APELAÇÃO CÍVEL Nº 5000052-39.2014.4.04.7026/PR
RELATOR | : | TAIS SCHILLING FERRAZ |
REL. ACÓRDÃO | : | Des. Federal JOÃO BATISTA PINTO SILVEIRA |
APELANTE | : | JOAO MARIA RIBEIRO |
ADVOGADO | : | SILVIA REGINA GAZDA SIQUEIRA |
: | ANDRÉ RICARDO SIQUEIRA | |
: | CINTIA MARIA NASCIMENTO ROSA | |
: | CLEYTON EDUARDO TODESCO DELGADO FERNANDES | |
APELADO | : | INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS |
EMENTA
PREVIDENCIÁRIO. CONCESSÃO DE AUXÍLIO-DOENÇA. TUTELA ESPECÍFICA.
1. Comprovado pelo conjunto probatório que a parte autora é portadora de enfermidade que a incapacita para o trabalho, é de ser concedido o auxílio-doença desde a DER. 2. Determina-se o cumprimento imediato do acórdão naquilo que se refere à obrigação de implementar o benefício, por se tratar de decisão de eficácia mandamental que deverá ser efetivada mediante as atividades de cumprimento da sentença stricto sensu previstas no art. 497 do CPC/15, sem a necessidade de um processo executivo autônomo (sine intervallo).
ACÓRDÃO
Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, decide a Egrégia 6ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, por maioria, vencidos a relatora e o Juiz Federal Altair Antonio Gregorio, dar provimento ao recurso, determinar a implantação do benefício e diferir, de ofício, para a fase de execução a forma de cálculo dos juros e correção monetária, adotando-se inicialmente o índice da Lei 11.960/2009, nos termos do relatório, votos e notas de julgamento que ficam fazendo parte integrante do presente julgado.
Porto Alegre, 30 de agosto de 2017.
Desembargador Federal JOÃO BATISTA PINTO SILVEIRA
Relator para Acórdão
| Documento eletrônico assinado por Desembargador Federal JOÃO BATISTA PINTO SILVEIRA, Relator para Acórdão, na forma do artigo 1º, inciso III, da Lei 11.419, de 19 de dezembro de 2006 e Resolução TRF 4ª Região nº 17, de 26 de março de 2010. A conferência da autenticidade do documento está disponível no endereço eletrônico http://www.trf4.jus.br/trf4/processos/verifica.php, mediante o preenchimento do código verificador 9162473v3 e, se solicitado, do código CRC F7C211A9. | |
| Informações adicionais da assinatura: | |
| Signatário (a): | João Batista Pinto Silveira |
| Data e Hora: | 06/09/2017 14:54 |
Apelação Cível Nº 5000052-39.2014.4.04.7026/PR
RELATOR | : | SALISE MONTEIRO SANCHOTENE |
APELANTE | : | JOAO MARIA RIBEIRO |
ADVOGADO | : | SILVIA REGINA GAZDA SIQUEIRA |
: | ANDRÉ RICARDO SIQUEIRA | |
APELADO | : | INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS |
RELATÓRIO
Trata-se de apelação interposta contra sentença (24/01/2017) que julgou improcedente ação visando à concessão de benefício de auxílio-doença.
Apela a parte autora postulando a reforma da sentença. Sustenta que o laudo apresenta contradições, pois ao mesmo tempo em que dá o autor como capaz, indica que o mesmo deve se tratar do alcoolismo. Aduz que o magistrado não está adstrito às conclusões periciais e requer a concessão do benefício.
Com contrarrazões subiram os autos.
VOTO
Nos termos do artigo 1.046 do Código de Processo Civil (CPC), em vigor desde 18 de março de 2016, com a redação que lhe deu a Lei 13.105, de 16 de março de 2015, suas disposições aplicar-se-ão, desde logo, aos processos pendentes, ficando revogada a Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973.
Com as ressalvas feitas nas disposições seguintes a este artigo 1.046 do CPC, compreende-se que não terá aplicação a nova legislação para retroativamente atingir atos processuais já praticados nos processos em curso e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada, conforme expressamente estabelece seu artigo 14.
No caso em apreço, as provas produzidas foram suficientes para formar o convencimento acerca do ponto controvertido.
Tratando-se de benefício por incapacidade, o julgador firma a sua convicção, via de regra, por meio da prova pericial.
No caso dos autos o laudo pericial, realizado por médico do trabalho, Evento 46 - LAUDO1, informa que a parte autora (auxiliar de produção - 54 anos) não se encontra incapaz para o exercício de atividades laborais.
Colhe-se do laudo:
ANTECEDENTES DE SAÚDE DO AUTOR:
É PORTADOR DE DOR NA COLUNA LOMBAR, HAS E NEGA OUTRAS QUEIXAS DE SAÚDE, COM EXCESSÃO AS CITADAS NA PERICIA MÉDICA.
