APELAÇÃO CÍVEL Nº 5023584-42.2017.4.04.9999/RS
RELATOR | : | Des. Federal LUIZ CARLOS CANALLI |
APELANTE | : | MARCIA TEREZINHA MACHADO |
ADVOGADO | : | ADÃO IVANOR DO PRADO |
APELADO | : | INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS |
EMENTA
PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. INCAPACIDADE. LAUDO PERICIAL. CONJUNTO PROBATÓRIO.
É indevido o benefício de auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez quando a incapacidade laboral temporária ou definitiva não ficar demonstrada por meio do laudo pericial ou pelo conjunto probatório constante dos autos.
ACÓRDÃO
Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, decide a Egrégia 5ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, por unanimidade, negar provimento à apelação, nos termos do relatório, votos e notas de julgamento que ficam fazendo parte integrante do presente julgado.
Porto Alegre, 20 de março de 2018.
Desembargador Federal LUIZ CARLOS CANALLI
Relator
| Documento eletrônico assinado por Desembargador Federal LUIZ CARLOS CANALLI, Relator, na forma do artigo 1º, inciso III, da Lei 11.419, de 19 de dezembro de 2006 e Resolução TRF 4ª Região nº 17, de 26 de março de 2010. A conferência da autenticidade do documento está disponível no endereço eletrônico http://www.trf4.jus.br/trf4/processos/verifica.php, mediante o preenchimento do código verificador 9330406v6 e, se solicitado, do código CRC 894DF765. | |
| Informações adicionais da assinatura: | |
| Signatário (a): | Luiz Carlos Canalli |
| Data e Hora: | 21/03/2018 18:21 |
APELAÇÃO CÍVEL Nº 5023584-42.2017.4.04.9999/RS
RELATOR | : | LUIZ CARLOS CANALLI |
APELANTE | : | MARCIA TEREZINHA MACHADO |
ADVOGADO | : | ADÃO IVANOR DO PRADO |
APELADO | : | INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS |
RELATÓRIO
Trata-se de apelação oposta contra sentença proferida em março/2017 que julgou improcedente ação visando ao benefício previdenciário de auxílio-doença.
A parte autora foi condenada a pagar as despesas processuais e os honorários advocatícios em favor da parte adversa, em 10% sobre o valor da causa, suspensas as obrigações sucumbenciais em face da AJG.
Apela a parte autora postulando a reforma da sentença. Sustenta a incapacidade laboral, consoante prova existente nos autos, apesar do laudo atestar que a autora não apresenta alterações físicas incapacitantes.
Sem contrarrazões subiram os autos.
É o relatório.
VOTO
Da incapacidade
Tratando-se de benefício por incapacidade, o julgador firma a sua convicção, via de regra, por meio da prova pericial.
No caso dos autos, a parte autora, auxiliar de limpeza, nascida em 04/01/1976, com grau de escolaridade até a 3ª séria do Primeiro Grau, alega incapacidade laboral.
O laudo pericial de set./2016, realizado pelo médico especialista em ortopedia e traumatologia, Dr. Evandro Rocchi (Evento 3 - LAUDOPERI10) informa que a parte autora apresenta a moléstia CID 10 T25-0, sequela de queimadura no pé esquerdo, sendo que o quadro clínico pode ser comprovado a partir de 01/09/2015. Esclarece, todavia, que não há incapacidade laboral, encontrando-se apta para o trabalho, itens 3, 7, do laudo.
Conclui o expert em síntese:
Trata-se de periciada feminina, com 40 anos de idade, com quadro de sequela de queimadura no pé esquerdo. Não apresenta, ao exame médico pericial, alterações do exame físico compatíveis com impedimento para a realização de suas atividades laborais, bem como para o uso de calçados fechados. Apta para o labor.
Destaco que o expert levou em consideração todos os atestados e receitas médicas apresentados, concluindo com firmeza pela capacidade laborativa da requerente.
Registre-se que a doença em si não gera direito ao benefício, apenas a incapacidade, que deve ser devidamente comprovada nos autos. E, quanto a esse requisito, a perícia judicial realizada concluiu pela ausência de incapacidade laborativa.
