| D.E. Publicado em 07/03/2016 |
APELAÇÃO CÍVEL Nº 0013877-09.2015.4.04.9999/SC
RELATOR | : | Des. Federal JOÃO BATISTA PINTO SILVEIRA |
APELANTE | : | JULSIMARA APARECIDA SULCHINSKI ALBERTON |
ADVOGADO | : | Joel Biratan Machado |
: | Gilson Adolfo Schonell | |
APELADO | : | INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS |
ADVOGADO | : | Procuradoria Regional da PFE-INSS |
EMENTA
PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-ACIDENTE. DOENÇA. AÇÃO IMPROCEDENTE.
Improcedente o pedido de auxílio-acidente, pois a redução da capacidade laborativa da parte autora não decorreu de acidente de qualquer natureza, mas sim de doença degenerativa.
ACÓRDÃO
Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, decide a Egrégia 6ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, por unanimidade, negar provimento ao recurso, nos termos do relatório, votos e notas de julgamento que ficam fazendo parte integrante do presente julgado.
Porto Alegre, 24 de fevereiro de 2016.
Desembargador Federal JOÃO BATISTA PINTO SILVEIRA
Relator
| Documento eletrônico assinado por Desembargador Federal JOÃO BATISTA PINTO SILVEIRA, Relator, na forma do artigo 1º, inciso III, da Lei 11.419, de 19 de dezembro de 2006 e Resolução TRF 4ª Região nº 17, de 26 de março de 2010. A conferência da autenticidade do documento está disponível no endereço eletrônico http://www.trf4.jus.br/trf4/processos/verifica.php, mediante o preenchimento do código verificador 8084373v3 e, se solicitado, do código CRC 800FA354. | |
| Informações adicionais da assinatura: | |
| Signatário (a): | João Batista Pinto Silveira |
| Data e Hora: | 25/02/2016 16:43 |
APELAÇÃO CÍVEL Nº 0013877-09.2015.4.04.9999/SC
RELATOR | : | Des. Federal JOÃO BATISTA PINTO SILVEIRA |
APELANTE | : | JULSIMARA APARECIDA SULCHINSKI ALBERTON |
ADVOGADO | : | Joel Biratan Machado |
: | Gilson Adolfo Schonell | |
APELADO | : | INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS |
ADVOGADO | : | Procuradoria Regional da PFE-INSS |
RELATÓRIO
Cuida-se de apelação de sentença que julgou improcedente o pedido de auxílio-doença, por não ter sido comprovada a incapacidade laborativa.
Sustenta a apelante, em suma, que o perito atestou se tratar de uma disfunção parcial permanente, com dano da capacidade funcional em 25% leve, requerendo a concessão de auxílio-acidente.
Com contrarrazões, subiram os autos a esta Corte.
É o relatório.
VOTO
Controverte-se, na espécie, sobre o acerto ou não da sentença que julgou improcedente o pedido de auxílio-doença, por não ter sido comprovada a incapacidade laborativa.
Considerando não haver qualquer discussão acerca da condição de segurada da Previdência Social e carência, passa-se desde logo à análise da incapacidade laborativa da parte autora.
Conforme entendimento dominante na jurisprudência pátria, nas ações em que se visa à concessão de aposentadoria por invalidez ou auxílio-doença, ou mesmo nos casos de restauração desses benefícios, o julgador firma seu convencimento com base na prova pericial, não deixando de se ater, entretanto, aos demais elementos de prova, sendo certo que, embora possível, em tese, o exercício de outra atividade, a inativação por invalidez deve ser outorgada se, na prática, for difícil a reabilitação, seja pela natureza da doença, das atividades normalmente desenvolvidas, seja pela idade avançada.
In casu, foi realizada perícia médico-judicial por ortopedista, em 10-12-14, da qual se extraem as seguintes informações sobre o quadro clínico da parte autora (fls. 87/111):
a) enfermidade: diz o perito que M51.2 Doença degenerativa discal lombar;
b) incapacidade: responde o perito que Apresenta uma disfunção parcial e permanente, mas não lhe impede de realizar suas atividades, na agricultura, que são compatíveis ao sexo feminimo.
Dos autos, constam outras informações sobre parte autora:
a) idade: 36 anos (nascimento em 17-07-79 - fl. 10);
b) profissão: agricultora (fls. 14/22 e 59/64);
c) histórico de benefícios: a autora gozou de auxílio-doença de 15-06-11 a 21-09-12, tendo sido indeferidos os pedidos de 10-07-13 e de 17-12-13 (fls. 24/28 e 48/71); ajuizou a presente ação em 20-03-14;
d) raio-x da coluna de 13-01-14 (fl. 30); RM da coluna de 18-06-13 (fl. 31); receitas de 2013/14 (fls. 36/39);
e) atestados médicos de 2013/14 (fls. 33/35);
f) laudo do INSS de 22-07-11 (fl. 67), cujo diagnóstico foi de CID M51.1 (transtorno de discos lombares e de outros discos intervertebrais com radiculopatia); idem o de 08-02-12 (fl. 68), de 21-09-12 (fl. 69); laudo de 26-08-13 (fl. 70), cujo diagnóstico foi de CID M54.5 (dor lombar baixa); laudo de 20-01-14 (fl. 71), cujo diagnóstico foi de CID M54 (dorsalgia).
Diante do conjunto probatório, entendo que é de ser mantida a sentença de improcedência do pedido de auxílio-doença.