REALIZOU DUAS CIRURGIAS EM JULHO E NOVEMBRO DE 2014 E NEGA OUTRAS CIRURGIAS.
RELATA QUE FAZ USO DE MEDICAÇÃO E AO AVALIARMOS RECEITA MÉDICA APRESENTADA, É ANTIGA, E OBSERVA-SE PRESCRIÇÃO DE LOSARTANA POTÁSSICA, HIDROMET 25 E CARVEDILOL 25 MG.
NÃO REALIZA ATIVIDADES FISICAS, NEM MESMO CAMINHADAS E OU ATIVIDADES ESPORTIVAS, JOGAVA
FUTEBOL ATÉ OS 35 ANOS, RELATA QUE SEU DIVERTIMENTO É BEBER, É ALCOOLATRA À MUITOS ANOS, NEGA ALERGIAS E VIDA SOCIAL ATIVA.
TEM CEFALÉIAS E TONTURAS, HÁ DEFICIT PARA PERTO, FAZ USO DE ÓCULOS, NEGA QUEIXAS AUDITIVAS, FACIAIS, RESPIRATÓRIAS, DIGESTIVAS, RENAIS.
RELATA CANSAÇO NOS BRAÇOS E DOR NA COLUNA VERTEBRAL E PERNAS.
HISTÓRICO LABORATIVO:
COMEÇOU A TRABALHAR AOS 11 ANOS, NA LAVOURA COM OS PAIS E FICOU ATÉ 1992 (ENTÃO COM 30 ANOS);
FOI TRABALHAR EM EMPRESA DE CALÇAMENTO, QUEBRANDO PEDRAS(PARALELEPIPEDOS), POR CERCA DE OITO /10 ANOS. FOI TRABALHAR CUIDANDO DE UM SITIO, POR CERCA DE ¾ ANOS.
VOLTOU PARA A LAVORURA NO PARANÁ, POR MAIS SEIS ANOS.
TRABALHOU EM JOINVILE, POR QUATRO E CINCO ANOS, COMO SERVENTE EM ENCANAMENTO DE ESGOTO E CERCA DE DOIS ANOS COMO ENCARREGADO DE ENCANADOR.
FICOU PARADO POR UM TEMPO, POIS O MÉDICO DIZIA QUE NÃO PODIA TRABALHAR, MAS O INSS NÃO ACEITOU. VEIO PARA ASTORGA EM 2012, E ENTROU COMO AUX. DE PRODUÇÃO EM UMA USINA, SENDO QUE SUA FUNÇÃO, ERA A DE DESENGATE / ENGATE DE JULIETAS. TRABALHOU ATÉ JUNHO DE 2014.
HISTORICO DAS DOENÇAS ALEGADAS:
QUANDO VEIO PARA O PARANÁ EM 2012, RETORNANDO DO SUL DO BRASIL - SC. TINHA HÉRNIA INGUINAL E LIPOMA NAS COSTAS E O MÉDICO DISSE QUE NÃO PODIA MAIS TRABALHAR E QUANDO ENTROU NA USINA E COMEÇOU FAZER FORÇA, PASSOU A SENTIR QUE DOR BRAÇOS E ABAIXO DAS COSTELAS, COM FISGADAS NO TORÁX.
NA ÉPOCA TAMBÉM SENTIA CHIADEIRA NO PEITO E TINHA FALTA DE AR(?), E SEM EDEMAS.
FEZ UM ELETROCARDIOGRAMA Á QUASE UM ANO, ANTES DA CIRURGIA.
SUA PRINCIPAL QUEIXA É DE DOR NO CORPO, INCHAÇO NO PÉ, QUANDO CALÇADO E COM NAUSEAS.
BEBE MUITO, JÁ QUANDO MENOR DE 20 Anos, E SE TIVER DINHEIRO BEBE TODOS OS DIAS E FICA ALCOOLIZADO. BEBE EXAGERADAMENTE. SE TIVER UM LITRO DE PIGA BEBE, SE TIVER UM LITRO E MEIO BEBE E SÓ PARA QUANDO DESMAIA.
EXAMES APRESENTADOS:
13.08.2014:HALDOL 1 MG E CLO 25 MG.
11.07.2014: HALDOL 1 MG.
RECEITAS: DIAZEPAN 10 MG. EM 03.09.2015.
03.12.2015:HALDOL 1 MG E NORTRIPTILINA 25.
SEM DATA: HALDOL 1 MG.
ENCAMINHAMENTO EM 14.01.2015:
INSUFICIÊNCIA CARDIACA;
PRESENÇA DE SOPRO MITRAL SISTÓLICO E AÓRTICO DIASTOLICO.
ATESTADO 10.11. 2014: 30 DIAS. D 17.1. CIRURGIA DE LIPOMA.
