demonstrado que o pleito invocado na presente demanda
de reconhecimento da atividade especial, não estando abrangido pelo Tema registrado sob o n
966/STJ invocado na r. Decisão que negou provimento ao recurso de apelação do Autor, mas
ao Tema nº 975 pendente de julgamento pelo C. Superior Tribunal de Justiça.
Requer a apreciação do feito sob a ótica do precedente Tema nº 975 do C. STJ, haja vista a
contradição existente entre a r. Decisão monocrática e o pedido elencado na exordial, e
consequentemente se requer que seja determinado o sobrestamento do feito até o julgamento
do REsp nº 644.191/RS e do REsp 1.648.336/RS vinculados ao Tema n 975. nos termos do
disposto no art. 1030, inciso III, do Código de Processo Civil, eis que a questão debatida nos
referidos precedentes é idêntica a discutida no caso em apreço.
É o relatório.










PODER JUDICIÁRIOTribunal Regional Federal da 3ª Região7ª Turma
APELAÇÃO CÍVEL (198) Nº0001499-55.2012.4.03.6183
RELATOR:Gab. 23 - DES. FED. TORU YAMAMOTO
APELANTE: SEBASTIAO RODRIGUES DE OLIVEIRA
Advogado do(a) APELANTE: PATRICIA CONCEIÇÃO MORAIS - SP208436-A
APELADO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS
Advogado do(a) APELADO: ANDRE EDUARDO SANTOS ZACARI - SP190522
OUTROS PARTICIPANTES:





V O T O

O Exmo. Sr. Desembargador Federal Toru Yamamoto (Relator):
Inicialmente, tendo em vista o julgamento do Resp 1.648.336/RS pela Primeira Seção do C.
Superior Tribunal de Justiça – STJ, com acórdão publicado no DJe de 04/08/2020, determino o
levantamento do sobrestamento anteriormente determinado (ID 123720343 - Pág. 226/227).
Os embargos de declaração, a teor do disposto no artigo 1.022 do CPC de 2015, somente têm

cabimento nos casos de obscuridade, contradição, omissão ou erro material.
Cumpre salientar que, neste caso, não se fazem presentes quaisquer das hipóteses previstas
em lei a autorizar o provimento dos embargos de declaração.
É de se ressaltar que a matéria objeto dos presentes embargos de declaração foi apreciada de
forma clara com o mérito da causa, conforme se depreende da transcrição de parte do voto
pertencente ao respectivo acórdão embargado, in verbis:
“(...)
Inicialmente, entendo ser possível a prolação de decisão monocrática no presente caso, a teor
do artigo 932, incisos IV e V, do CPC de 2015. A instituição do prazo decadencial para o ato de
revisão de concessão de benefício apareceu com a 9 reedição da Medida Provisória n. 1.523 de
27 de junho de 1997, a seguir convertida na Lei n. 9.528, de 10 de dezembro de 1997.
Posteriormente, na Lei n. 9.711, de 20 de novembro de 1998, o caput do artigo 103 da Lei n°
8.213, de 24 de julho de 1991, recebeu nova redação reduzindo o prazo decadencial inaugural
de 10 (dez) para 05 (cinco) anos (resultante da conversão da Medida Provisória n. 1.663-14, de
24 de setembro de 1998). Com a edição da Medida Provisória n. 138/2003, esse prazo acabou
sendo majorado mais uma vez para 10 anos. A referida MP foi convertida na Lei n. 10.839/04. A
Lei n. 9.528/1997 deu a seguinte redação ao artigo 103 da Lei n. 8.213/1991: "É de dez anos
aprazo de decadência de todo e qualquer direito ou ação do segurado ou beneficiário para a
revisão do ato de concessão de benefício, a contar do dia primeiro do Inês seguinte ao do
recebimento da primeira prestação ou, quando for o caso, do dia em que tomar conhecimento
da decisão indeferitória definitiva no âmbito administrativo." O Superior Tribunal de Justiça vem
adotando entendimento segundo o qual o prazo estipulado pela Lei n. 9.528/1997 aplica-se,
sim, aos benefícios anteriores a ela, mas deve ser contado a partir de 28 de junho de 1997
(advento da MP 1.523-9/1997 convertida na Lei 9.528/97). Nesse sentido, veja-se o julgado do
Superior Tribunal de Justiça: "PREVIDÊNCIA SOCIAL. REVISÃO DO ATO DE CONCESSÃO
DE BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO. DECADÊNCIA. PRAZO. ART. 103 DA LEI 8.213/91.
BENEFÍCIOS ANTERIORES. DIREITO INTERTEMPORAL. 1. Até o advento da MP 1.523-9/1
997 (convertida na Lei 9.528/9 7), não havia previsão normativa de prazo de decadência do
direito ou da ação de revisão do ato concessivo de benefício previdenciário. Todavia, com a
nova redação, dada pela referida Medida Provisória, ao art. 103 da Lei 8.213/91 (Lei de
Benefícios da Previdência Social),ficou estabelecido que "E de dez anos o prazo de decadência
de todo e qualquer direito ou ação do segurado ou beneficiário para a revisão do aio de
concessão de benefício, a contar do dia primeiro do mês seguinte ao do recebimento da
primeira prestação ou, quando for o caso, do dia em que tomar conhecimento da decisão
indeferitória definitiva no âmbito administrativo' 2. Essa disposição normativa não pode ter
eficácia retroativa para incidir sobre o tempo transcorrido antes de sua vigência. Assim,
relativamente aos beneficias anteriormente concedidos, o termo inicial do prazo de decadência
do direito ou da ação visando à sua revisão tem como termo inicial a data em que entrou em
vigor a norma fixando o referido prazo decenal ('28/06/1997,). Precedentes da Corte Especial
em situação análoga (v.g.: MS 9.112/DF Mm. Eliana Calmon, DJ 14/11/2005; MS 9.115, Mi
César Rocha (Di de 07/08/06, MS 11123, Mi Gilson Dipp, DJ de 05/02/O 7, MS 9092, Mm.
Paulo Gallotti, DJ de O 06/O9/06, MS (AgRg) 9034, Mm. Félix Ficher, DL 28/08/06). 3. Recurso