Outrossim, mesmo sopesadas as condições subjetivas do segurado, reveladas por meio do conjunto fático-probatório existente nos autos, não vejo como alterar a conclusão pericial.
Necessário esclarecer, ademais, que a juntada de diversos atestados médicos não retira credibilidade do laudo pericial judicial, eis que o perito judicial é profissional técnico devidamente habilitado e equidistante das partes.
Ressalto, igualmente, que o perito judicial detém o conhecimento científico necessário ao exame do segurado, ficando ao seu cargo a análise dos exames laboratoriais ou físicos para exarar o seu diagnóstico. A desconsideração do laudo pericial somente se justificaria com base num robusto contexto probatório contraposto à conclusão do perito judicial, constituído por exames que sejam conclusivos acerca da incapacidade para o exercício de atividade laborativa e que efetivamente coloque em dúvida a conclusão do expert do Juízo, o que não é o caso dos autos.
Dessa forma, inexistindo incapacidade laborativa da parte autora, consoante exigem os artigos 42 e 59 da Lei nº 8.213/91, não reclama trânsito a pretensão de concessão/restabelecimento do benefício almejado.
Conclusão
Desprovida a apelação, porque não demonstrada a incapacidade laboral da parte autora por meio do conjunto probatório.
Dispositivo
Frente ao exposto, voto por negar provimento à apelação.
Desembargador Federal LUIZ CARLOS CANALLI
Relator
| Documento eletrônico assinado por Desembargador Federal LUIZ CARLOS CANALLI, Relator, na forma do artigo 1º, inciso III, da Lei 11.419, de 19 de dezembro de 2006 e Resolução TRF 4ª Região nº 17, de 26 de março de 2010. A conferência da autenticidade do documento está disponível no endereço eletrônico http://www.trf4.jus.br/trf4/processos/verifica.php, mediante o preenchimento do código verificador 9330405v3 e, se solicitado, do código CRC 7B94E14A. | |
| Informações adicionais da assinatura: | |
| Signatário (a): | Luiz Carlos Canalli |
| Data e Hora: | 21/03/2018 18:21 |
EXTRATO DE ATA DA SESSÃO DE 20/03/2018
APELAÇÃO CÍVEL Nº 5023584-42.2017.4.04.9999/RS
ORIGEM: RS 00012062320168210133
RELATOR | : | Des. Federal LUIZ CARLOS CANALLI |
PRESIDENTE | : | Luiz Carlos Canalli |
PROCURADOR | : | Dr. Flávio Augusto de Andrade Strapason |
APELANTE | : | MARCIA TEREZINHA MACHADO |
ADVOGADO | : | ADÃO IVANOR DO PRADO |
APELADO | : | INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS |
Certifico que este processo foi incluído no Aditamento da Pauta do dia 20/03/2018, na seqüência 1186, disponibilizada no DE de 02/03/2018, da qual foi intimado(a) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS, o MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL, a DEFENSORIA PÚBLICA e as demais PROCURADORIAS FEDERAIS.
Certifico que o(a) 5ª Turma, ao apreciar os autos do processo em epígrafe, em sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
A TURMA, POR UNANIMIDADE, DECIDIU NEGAR PROVIMENTO À APELAÇÃO.
RELATOR ACÓRDÃO | : | Des. Federal LUIZ CARLOS CANALLI |
VOTANTE(S) | : | Des. Federal LUIZ CARLOS CANALLI |
: | Juiz Federal ALTAIR ANTONIO GREGORIO | |
: | Juíza Federal GISELE LEMKE |
Lídice Peña Thomaz
Secretária de Turma
| Documento eletrônico assinado por Lídice Peña Thomaz, Secretária de Turma, na forma do artigo 1º, inciso III, da Lei 11.419, de 19 de dezembro de 2006 e Resolução TRF 4ª Região nº 17, de 26 de março de 2010. A conferência da autenticidade do documento está disponível no endereço eletrônico http://www.trf4.jus.br/trf4/processos/verifica.php, mediante o preenchimento do código verificador 9356188v1 e, se solicitado, do código CRC E253303D. | |
| Informações adicionais da assinatura: | |
| Signatário (a): | Lídice Peña Thomaz |
| Data e Hora: | 20/03/2018 22:02 |