CONDIÇÕES ATUAIS:
RELATA QUE TEM TIDO TONTURAS, CABEÇA PESADA E ESQUECE AS COISAS.
SEUS CUIDADOS PESSOAIS E DE HIGIENE FAZ NORMALMENTE. RELATA QUE SUA MAIOR DIFICULDADE PARA TRABALHAR ERA O FATO DE SENTIR TONTURAS, DOR NA BARRIGA E COSTAS, AO FAZER O ENGATE DE JULIETA.
AO EXAME FISICO:
PA: 210 X 100 MM HG.
FC: 88 BPM REG;
PULMÕES: NORMAIS.
MOVIMENTOS NORMAIS.
BOM ESTADO GERAL.
FIGADO AO NIVEL DO REBORDO COSTAL.
SEM SOPROS CAROTIDEOS;
MÃO EXTREMAMENTE CALEJADAS
Em resposta aos quesitos apresentados asseverou o perito:
1. A PARTE É PORTADORA DE ALGUMA MOLÉSTIA/DEFICIÊNCIA/LESÃO FÍSICA OU MENTAL? ESCLARECER DO QUE SE TRATA E QUAIS SÃO AS IMPLICAÇÕES.
R. É PORTADOR DE ALCOOLISMO CRÔNICO, SENDO ESTE SEU PRINCIPAL PROBLEMA DE SAÚDE. APRESENTA TAMBÉM HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA E CARDIOPATIA HIPERTENSIVA LEVE.
OBSERVA-SE QUE AS QUEIXAS SÃO DERIVADAS DE SUA CONDIÇÃO DE DEPENDÊNCIA QUIMICA, ESTANDO TAMBÉM COM NIVEIS PRESSÓRICOS ELEVADOS, QUE SE JUSTIFICAM EM FACE DO PRÓPRIO ALCOOLISMO.
2. QUAIS SÃO OS ÓRGÃOS AFETADOS E QUAIS AS RESTRIÇÕES FÍSICAS/MENTAIS QUE A PARTE AUTORA SOFRE?
R. O ALCOOLISMO ALÉM DAS ALTERAÇÕES ORGAÑICAS, LHE TRÁS PROBLEMAS PSICOLÓGICOS E SOCIAIS.
3. HÁ QUANTO TEMPO A PARTE AUTORA SOFRE DESTA MOLÉSTIA/DEFICIÊNCIA/LESÃO E HÁ QUANTO TEMPO SE MANTÉM O QUADRO VERIFICADO NO MOMENTO DA PERÍCIA?
A MOLÉSTIA/DEFICIÊNCIA/LESÃO ESTÁ EVOLUINDO, ESTÁ REGREDINDO, ESTÁ ESTABILIZADA OU ESTÁ CURADA?
R. É ALCOOLATRA DESDE IDADE INFERIOR A 20 ANOS. SENDO TAMBÉM PORTADOR DE HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA À MUITOS ANOS.
4. COMPARANDO A PARTE AUTORA COM UMA PESSOA SAUDÁVEL, COM A MESMA IDADE E SEXO, ESCLARECER QUAIS RESTRIÇÕES QUE ESTA (PARTE AUTORA) SOFRE EM DECORRÊNCIA DA MOLÉSTIA/DEFICIÊNCIA/LESÃO QUE POSSUI.
R. AS SUAS RESTRIÇÕES SÃO SECUNDÁRIAS AO ALCOOLISMO CRÔNICO.QUE VÃO DESDE FALTA DE DISPOSIÇÃO, MOTIVAÇÃO A CANSAÇO, FADIGA, SINTOMAS DEPRESSIVOS, ISOLACIONISMO SOCIAL, ETC.
5. EXISTE POSSIBILIDADE DE CURA, CONTROLE OU MINORAÇÃO DOS EFEITOS DE TAL MOLÉSTIA/DEFICIÊNCIA/LESÃO? PRESTAR ESCLARECIMENTOS.
R. AS PATOLOGIAS DO AUTOR SÃO PASSIVEIS DE CONTROLE MÉDICO.
6. A PARTE AUTORA NECESSITA DE CUIDADOS MÉDICOS E/OU UTILIZAÇÃO DE MEDICAMENTOS DE FORMA CONSTANTE? ESCLARECER AS NECESSIDADES DA PARTE AUTORA.
R. ENTENDO QUE SIM, INCLUSIVE INTERNAMENTO HOSPITALAR PSIQUIÁTRICO, PARA TRATAMENTO DE SUA DEPENDÊNCIA, POIS É ESTA A BASE DE SEUS PROBLEMAS.