especial provido." (STJ, REs 1303988/PE, Relator, Ministro Teori Albino Zavascki, 10 Seção,
julgado em 14.03.2012, publicado no DJe de 21.03.2012, unânime). Assim, relativamente aos
benefícios anteriormente concedidos, o termo inicial do prazo de decadência do direito ou da
ação visando à sua revisão tem como termo inicial a data em que entrou em vigor a norma
fixando o referido prazo decenal (28/06/1997). O assunto restou pacificado em recente
julgamento proferido pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal, o qual, por unanimidade,
reconheceu a retroatividade dessa legislação ao dar provimento ao Recurso Extraordinário (RE)
626489, interposto pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), no qual entendeu aplicável
o prazo decadencial decenal para benefícios anteriores à 3 vigência da MP, a ser contado a
partir de sua vigência e não da data da concessão do benefício. Segue a ementa do referido
julgado: "RECURSO EXTRA ODINÁRIO. DIREITO PRE VIDENCIÁRIO. REGIME GERAL DE
PREVIDÊNCIA SOCIAL (RGPS). REVISÃO DO ATO DE CONCESSÃO DE BENEFICIO.
DECADENCIA. 1. O direito à previdência social constitui direito fundamental e, uma vez
implementados os pressupostos de sua aquisição, não deve ser afetado pelo decurso do
tempo. Como consequência, inexiste prazo decadencial para a concessão inicial do benefício
previdenciário. 2. E legitima, todavia, a instituição de prazo decadencial de dez anos para a
revisão de benefício já concedido, com fundamento no princípio da segurança jurídica, no
interesse em evitar a eternização dos litígios e na busca de equilíbrio financeiro e atuarial para o
sistema previdenciário. 3. O prazo decadencial de dez anos, instituído pela Medida Provisória
1.523, de 28.06.1997, tem como termo inicial o dia 1°de agosto de 1997, por força de
disposição nela expressamente prevista. Tal regra incide, inclusive, sobre benefícios
concedidos anteriormente, sem que isso importe em retroatividade vedada pela Constituição. 4.
Inexiste direito adquirido a regime jurídico não sujeito a decadência. 5. Recurso extraordinário
conhecido e provido." (STF, RE 626489, Tribunal Pleno, Rei. Mm. Roberto Barroso, julgado em
16/10/2013, DJe-184 Divulgado em 22/09/2014, Publicado em 23/09/2014) Portanto, é possível
a aplicação do prazo decadencial previsto no artigo 103 da Lei 8.213/1991 na hipótese de
revisão de benefício previdenciário concedido antes da vigência do referido dispositivo legal,
tendo em vista que a lei nova se aplica aos atos anteriores a ela, mas nesse caso o prazo
decadencial conta-se a partir da sua vigência. No caso dos autos, considerando que o autor
recebe aposentadoria por tempo de contribuição requerida e concedida em 22/05/1992, tendo
em vista que o benefício é anterior à edição da Lei n. 9.528/1997, e que a presente ação foi
ajuizada somente em 02/03/2012, não constando a existência de pedido de revisão
administrativo, deve ser reconhecido o transcurso do prazo decenal, pois o pedido refere-se à
revisão da renda mensal inicial (ato de concessão). Nesse sentido, seguem julgados proferidos
pela Terceira Seção desta E. Corte em casos análogos ao presente: "DIREITO PROCESSUAL
E DIREITO PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO (ART. 557 DO CPC). EMBARGOS INFRINGENTES.
EFEITO TRANSLATIVO. DECADÊNCIA. REVISÃO DA RENDA MENSAL INICIAL. 1. O agravo
previsto no art. 557, §10, do Código de Processo Civil tem o propósito de submeter ao órgão
colegiado o controle da extensão dos poderes do relato bem como a legalidade da decisão
monocrática proferida. 2. Em se tratando do conhecimento de matéria de ordem pública,
quando constatada sua ocorrência, deve ser reconhecida de ofício pelo magistrado, em
qualquer tempo e grau de jurisdição, ainda que em sede em embargos infringentes. 3. O

