
1ª Turma
APELAÇÃO CÍVEL (198) Nº 0027119-32.2009.4.03.6100
RELATOR: Gab. 03 - DES. FED. HELIO NOGUEIRA
APELANTE: NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA.
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
APELADO: UNIAO FEDERAL - FAZENDA NACIONAL
OUTROS PARTICIPANTES:
1ª Turma
APELAÇÃO CÍVEL (198) Nº 0027119-32.2009.4.03.6100
RELATOR: Gab. 03 - DES. FED. HELIO NOGUEIRA
APELANTE: NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA.
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
APELADO: UNIAO FEDERAL - FAZENDA NACIONAL
OUTROS PARTICIPANTES:
R E L A T Ó R I O
Trata-se de mandado de segurança impetrado por 48 filiais de NESTLE BRASIL LTDA. pretendendo o reconhecimento do direito de não recolher contribuição previdenciária (cota patronal e empregado) sobre os valores pagos a título de aviso prévio indenizado e o respectivo décimo terceiro salário, com a condenação da autoridade coatora a se abster de cobrar a referida contribuição.
Em sentença, o colendo juízo a quo denegou a segurança (fls. 71/79 do ID nº 203867102), julgado que foi reformado em grau recursal por decisão monocrática, proferida com fulcro no art. 557, do CPC/73, que deu parcial provimento à apelação da impetrante para “assegurar seu direito a não ser compelida ao recolhimento da contribuição social sobre a tolha de salários incidente sobre os valores pagos a seus empregados a título de aviso prévio indenizado” (fls. 134/148 do ID nº 203867102). Negado provimento aos agravos legais interpostos pelas impetrantes e pela União (fls. 274/295 do ID nº 203867102).
Subindo os autos em grau recursal, foi proferida decisão monocrática, com fulcro no art. 557 do CPC/73, dando parcial provimento à apelação da União e à remessa oficial para “determinar que eventual compensação, sujeita à apuração da administração fazendária, seja realizada somente com contribuições posteriores de mesma destinação e espécie, observados a prescrição quinquenal, o trânsito em julgado, as instruções normativas da Receita Federal do Brasil e a atualização dos créditos” (fls. 248/261 do ID nº 221282820). Negado provimento ao agravo legal da União (fls. 296/316 do ID nº 221282820).
Após a interposição de Recurso Especial e Recurso Extraordinário pelas impetrantes, a Vice-Presidência desta Corte Regional determinou a reapreciação da controvérsia pela C. Turma Julgadora, para fins de eventual retratação, tendo em vista o julgamento do RE nº 576.967/PR (tema nº 72), submetido à sistemática da repercussão geral (art. 1.036 do CPC), que pacificou o seguinte entendimento: "É inconstitucional a incidência da contribuição previdenciária a cargo do empregador sobre o salário-maternidade".
É o relatório.
1ª Turma
APELAÇÃO CÍVEL (198) Nº 0027119-32.2009.4.03.6100
RELATOR: Gab. 03 - DES. FED. HELIO NOGUEIRA
APELANTE: NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA., NESTLE BRASIL LTDA.
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
Advogado do(a) APELANTE: MARIANA NEVES DE VITO - SP158516-A
APELADO: UNIAO FEDERAL - FAZENDA NACIONAL
OUTROS PARTICIPANTES:
V O T O
Compulsando-se os autos, não vislumbro necessidade de reforma do acórdão recorrido, tendo em vista que, na hipótese dos autos, não houve contrariedade ao recente acórdão paradigma proferido pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento do RE nº 576.967/PR.
O Supremo Tribunal Federal, em recente julgado, declarou inconstitucional a incidência de contribuição previdenciária a cargo do empregador sobre o salário-maternidade. No julgamento do RE 576.967 (Rel. Min. Roberto Barroso, Pleno, j. 05/08/2020), a Suprema Corte, por maioria de votos, declarou a inconstitucionalidade da incidência de contribuição previdenciária prevista no art. 28, § 2º, da Lei nº 8.212/91, e a parte final do seu § 9º, alínea “a”, sob os fundamentos de que, por um lado, o referido dispositivo cria nova fonte de custeio, não prevista pelo art. 195, I, “a”, da Constituição da República, caracterizando hipótese de inconstitucionalidade formal, bem como de que, por outro lado, a norma incorre em inconstitucionalidade material, ao estabelecer cobrança que desincentiva a contratação de mulheres e potencializa a discriminação no mercado de trabalho, violando, assim, o princípio da isonomia.