7. LEVANDO-SE EM CONSIDERAÇÃO AS INFORMAÇÕES PRESTADAS PELA PARTE AUTORA, SOBRE SEU TRABALHO OU SOBRE A ATIVIDADE QUE LHE GARANTIA A SUBSISTÊNCIA, ESCLARECER SE ESTA (PARTE AUTORA), ATUALMENTE, PODE CONTINUAR A EXERCER TAIS ATIVIDADES. JUSTIFICAR A RESPOSTA.
R. PODE APRESENTAR, NO MOMENTO, ALGUMAS DIFICULDADES, MAS NÃO INCAPACIDADE PARA TAL.
8. EM ALGUM MOMENTO A PARTE AUTORA DEIXOU DE EXERCER O SEU TRABALHO OU A ATIVIDADE QUE LHE GARANTIA SUBSISTÊNCIA, POR MAIS DE 15 (QUINZE) DIAS, EM RAZÃO DA MOLÉSTIA/DEFICIÊNCIA/LESÃO ANTERIORMENTE MENCIONADA? INFORMAR O PERÍODO.
R. QUANDO FEZ CIRURGICA DE HÉRNIA E LIPOMA, MANTEVE-SE AFASTADO DO TRABALHO. EM GERAL PARA UM BOA RECUPERAÇÃO DE CIRURGIA DE HÉRNIA, SE FAZEM NECESSÁRIOS CERCA DE 60 DIAS. PARA UM LIPOMA, DE REGIAÕ DORSAL POR VOLTA DE QUINZE DIAS E NO MÁXIMO 30 DIAS.
9. NÃO SENDO POSSÍVEL O EXERCÍCIO PELA PARTE AUTORA DE SEU TRABALHO OU DA ATIVIDADE QUE LHE GARANTIA A SUBSISTÊNCIA, ESTA PODE SER REABILITADA PARA O EXERCÍCIO DE OUTRAS ATIVIDADES ECONÔMICAS? PRESTAR ESCLARECIMENTOS E CITAR EXEMPLOS.
R. SE NÃO HOUVER TRATAMENTO ESPECIFICO PARA O ALCOOLISMO ENTENDO QUE NÃO. ASSOCIA-SE AESTE FATOR SUA IDADE E NIVEL DE ESCOLARIDADE.
10. COM BASE EM SUA EXPERIÊNCIA (SR. PERITO), INFORMAR SE A PARTE AUTORA TEM CONDIÇÕES DE REALIZAR ATOS DO COTIDIANO (EX. HIGIENE, ALIMENTAÇÃO, VESTUÁRIO, LAZER, ETC.). PRESTARESCLARECIMENTOS.
R. SIM.
11. A PARTE AUTORA, EM RAZÃO DA MOLÉSTIA/DEFICIÊNCIA/LESÃO QUE POSSUI, NECESSITA DA AJUDA, SUPERVISÃO OU VIGILÂNCIA DE TERCEIROS? ESCLARECER QUAIS SÃO (FORAM) AS NECESSIDADES DA PARTE AUTORA.
R. NÃO.
12. DE ACORDO COM O QUE FOI CONSTATADO, A PARTE AUTORA PODE SER ENQUADRADA COMO:
(c) DIFICULDADES PARA O EXERCÍCIO DE CERTOS TIPOS DE TRABALHO;
13. NÃO SENDO NENHUMA DAS HIPÓTESES ANTERIORES, DESCREVER QUAL É O ENQUADRAMENTO DA PARTE AUTORA.
R. EM RAZÃO DOS NIVEIS DE PRESSÃO ARTERIAL NÃO CONTROLADOS E COMO BEBE DIARIAMENTE, SENDO COMPULSIVO, ESTAS FATORES LHE DIFICULTAM O TRABALHO. NÃO HÁ RESTRIÇÃO PARA SEUS CUIDADOSPESSOAIS E DE HIGIENE.
14. SEGUNDO O ENTENDIMENTO DO SR. PERITO, INFORMAR QUAL É (FOI) O PERCENTUAL (%) DE COMPROMETIMENTO DA CAPACIDADE LABORATIVA DA PARTE AUTORA? DURANTE QUANTO TEMPO PERMANECEU O PERCENTUAL MENCIONADO?
R. NO MOMENTO EM 25%.
15. QUAL A DATA DO INÍCIO DA DOENÇA A QUE ESTÁ ACOMETIDO O AUTOR? QUAL A DATA DO INÍCIO DE SUA INCAPACIDADE?
R. NÃO PRECISA A INFORMAÇÃO. MAS PELOS DADOS OBSERVADOS, O ALCOOLISMO JÁ INICIOU QUANDO O MESMO TINHA MENOS DE 20 ANOS. A HAS É TAMBÉM DE LONGA DATA.
16. ALGUMA DE SUAS MOLÉSTIAS/DEFICIÊNCIAS/LESÕES PODE SER RELACIONADA À SUA ATIVIDADE PROFISSIONAL OU OUTRO ELEMENTO NOCIVO À SAÚDE?