reconhecimento dessas matérias, de ofício, pelo magistrado de 2° grau não importa em
reformatio in pejus, ainda que piore a situação da parte que exclusivamente recorreu.
Precedentes do STJ. 4. Não há que se falar em preclusão, embora o recurso de embargos
infringentes possua efeito devolutivo limitado ao voto vencido, no que pertine à profundidade, a
cognição é ampla. 5. Agravo provido, para reconhecer a decadência do pedido de revisão
inicial, em conformidade com o que dispõe o art. 269, IV do Código de Processo Civil" (TRF
3"Região, EI 15183541SF, Proc. n°2009.61.83.011690-8, Terceira Seção, Rel. Des. Fed. Souza
Ribeiro, e-DJF3 Judicial 24/06/2015) "AGRAVO DO ARTIGO 557 DO CÓDIGO DE PROCESSO
CIVIL EMBARGOS INFRINGENTES. PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RENDA MENSAL
INICIAL. DECADÊNCIA. PRAZO. ARTIGO 103 DA LEI N° 8.213/91. BENEFICIO CONCEDIDO
ANTES DO ADVENTO DA MEDIDA PROVISÓRIA N° 1.523-9/97, CONVERTIDA NA LEI N° O
9.528/97. DECISÃO RECORRIDA EM MANIFESTO CONFRONTO COM A JURISPRUDÊNCIA
DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL E DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA.
POSSIBILIDADE DE JULGAMENTO MONOCRÁTICO (CPC, ARTIGO 557, § 1°-A). - A Medida
Provisória n° 1.523-9, de 27.06.97, convertida na Lei n°9.528, de 10.12.97, alterou o artigo 103
da Lei n°8.212/91, instituindo prazo de decadência de 10 (dez) anos "de todo e qualquer direito
ou ação do segurado ou beneficiário para a revisão do ato de concessão de benefício" - O
ferino inicial do prazo de decadência para os benefícios previdenciários concedidos antes da
Medida Provisória n° 1.523-9, de 27.06.97, é a data de sua entrada em vigor, 28.06.97. -
Entendimento firmado pela 1° Seção do Superior Tribunal de Justiça, a partir do julgamento do
Recurso Especial 1.303. 988/PE, de relatoria do Ministro Teori Albino Zavascki, em 14.03.2012,
recentemente confirmado pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal ao apreciar o Recurso
Extraordinário 626.489/SE, sob repercussão geral, de relatoria do O Ministro Roberto Barroso
(Informativo 725/STF). - Juízo modificado - até em defesa do princípio da segurança jurídica -,
de modo a afastar a retroação da norma da MP n° 1.523-9/9 7, que não tem, para a hipótese,
como marco inicial o ato de concessão do benefício previdenciário, mas sim a data de sua
vigência, projetando-se para o futuro diante de situação presente. - Decadência pronunciada,
decorridos mais de 10 (dez) anos entre a data da vigência da MP n°1.523-9/97 (28.06.97) e o
ajuizamento da ação. - Embargos infringentes providos monocraticamente, a teor do disposto
no artigo 557, § 1°-A, do Código de Processo Civil, julgando-se extinto o processo com
resolução de mérito, nos termos do artigo 269, inciso IV, do diploma processual. - Manutenção
da decisão recorrida." ('TRF 3° Região, EI 157991 7/SP, Proc. n° 0000750-09.2010.4.03.6183,
Terceira Seção, Rel. Des. Fed. Therezinha Cazerta, e-DJF3 Judicial 1 04/06/2014)
"EMBARGOS INFRINGENTES. PREVIDENCIÁRIO. RECÁLCULO DA APOSENTADORIA
CONCEDIDA SOB A ÉGIDE DA LEI 8213/91. TETO DE 20 SALÁRIOS MÍNIMOS. LEI 6950/81.
ALEGAÇÃO DE DIREITO ADQUIRIDO. DECADÊNCIA. CONTAGEM A PARTIR DA ENTRADA
EM VIGOR DO ARTIGO 103 DA LEI 8213/91. REDAÇÃO DA MP 1523-9 DE 26/06/1997
CONVERTIDA NA LEI 9528/97. RECURSO PROVIDO. 1- A controvérsia recai sobre o alegado
direito adquirido ao recálculo da aposentadoria por tempo de serviço, concedida sob a égide da
Lei n° 8.213/91, observando-se o teto de 20 salários míninos, nos termos da Lei n° 6.950/81,
vez que preenchidos os requisitos para a concessão do benefício antes da vigência da Lei n°
7.787/89. II - O benefício de aposentadoria por tempo de serviço da parte autora foi concedido