Com efeito, o laudo judicial concluiu que não há incapacidade laborativa, sendo que a parte autora se conformou com a improcedência do pedido de auxílio-doença, recorrendo apenas para postular a concessão de auxílio-acidente, alegando que o perito atestou se tratar de uma disfunção parcial permanente, com dano da capacidade funcional em 25% leve.
Sem razão, no entanto, pois, apesar de o laudo judicial ter concluído pela redução da capacidade laborativa, não há qualquer prova nos autos quanto à ocorrência de acidente, requisito necessário para a concessão do auxílio-acidente, nos termos do art. 86 da LBPS, sendo que a própria autora nada refere acerca de tal evento na petição inicial, limitando-se a postular o auxílio-doença. Ao contrário, conforme referido no laudo judicial, o problema na coluna é uma doença degenerativa, ou seja, não decorreu de acidente de qualquer natureza.
Nesse sentido, vejamos os seguintes precedentes deste TRF:
PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-ACIDENTE INDEVIDO. DOENÇA. AÇÃO IMPROCEDENTE. Reforma da sentença que concedeu o auxílio-acidente, pois se trata de redução de capacidade laborativa que não decorreu de acidente de qualquer natureza, mas sim de doença. (TRF4, APELAÇÃO CÍVEL Nº 0022993-10.2013.404.9999, 6ª TURMA, Des. Federal JOÃO BATISTA PINTO SILVEIRA, POR UNANIMIDADE, D.E. 22/08/2014, PUBLICAÇÃO EM 25/08/2014)
PREVIDENCIÁRIO. CONCESSÃO DE APOSENTADORIA POR INVALIDEZ OU AUXÍLIO-DOENÇA. VISÃO MONOCULAR. INCAPACIDADE LABORAL NÃO COMPROVADA. AUXÍLIO-ACIDENTE. NÃO-CABIMENTO. 1. Não comprovada a incapacidade para o trabalho habitual em decorrência da visão monocular, é indevida a concessão do benefício de aposentadoria por invalidez ou auxílio-doença. 2. Apesar da redução da capacidade laboral, não é cabível a concessão de auxílio-acidente ao autor, uma vez que a perda da visão do seu olho esquerdo não foi precedida por acidente de qualquer natureza. (TRF4, APELAÇÃO/REEXAME NECESSÁRIO Nº 0012469-85.2012.404.9999, 6ª TURMA, Des. Federal NÉFI CORDEIRO, POR UNANIMIDADE, D.E. 08/10/2012, PUBLICAÇÃO EM 09/10/2012)
Ante o exposto, voto por negar provimento ao recurso.
Desembargador Federal JOÃO BATISTA PINTO SILVEIRA
Relator
| Documento eletrônico assinado por Desembargador Federal JOÃO BATISTA PINTO SILVEIRA, Relator, na forma do artigo 1º, inciso III, da Lei 11.419, de 19 de dezembro de 2006 e Resolução TRF 4ª Região nº 17, de 26 de março de 2010. A conferência da autenticidade do documento está disponível no endereço eletrônico http://www.trf4.jus.br/trf4/processos/verifica.php, mediante o preenchimento do código verificador 8084371v2 e, se solicitado, do código CRC 100C43C2. | |
| Informações adicionais da assinatura: | |
| Signatário (a): | João Batista Pinto Silveira |
| Data e Hora: | 25/02/2016 16:43 |
EXTRATO DE ATA DA SESSÃO DE 24/02/2016
APELAÇÃO CÍVEL Nº 0013877-09.2015.4.04.9999/SC
ORIGEM: SC 00002521120148240085
RELATOR | : | Des. Federal JOÃO BATISTA PINTO SILVEIRA |
PRESIDENTE | : | Desembargadora Federal Vânia Hack de Almeida |
PROCURADOR | : | Procurador Regional da República Fábio Venzon |
APELANTE | : | JULSIMARA APARECIDA SULCHINSKI ALBERTON |
ADVOGADO | : | Joel Biratan Machado |
: | Gilson Adolfo Schonell | |
APELADO | : | INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS |
ADVOGADO | : | Procuradoria Regional da PFE-INSS |
Certifico que este processo foi incluído na Pauta do dia 24/02/2016, na seqüência 238, disponibilizada no DE de 05/02/2016, da qual foi intimado(a) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS, o MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL e as demais PROCURADORIAS FEDERAIS.
Certifico que o(a) 6ª TURMA, ao apreciar os autos do processo em epígrafe, em sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
A TURMA, POR UNANIMIDADE, DECIDIU NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.
RELATOR ACÓRDÃO | : | Des. Federal JOÃO BATISTA PINTO SILVEIRA |
VOTANTE(S) | : | Des. Federal JOÃO BATISTA PINTO SILVEIRA |
: | Des. Federal VÂNIA HACK DE ALMEIDA | |
: | Juiz Federal OSNI CARDOSO FILHO |
Gilberto Flores do Nascimento
Diretor de Secretaria
| Documento eletrônico assinado por Gilberto Flores do Nascimento, Diretor de Secretaria, na forma do artigo 1º, inciso III, da Lei 11.419, de 19 de dezembro de 2006 e Resolução TRF 4ª Região nº 17, de 26 de março de 2010. A conferência da autenticidade do documento está disponível no endereço eletrônico http://www.trf4.jus.br/trf4/processos/verifica.php, mediante o preenchimento do código verificador 8152553v1 e, se solicitado, do código CRC 81934C58. | |
| Informações adicionais da assinatura: | |
| Signatário (a): | Gilberto Flores do Nascimento |
| Data e Hora: | 24/02/2016 22:11 |