O acórdão paradigma, publicado em 21/10/2020, restou assim ementado:
DIREITO CONSTITUCIONAL. DIREITO TRIBUTÁRIO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM REPERCUSSÃO GERAL. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA DO EMPREGADOR. INCIDÊNCIA SOBRE O SALÁRIO-MATERNIDADE. INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL E MATERIAL. 1. Recurso extraordinário interposto em face de acórdão do TRF da 4ª Região, que entendeu pela constitucionalidade da incidência da contribuição previdenciária “patronal” sobre o salário-maternidade. 2. O salário-maternidade é prestação previdenciária paga pela Previdência Social à segurada durante os cento e vinte dias em que permanece afastada do trabalho em decorrência da licença-maternidade. Configura, portanto, verdadeiro benefício previdenciário. 3. Por não se tratar de contraprestação pelo trabalho ou de retribuição em razão do contrato de trabalho, o salário-maternidade não se amolda ao conceito de folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício. Como consequência, não pode compor a base de cálculo da contribuição previdenciária a cargo do empregador, não encontrando fundamento no art. 195, I, a, da Constituição. Qualquer incidência não prevista no referido dispositivo constitucional configura fonte de custeio alternativa, devendo estar prevista em lei complementar (art. 195, §4º). Inconstitucionalidade formal do art. 28, §2º, e da parte final da alínea a, do §9º, da Lei nº 8.212/91. 4. Esta Corte já definiu que as disposições constitucionais são legitimadoras de um tratamento diferenciado às mulheres desde que a norma instituidora amplie direitos fundamentais e atenda ao princípio da proporcionalidade na compensação das diferenças. No entanto, no presente caso, as normas impugnadas, ao imporem tributação que incide somente quando a trabalhadora é mulher e mãe cria obstáculo geral à contratação de mulheres, por questões exclusivamente biológicas, uma vez que torna a maternidade um ônus. Tal discriminação não encontra amparo na Constituição, que, ao contrário, estabelece isonomia entre homens e mulheres, bem como a proteção à maternidade, à família e à inclusão da mulher no mercado de trabalho. Inconstitucionalidade material dos referidos dispositivos. 5. Diante do exposto, dou provimento ao recurso extraordinário para declarar, incidentalmente, a inconstitucionalidade da incidência de contribuição previdenciária sobre o salário-maternidade, prevista no art. art. 28, §2º, e da parte final da alínea a, do §9º, da Lei nº 8.212/91, e proponho a fixação da seguinte tese: “É inconstitucional a incidência de contribuição previdenciária a cargo do empregador sobre o salário- maternidade”. (RE 576967, Relator(a): ROBERTO BARROSO, Tribunal Pleno, julgado em 05/08/2020, PROCESSO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-254 DIVULG 20-10-2020 PUBLIC 21-10-2020) (grifado)
Entretanto, data máxima vênia à decisão da Vice-Presidência que remeteu estes autos a esta c. Turma julgadora para análise da pertinência de juízo positivo de retratação, é de se apontar que o precedente vinculante supra colacionado versa sobre matéria completamente estranha a estes autos.
Com efeito, em detida análise da petição inicial e das decisões judiciais já prolatadas nestes autos, verifico que a impetrante pretende afastar da base de cálculo da contribuição previdenciária (cota patronal e empregado) apenas os valores pagos a seus empregados a título de aviso prévio indenizado e o respectivo décimo terceiro salário, não tendo havido, em momento algum da marcha processual, pedido de emenda ou aditamento da petição inicial para alargar os limites objetivos da demanda.
Tal distinção é ainda ressaltada pelas próprias impetrantes em petição de Id nº 251582533.
Versa o acórdão recorrido, portanto, sobre questão distinta daquela analisada no julgamento do RE nº 576.967/PR. (Tema nº 72), não havendo, assim, contrariedade a ser sanada (distinguishing).
Assim sendo, entendo que não merece reparos a prestação jurisdicional questionada, devendo o acórdão recorrido ser mantido nos mesmos termos em que proferido.
Dispositivo
Ante todo o exposto, em juízo de retratação negativo, com fundamento no artigo 1.040, inciso II, do Código de Processo Civil, voto por manter o acórdão recorrido nos exatos termos em que proferido.
É o voto.
E M E N T A
PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. JUÍZO DE RETRATAÇÃO. PRECEDENTE VINCULANTE. STF, RE Nº 576.967/PR. (TEMA Nº 72). CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA SOBRE SALÁRIO MATERNIDADE. CASO CONCRETO SOBRE AVISO PRÉVIO INDENIZADO E RESPECTIVO DÉCIMO TERCEIRO SALÁRIO. DISTINGUISHING. ACÓRDÃO MANTIDO.
1. O Supremo Tribunal Federal, no julgamento do RE 576.967/PR (Tema nº72), submetido à sistemática da repercussão geral (art. 1.036 do CPC), declarou inconstitucional a incidência de contribuição previdenciária a cargo do empregador sobre o salário-maternidade, prevista no art. 28, §2º e §9º, alínea “a”, parte final, da Lei nº 8.212/91, sob os fundamentos de que, por um lado, o referido dispositivo cria nova fonte de custeio, não prevista pelo art. 195, I, “a”, da CRFB/88, caracterizando hipótese de inconstitucionalidade formal, bem como de que, por outro lado, a norma incorre em inconstitucionalidade material, ao estabelecer cobrança que desincentiva a contratação de mulheres e potencializa a discriminação no mercado de trabalho, violando, assim, o princípio da isonomia.
2. No caso dos autos, a impetrante pretende afastar da base de cálculo da contribuição previdenciária (cota patronal e empregado) apenas os valores pagos a seus empregados a título de aviso prévio indenizado e o respectivo décimo terceiro salário, versando, portanto, sobre matéria completamente distinta daquela analisada no julgamento do RE nº 576.967/PR. (Tema nº 72), não havendo, assim, contrariedade a ser sanada (distinguishing). Consequentemente, irreparável a prestação jurisdicional questionada, devendo o acórdão recorrido ser mantido nos mesmos termos em que proferido.
3. Juízo de retratação negativo. Acórdão inalterado.