em 30.09.92. III - A instituição do prazo decadencial para o ato de revisão dos critérios
constantes do cálculo da Renda Mensal Inicial RMIs dos benefícios previdenciários foi efetuada
pela nona reedição da Medida Provisória n° 1.523, de 27 de junho de 1997, posteriormente
convertida na Lei n° 9.528, de 10 de dezembro de 1997, que modificou o art. 103, caput, da Lei
de Benefícios. IV - Os prazos de decadência e prescrição encerram normas de ordem pública,
e, como tais, são aplicáveis de forma imediata, alcançando também os benefícios concedidos
anteriormente à data de instituição do prazo, com início de sua contagem a partir de sua
vigência. V - Aos benefícios concedidos anteriormente à MP nº 1.523-9/97, é aplicável o prazo
decenal de decadência dali pra frente, como aplicável esse mesmo prazo aos benefícios
concedidos a partir de sua vigência. Precedentes do STJ. VI - O ajuizamento da ação se deu
em 16/12/2009, quando já consumada a decadência do direito à revisão da RMI. VII - Embargos
infringentes providos para reconhecer a ocorrência da decadência, julgando extinto o processo,
com exame do mérito, nos termos do art. 269, IV, do PC" (TRF 3" Região, EI 1549634/SP, Proc.
n° 001 7304-53.2009.4.03.6183, Terceira Seção, Rel. Juíza Fed. Conv. Raquel Perrini, e-DJF3
Judicial 1 20/05/2013) Portanto, de rigor o reconhecimento da decadência do direito da parte
autora à revisão pretendida na inicial. Ante o exposto, nego provimento à apelação da parte
autora, nos termos da fundamentação. Após o trânsito em julgado, remetam-se os autos à Vara
de origem. P.L São Paulo, 24 de abril de 2019.” g.n.
Desse modo, pretende o embargante ou rediscutir matéria já decidida, o que denota o caráter
infringente dos presentes embargos, ou, a título de prequestionamento, que esta E. Corte
responda, articuladamente, a quesitos ora formulados.
No mais, desconstituir os fundamentos do acórdão embargado implicaria, in casu, inevitável
reexame da matéria, incompatível com a natureza dos embargos declaratórios.
Confira-se, nesse sentido:
"Inexistindo na decisão embargada omissão a ser suprida, nem dúvida, obscuridade ou
contradição a serem aclaradas, rejeitam-se os embargos de declaração. Afiguram-se
manifestamente incabíveis os embargos de declaração à modificação da substância do julgado
embargado. Admissível, excepcionalmente, a infringência do "decisum" quando se tratar de
equívoco material e o ordenamento jurídico não contemplar outro recurso para a correção do
erro fático perpetrado, o que não é o caso. Impossível, via embargos declaratórios, o reexame
de matéria de direito já decidida, ou estranha ao acórdão embargado." (STJ, Edcl 13845, rel.
Min. César Rocha, j. 29/06/1992, DJU 31/08/1992, p. 13632)"
Cabe ressaltar que, por meio de acórdão publicado no DJe 13/03/2019 (Resp 1.631.021/PR), a
Primeira Seção do C. Superior Tribunal de Justiça - STJ assentou tese jurídica para o Tema
Repetitivo nº 966, de modo a considerar que, sob a exegese do caput do artigo 103 da Lei
8.213/1991, incide o prazo decadencial para reconhecimento do direito adquirido ao benefício
previdenciário mais vantajoso.
Na espécie, cumpre destacar, ainda, que por meio de acórdão publicado no DJe 04/08/2020
(Resp 1.648.336/ RS), a Primeira Seção do C. Superior Tribunal de Justiça – STJ, por maioria,
assentou tese jurídica para o Tema Repetitivo nº 975: "Aplica-se o prazo decadencial de dez
anos estabelecido no art. 103, caput, da Lei 8.213/1991 às hipóteses em que a questão
controvertida não foi apreciada no ato administrativo de análise de concessão de benefício

