APELAÇÃO/REMESSA NECESSÁRIA Nº 5002230-30.2015.4.04.7121/RS
RELATOR | : | JOÃO BATISTA PINTO SILVEIRA |
APELANTE | : | IOLANDA APARECIDA CASTELLOTTI DO AMARAL |
ADVOGADO | : | DIEGO IDALINO RIBEIRO |
APELADO | : | INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS |
EMENTA
PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. INCAPACIDADE LABORATIVA PERMANENTE NÃO COMPROVADA.
Não demonstrada pela perícia oficial ou pelo conjunto probatório a incapacidade permanente para o trabalho da parte autora, é de ser mantida a sentença que concedeu o auxílio-doença.
ACÓRDÃO
Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, decide a Egrégia 6a. Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, por unanimidade, negar provimento ao recurso, nos termos do relatório, votos e notas de julgamento que ficam fazendo parte integrante do presente julgado.
Porto Alegre, 02 de agosto de 2017.
Desembargador Federal JOÃO BATISTA PINTO SILVEIRA
Relator
| Documento eletrônico assinado por Desembargador Federal JOÃO BATISTA PINTO SILVEIRA, Relator, na forma do artigo 1º, inciso III, da Lei 11.419, de 19 de dezembro de 2006 e Resolução TRF 4ª Região nº 17, de 26 de março de 2010. A conferência da autenticidade do documento está disponível no endereço eletrônico http://www.trf4.jus.br/trf4/processos/verifica.php, mediante o preenchimento do código verificador 9066004v3 e, se solicitado, do código CRC 9E7523BF. | |
| Informações adicionais da assinatura: | |
| Signatário (a): | João Batista Pinto Silveira |
| Data e Hora: | 04/08/2017 12:07 |
APELAÇÃO/REMESSA NECESSÁRIA Nº 5002230-30.2015.4.04.7121/RS
RELATOR | : | JOÃO BATISTA PINTO SILVEIRA |
APELANTE | : | IOLANDA APARECIDA CASTELLOTTI DO AMARAL |
ADVOGADO | : | DIEGO IDALINO RIBEIRO |
APELADO | : | INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS |
RELATÓRIO
Cuida-se de apelação de sentença que julgou procedente o pedido de auxílio-doença e/ou de aposentadoria por invalidez, sob o fundamento de que restou comprovada a incapacidade total e temporária.
Apela a parte autora, alegando que há direito à aposentadoria por invalidez já que a incapacidade é permanente.
É o brevíssimo relatório.
VOTO
Controverte-se, na espécie, sobre o acerto ou não da sentença que julgou improcedente o pedido de auxílio-doença e/ou de aposentadoria por invalidez, sob o fundamento de que não foi comprovada a alegação de incapacidade laborativa da parte autora.
Quanto à aposentadoria por invalidez, reza o art. 42 da Lei nº 8.213/91: Art. 42. A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.
Já no que tange ao auxílio-doença, dispõe o art. 59 do mesmo diploma: Art. 59. O auxílio-doença será devido ao segurado que, havendo cumprido, quando for o caso, o período de carência exigido nesta Lei, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 dias consecutivos.
O magistrado a quo julgou procedente a ação, sob o fundamento de que restou comprovada a incapacidade para o trabalho em razão das conclusões extraídas da perícia. De fato, a perícia foi conclusiva no sentido de existir incapacidade total e temporária (e. 31). Não há quaisquer outros elementos de prova que infirmem essa conclusão. Confira-se, no ponto, trecho da sentença que adoto como razões de decidir:
O fato gerador de ambos os benefícios consiste na incapacidade para o exercício de atividade laborativa. O auxílio-doença é devido quando a incapacidade possui caráter temporário. A aposentadoria por invalidez é devida quando a incapacidade verificada é permanente.
O laudo pericial (Evento31) registra a seguinte conclusão:
Há incapacidade laborativa do ponto de vista ortopédico.
A patologia considerada incapacitante foi a artrose pós-traumática de joelho esquerdo.
A incapacidade é total e temporária.
Indicado tratamento conservador de redução ponderal e fisioterapia.
Tempo estimado de recuperação de 06 meses.
A parte autora, em razão da moléstia "Artrose pós-traumática de joelho esquerdo. CID10 M19.1", conforme consta no laudo pericial, está incapaz para o exercício da atividade laborativa desde 19/05/2015.