R. ENTENDO QUE NÃO.
17. NO QUE O EXAME PERICIAL FOI EMBASADO (EX. DEPOIMENTO DA PARTA AUTORA, EXAMES, ETC.).
R. AVALIAÇÃO CLINICA E FISICA, DADOS DOS AUTOS E LITERATURA MÉDICA.
18. PRESTAR OUTROS ESCLARECIMENTOS SOBRE O QUE FOI CONSTATADO.
R. A BASE DE SEUS PROBLEMAS É O ALCOOLISMO. SEU NIVEL DE PRESSÃO ARTERIAL ENCONTRA-SE DESCOMPENSADO, SENDO NECESSÁRIO, CONTROLE MAIS ADEQUADO. PORÉM FAZ USO DE MEDICAMENTOS E BEBE EXAGERADAMENTE, DIFICULTANDO O TRATAMENTO.
QUESITOS:
ANALISANDO TODA DOCUMENTAÇÃO MÉDICA CARREADA AOS AUTOS QUAIS MOLÉSTIAS FORAM CONSTATADAS? QUAL A CID E SUA DENOMINAÇÃO?
R. ALCOOLISMO CRÔNICO. HAS E CARDIOPATIA HIPERTENSIVA LEVE.
É POSSÍVEL PRECISAR A QUANTO TEMPO O AUTOR SOFRE DAS MOLÉSTIAS DECLARADAS ACIMA? QUAL A POSSÍVEL DATA DE SEU INÍCIO?
R. NÃO PRECISA A INFORMAÇÃO. MAS PELOS DADOS OBSERVADOS, O ALCOOLISMO JÁ INICIOU QUANDO O MESMO TINHA MENOS DE 20 ANOS. A HAS É TAMBÉM DE LONGA DATA.
NA DATA DO REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO O AUTOR ESTAVA INAPTO A REALIZAR ATIVIDADES LABORAIS?
R. TINHA DIFICULDADES, MAS INAPTIDÃO NÃO.
OS MALES INCAPACITANTES DO AUTOR PODEM SER CONSIDERADOS IRREVERSÍVEIS? PODEM SE AGRAVAR COM O TEMPO?
R. PODEM SER CONTROLADO. MAS O ALCOOLISMO E A HAS, NÃO TEM UMA CURA DEFINITIVA.
OAUTOR ENCONTRA-SE DE FORMA PERMANENTE, PARCIAL OU TOTALMENTE, INCAPACIDADE PARA EXERCER ATIVIDADE QUE LHE GARANTA SUBSISTÊNCIA.
R. NÃO. COM TRATAMENTO DIRECIONADO AO ALCOOLISMO E CONTROLE DE PRESSÃO ESTÁ APTO AO TRABALHO.
SUA DIFICULDADES ATUAIS SÃO EM FUNÇÃO DESTAS ALTERAÇÕES EM SUA SAÚDE O TIPO DE MOLÉSTIA DA QUAL A PARTE AUTORA É PORTADORA A INCAPACITA PARA O EXERCÍCIO DE SUAS ATIVIDADES HABITUAIS? QUAIS?
R. NÃO HÁ RESTRIÇÕES AS SUAS NECESSIDADES DIÁRIAS.
A PACIENTE POSSUI ALGUMA RESTRIÇÃO À ATIVIDADE LABORAL DECORRENTE DAS DOENÇAS DETECTADAS?
R. AS SUAS RESTRIÇÕES SÃO SECUNDÁRIAS AO ALCOOLISMO CRÔNICO. QUE VÃO DESDE FALTA DE DISPOSIÇÃO, MOTIVAÇÃO A CANSAÇO, FADIGA, SINTOMAS DEPRESSIVOS, ISOLACIONISMO SOCIAL, ETC.
É POSSÍVEL ASSEGURAR QUE O PACIENTE É INVÁLIDO PARA O TRABALHO? PARCIAL E PERMANENTE, TOTAL E TEMPORÁRIO OU TOTAL E PERMANENTE?
R. TEM RESTRIÇÕES MOMENTANEAS, MAS NÃO INCAPACIDADE DEFINITIVA, NEM PARCIAL E NEM TOTAL. SEU QUADRO E PASSIVEL DE TRATAMENTO E CONTROLE.
É POSSÍVEL DEFINIR O PERCENTUAL DA INCAPACIDADE LABORATIVA?
R. 25%.
A PACIENTE ESTÁ TOTALMENTE APTO PARA EXERCER SEM QUALQUER PREJUÍZO À SUA SEGURANÇA A ATIVIDADE LABORAL QUE LHE GARANTA SUBSISTÊNCIA? CASO AFIRMATIVO A RESPOSTA DO QUESITO ANTERIOR, PERGUNTA-SE: O RETORNO À MESMA ATIVIDADE EXIGE ALGUM CUIDADO ESPECIAL?