previdenciário".
Quanto ao prequestionamento de matéria ofensiva aos dispositivos de lei federal e a preceitos
constitucionais, tendo sido o recurso apreciado em todos os seus termos, nada há para ser
discutido ou acrescentado nos autos.
Diante do exposto, acolho em parte os embargos de declaração apenas para esclarecer que o
v. acórdão está de acordo com o entendimento firmado pelo STJ (Resp 1.648.336/ RS),
conforme fundamentação.
É como voto.













E M E N T A

PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OBSCURIDADE. CONTRADIÇÃO.
DECADÊNCIA. OCORRÊNCIA. APLICAÇÃO RESP 1.631.021/PR/RESP 1.648.336/RS.
EMBARGOS PARCIALMENTE ACOLHIDOS.
1. Os embargos de declaração, a teor do disposto no artigo 1.022 do CPC de 2015, somente
têm cabimento nos casos de obscuridade, contradição, omissão ou erro material.
2. Pretende o embargante ou rediscutir matéria já decidida, o que denota o caráter infringente
dos presentes embargos, ou, a título de prequestionamento, que esta E. Corte responda,
articuladamente, a quesitos ora formulados.
3. Cabe ressaltar que, por meio de acórdão publicado no DJe 13/03/2019 (Resp 1.631.021/PR),
a Primeira Seção do C. Superior Tribunal de Justiça - STJ assentou tese jurídica para o Tema
Repetitivo nº 966, de modo a considerar que, sob a exegese do caput do artigo 103 da Lei
8.213/1991, incide o prazo decadencial para reconhecimento do direito adquirido ao benefício
previdenciário mais vantajoso.
4. Na espécie, cumpre destacar, ainda, que por meio de acórdão publicado no DJe 04/08/2020
(Resp 1.648.336/ RS), a Primeira Seção do C. Superior Tribunal de Justiça – STJ, por maioria,
assentou tese jurídica para o Tema Repetitivo nº 975: "Aplica-se o prazo decadencial de dez
anos estabelecido no art. 103, caput, da Lei 8.213/1991 às hipóteses em que a questão
controvertida não foi apreciada no ato administrativo de análise de concessão de benefício
previdenciário".

5. Quanto ao prequestionamento de matéria ofensiva aos dispositivos de lei federal e a
preceitos constitucionais, tendo sido o recurso apreciado em todos os seus termos, nada há
para ser discutido ou acrescentado nos autos.
6. Embargos parcialmente acolhidos.
ACÓRDÃO
Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, a Sétima Turma, por
unanimidade, decidiu acolher em parte os embargos de declaração, nos termos do relatório e
voto que ficam fazendo parte integrante do presente julgado.


Resumo Estruturado

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