A condição de segurado e a carência restaram efetivamente comprovadas, conforme informações constantes no CNIS (Evento9), as quais dão conta que, à época do início da incapacidade, a parte autora estava filiada ao RGPS em virtude das contribuições feitas a partir da competência 03/2013 na condição de contribuinte individual.
Nessa medida, a parte autora faz jus ao benefício de auxílio-doença, entretanto não se trata de hipótese para conversão em aposentadoria por invalidez porque a incapacidade não é permanente.
As condições pessoais, sociais e circunstanciais não permitem concluir, neste momento processual, que a incapacidade é permanente. De todo modo, já há notícia nos autos de nova cirurgia (e. 02 da apelação), fato que poderá, no futuro, conduzir à existência de uma contingência social diferente. O êxito no reconhecimento judicial do auxílio-doença, portanto, não deve ser considerado óbice para eventual requerimento de aposentadoria por invalidez na hipótese de mudança da questão fática.
Desta forma, outra interpretação não se pode tirar do conjunto probatório que não seja a de incapacidade que justifique o auxílio-doença e não a aposentadoria por invalidez. Não merece reforma a sentença de procedência da ação.
Frente ao exposto, voto por negar provimento ao recurso.
Desembargador Federal JOÃO BATISTA PINTO SILVEIRA
Relator
| Documento eletrônico assinado por Desembargador Federal JOÃO BATISTA PINTO SILVEIRA, Relator, na forma do artigo 1º, inciso III, da Lei 11.419, de 19 de dezembro de 2006 e Resolução TRF 4ª Região nº 17, de 26 de março de 2010. A conferência da autenticidade do documento está disponível no endereço eletrônico http://www.trf4.jus.br/trf4/processos/verifica.php, mediante o preenchimento do código verificador 9066003v5 e, se solicitado, do código CRC 5CEF4889. | |
| Informações adicionais da assinatura: | |
| Signatário (a): | João Batista Pinto Silveira |
| Data e Hora: | 04/08/2017 12:07 |
EXTRATO DE ATA DA SESSÃO DE 02/08/2017
APELAÇÃO/REMESSA NECESSÁRIA Nº 5002230-30.2015.4.04.7121/RS
ORIGEM: RS 50022303020154047121
RELATOR | : | Des. Federal JOÃO BATISTA PINTO SILVEIRA |
PRESIDENTE | : | Desembargador Federal JOÃO BATISTA PINTO SILVEIRA |
PROCURADOR | : | Dr. Dr. Paulo Gilberto Cogo Leivas |
APELANTE | : | IOLANDA APARECIDA CASTELLOTTI DO AMARAL |
ADVOGADO | : | DIEGO IDALINO RIBEIRO |
APELADO | : | INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS |
Certifico que este processo foi incluído na Pauta do dia 02/08/2017, na seqüência 437, disponibilizada no DE de 17/07/2017, da qual foi intimado(a) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS, o MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL, a DEFENSORIA PÚBLICA e as demais PROCURADORIAS FEDERAIS.
Certifico que o(a) 6ª Turma, ao apreciar os autos do processo em epígrafe, em sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
A TURMA, POR UNANIMIDADE, DECIDIU NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.
RELATOR ACÓRDÃO | : | Des. Federal JOÃO BATISTA PINTO SILVEIRA |
VOTANTE(S) | : | Des. Federal JOÃO BATISTA PINTO SILVEIRA |
: | Juíza Federal TAÍS SCHILLING FERRAZ | |
: | Juiz Federal ARTUR CÉSAR DE SOUZA |
Lídice Peña Thomaz
Secretária de Turma
| Documento eletrônico assinado por Lídice Peña Thomaz, Secretária de Turma, na forma do artigo 1º, inciso III, da Lei 11.419, de 19 de dezembro de 2006 e Resolução TRF 4ª Região nº 17, de 26 de março de 2010. A conferência da autenticidade do documento está disponível no endereço eletrônico http://www.trf4.jus.br/trf4/processos/verifica.php, mediante o preenchimento do código verificador 9115468v1 e, se solicitado, do código CRC 1618D80. | |
| Informações adicionais da assinatura: | |
| Signatário (a): | Lídice Peña Thomaz |
| Data e Hora: | 02/08/2017 19:59 |