R. APRESENTA NO MOMENTO DIFICULDADES, POIS ESTA HIPERTENSO E BEBENDO COMPULSIVAMENTE. MAS NÃO INCAPACIDADE. NÃO ENTENDO QUE TENHA QUE HAVER CUIDADOS ESPECIAIS, COM EXCESSÃOA NECESSIDADE DO MESMO CONTROLAR SUA PRESSÃO E CORTAR A INGESTA DE ÁLCOOL.
QUAL A ALEGADA FREQÜÊNCIA DOS EPISÓDIOS DE TRANSTORNOS PELA PACIENTE. SÃO CONSIDERADOS MUITO FREQÜENTES?
R. QUANTO AO ALCOOLISMO SIM (DIÁRIO). ALEGA QUE SE TIVER DINHEIRO BEBE, SEM CONTROLE.
OS TRANSTORNOS MENTAIS ATESTADO PELOS DOCUMENTOS ANEXOS AO EVENTO 01 ATEST MED 8 CURSAM COM COMPROMETIMENTO FÍSICO PARA REALIZAÇÃO DE QUALQUER ATIVIDADE?
R. NO MEU ENTENDER NÃO.
O TRATAMENTO TEM SIDO ADEQUADO E CONTÍNUO, COM ACOMPANHAMENTO REGULAR POR MÉDICO ESPECIALISTA E MEDICAMENTOS CONTROLADOS?
R. ENTENDO QUE O AUTOR TENHA INDICAÇÃO DE HOSPITAL PSIQUIÁTRICO PARA SEU VICIO.
O PACIENTE CONSEGUE MANTER, NOS INTERVALOS INTERCRÍTICOS, ALGUMA ATIVIDADE PRODUTIVA?
R.PELO ALCOOLISMO NÃO (POIS HÁ COMPULSÃO PELA BEBIDA).
O PACIENTE ENCONTRA-SE EM IDADE LABORATIVA E POSSUI CONDIÇÕES DE SER INSERIDO NO MERCADO DE TRABALHO?
R. ENTENDO QUE TEM QUE SER ADEQUADAMENTE MANEJADO, POIS É MAIS IMPORTANTE PARA A SAÚDE DO MESMO, UMA INSERÇÃO SOCIAL E PROFISSIONAL, DO QUE CONTINUAR COM A BEBIDA E NÃO EXERCER ATIVIDADES.
A FUNÇÃO LABORATIVA A QUAL A PACIENTE DECLARA EXERCER É COMPATÍVEL COM O QUADRO PATOLÓGICO?
R.O MESMO DESDE 06.2014 NÃO MAIS TRABALHA. APRESENTA UM ATESTADO DE JANEIRO DE 2015 E DE 2014, QUE JUSTIFICARIA A SUA INCAPACIDADE NÃO HÁ NENHUMA DOCUMENTAÇÃO COMPROBATÓRIA.
A FUNÇÃO LABORATIVA A QUAL O PACIENTE DECLARA EXERCER É UM FATOR AGRAVANTE E NEGATIVO PARA O QUADRO PATOLÓGICO?
R. NA REALIDADE O AUTOR TEM DIVERSOS TRABALHOS, NÃO HAVENDO UM ESPECIFICO. PARA O MESMO É PREFERIVEL EXERCER ALGUMA ATIVIDADE, DO QUE O DISTANCIAMENTO DAS PESSOAS, DO TRABALHO ETC.
SEU CURRICULO:
COMEÇOU A TRABALHAR AOS 11 ANOS, NA LAVOURA COM OS PAIS E FICOU ATÉ 1992 (ENTÃO COM 30 ANOS); FOI TRABALHAR EM EMPRESA DE CALÇAMENTO, QUEBRANDO PEDRAS(PARALELEPIPEDOS), POR CERCA DE OITO /10 ANOS. FOI TRABALHAR CUIDANDO DE UM SITIO, POR CERCA DE ¾ ANOS. VOLTOU PARA A LAVORURA NO PARANÁ, POR MAIS SEIS ANOS. TRABALHOU EM JOINVILE, POR QUATRO E CINCO ANOS, COMO SERVENTE EM ENCANAMENTO DE ESGOTO E CERCA DE DOIS ANOS COMO ENCARREGADO DE ENCANADOR. FICOU PARADO POR UM TEMPO, POIS O MÉDICO DIZIA QUE NÃO PODIA TRABALHAR, MAS O INSS NÃO ACEITOU. VEIO PARA ASTORGA EM 2012, E ENTROU COMO AUX. DE PRODUÇÃO EM UMA USINA, SENDO QUE SUA FUNÇÃO, ERA A DE DESENGATE / ENGATE DE JULIETAS. TRABALHAOU ATÉ JUNHO DE 2014.
O AUTOR FAZ USO DE ALGUM TIPO DE MEDICAÇÃO DE FORMA PERMANENTE E CONTINUADA? TAIS MEDICAÇÕES POSSUEM EFEITOS COLATERAIS QUE PREJUDIQUEM A CAPACIDADE LABORAL DOAUTOR?
R. RELATA QUE SIM. ANTIPSICOTICO E ANTIDEPRESSIVO E ANTIHIPERTENSIVO(?)
O PACIENTE APARENTA POSSUIR CONDIÇÕES FINANCEIRAS NECESSÁRIAS PARA SEGUIR À RISCA TODAS AS ORIENTAÇÕES/RECOMENDAÇÕES MÉDICAS?
R. ALEGA QUE NÃO. MAS QUANTO AS ORIENTAÇÕES MÉDICA ENTENDO QUE SEJA PLAUSIVEL SEGUI-LAS.
CONFORME DEMONSTRADO NOS DOCUMENTOS ANEXOS AO EVENTO 1 ATESTEMED8, O AUTOR ALEM DOS TRANSTORNOS MENTAIS TAMBÉM POSSUI ENFERMIDADES ORTOPÉDICAS E INSUFICIÊNCIA CARDÍACA, ASSIM É POSSÍVEL AFIRMAR QUE O AUTOR ESTA APTA PARA EXERCER ATIVIDADE PROFISSIONAL SEM NENHUMRISCO A SUA SAÚDE?
R. O AUTOR NÃO NOS FEZ NENHUMA CITAÇÃO DE PROBLEMAS DE COLUNA (QUANTO A RESTRIÇÕES). O MESMO POR SER HIPERTENSO E NÃO CONTROLADO SOBRECARREGA A BOMBA CARDIACA. MAS SEU EXAME FISICO DO CORAÇÃO NÃO APRESENTA DADOS ANORMAIS. O RITMO, FREQUÊNCIA DO MESMO SÃO COMPATIVEIS COM ANORMALIDADE. NÃO HÁ NENHUM DOCUMENTO, EXAME, QUE NOS INDIQUE MAIORES PROBLEMAS DE CORAÇÃO.
EM SE TRATANDO O AUTOR DE UM ALCOÓLATRA, HÁ A POSSIBILIDADE DE REABILITAÇÃO TOTAL DE SUA CAPACIDADE AFETADA?
R. HÁ POSSIBILIDADE DE SE BUSCAR UM CONTROLE MENTAL E SOCIAL ADEQUADOS PARA O MESMO.
O AUTOR EXERCE A PROFISSÃO DE AUXILIAR DE PRODUÇÃO, FUNÇÃO ESSA ESSENCIALMENTE BRAÇAL, ONDE O ESFORÇO FÍSICO É DIÁRIO E INTENSO, TENDO EM VISTA AS MOLÉSTIAS ORTOPÉDICAS, DIRETAMENTE LIGADAS À COLUNA AS QUAIS ESTA ACOMETIDO, PODEMOS CONSIDERAR QUE O MESMO ESTA INCAPACITADO PARA EXERCER ATIVIDADES LABORAIS?
R. JÁ CITADOS, NO GERAL O MESMO PODE TER DIFICULDADES, MAS NÃO INCAPACIDADE FISICA.
EXISTE TRATAMENTO PARA AS ENFERMIDADES AS QUAIS OAUTOR ESTA ACOMETIDO? QUAL? DE QUANTO TEMPO SERÁ O TRATAMENTO? HAVERÁ NECESSIDADE DE AFASTAMENTO DO TRABALHO? QUAL A PERSPECTIVA DE CURA TOTAL DAS DOENÇAS?
R.QUANTO AO ALCOOLISMO, ENTENDO QUE APENAS AFASTÁ-LO DO TRABALHO E DEIXA-LO MANTER O VICIO É POUCO SALUTAR, ASSIM ENTENDO QUE O MESMO DEVE BUSCAR INTERNAMENTO HOSPITALAR PARA TRATAMENTO. SUAS OUTRAS QUEIXAS SÃO DE TRATAMENTO MEDICAMENTOSO.
PRESTE O SR. MÉDICO PERITO OUTRAS INFORMAÇÕES QUE CONSIDERAR ÚTEIS AO ESCLARECIMENTO DA DEMANDA, DE FORMA CLARA E EM LINGUAGEM ACESSÍVEL AOS LEIGOS
R.A BASE DE SEUS PROBLEMAS É O ALCOOLISMO. SEU NIVEL DE PRESSÃO ARTERIAL ENCONTRA-SE DESCOMPENSADO, SENDO NECESSÁRIO, CONTROLE MAIS ADEQUADO. PORÉM FAZ USO DE MEDICAMENTOS E BEBE EXAGERADAMENTE, DIFICULTANDO O TRATAMENTO. A QUANTIDADE EXCESSIVA DE ÁLCCOL ELEVA SEU NIVES DE PRESSÃO.
Destaco que o perito levou em consideração todos os atestados e receitas médicas apresentados, concluindo com firmeza pela capacidade laborativa da requerente.
Registre-se que a doença em si não gera direito ao benefício, apenas a incapacidade, que deve ser devidamente comprovada nos autos. E, quanto a este requisito, a perícia judicial realizada atestou a inexistência de incapacidade laborativa.
Mesmo consideradas as condições subjetivas do segurado não vejo como alterar a conclusão pericial.
Necessário esclarecer que a juntada de diversos atestados médicos não retira credibilidade do laudo pericial judicial, eis que o perito judicial é profissional técnico devidamente habilitado e eqüidistante das partes.
Ressalto, igualmente, que o perito judicial detém o conhecimento científico necessário ao exame do segurado, ficando ao seu cargo a análise dos exames laboratoriais ou físicos para exarar o seu diagnóstico. A desconsideração do laudo pericial somente se justificaria com base num robusto contexto probatório contraposto à conclusão do perito judicial, constituído por exames que sejam conclusivos acerca da incapacidade para o exercício de atividade laborativa e que efetivamente coloque em dúvida a conclusão do expert do Juízo, o que não é o caso dos autos.
Dessa forma, inexistindo incapacidade laborativa da parte autora, consoante exigem os artigos 42 e 59 da Lei nº 8.213/91, não tem o direito à percepção do benefício pretendido.
Honorários advocatícios e periciais
Os honorários advocatícios seguem a sistemática prevista no artigo 85 do Código de Processo Civil de 2015. Considerando o trabalho adicional em grau de recurso, aplica-se o comando do § 11º do referido artigo.
Assim, estabeleço a majoração da honorária para 15% sobre o valor atualizado da causa, considerando as variáveis dos incisos I a IV do § 2º do artigo 85 do CPC/2015. A exigibilidade de tais verbas permanecerá sobrestada até modificação favorável da situação econômica da parte autora (artigo 98, § 3º, do CPC/2015).
Caso o valor atualizado da causa venha a superar o valor de 200 salários mínimos previsto no § 3º, inciso I, do artigo 85 do CPC/2015, o excedente deverá observar o percentual médio da faixa subsequente, e assim sucessivamente, na forma do §§ 4º, inciso III, e 5º do referido dispositivo legal.
Supro a omissão da sentença para impor à parte autora o ônus de suportar o pagamento dos honorários periciais, com exigibilidade também suspensa até modificação favorável da sua condição econômica.
Conclusão
Improvida a apelação, majorados os honorários advocatícios para 15% sobre o valor atualizado da causa, suprida a omissão da sentença para impor à parte autora o ônus de suportar o pagamento dos honorários periciais, com exigibilidade também suspensa até modificação favorável da sua condição econômica.
Decisão.
Assim sendo, voto por negar provimento ao apelo, majorar os honorários advocatícios para 15% sobre o valor atualizado da causa e condenar a parte autora ao pagamento dos honorários periciais, com exigibilidade também suspensa até modificação favorável da sua condição econômica.
Des. Federal SALISE MONTEIRO SANCHOTENE
Desembargadora Federal
| Documento eletrônico assinado por Des. Federal SALISE MONTEIRO SANCHOTENE, Desembargadora Federal, na forma do artigo 1º, inciso III, da Lei 11.419, de 19 de dezembro de 2006 e Resolução TRF 4ª Região nº 17, de 26 de março de 2010. A conferência da autenticidade do documento está disponível no endereço eletrônico http://www.trf4.jus.br/trf4/processos/verifica.php, mediante o preenchimento do código verificador 8937871v14 e, se solicitado, do código CRC 104CBC4F. | |
| Informações adicionais da assinatura: | |
| Signatário (a): | Salise Monteiro Sanchotene |
| Data e Hora: | 19/05/2017 10:54 |
APELAÇÃO CÍVEL Nº 5000052-39.2014.4.04.7026/PR
RELATOR | : | SALISE MONTEIRO SANCHOTENE |
APELANTE | : | JOAO MARIA RIBEIRO |
ADVOGADO | : | SILVIA REGINA GAZDA SIQUEIRA |
: | ANDRÉ RICARDO SIQUEIRA | |
: | CINTIA MARIA NASCIMENTO ROSA | |
: | CLEYTON EDUARDO TODESCO DELGADO FERNANDES | |
APELADO | : | INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS |
VOTO-VISTA
Controverte-se acerca da sentença que julgou improcedente o pedido de auxílio-doença e/ou de aposentadoria por invalidez, por não ter sido comprovada a incapacidade laborativa da parte autora, o que foi mantido pela Exma. Relatora.
Peço vênia para divergir, pois entendo que o autor tem razão em seu apelo ao postular o auxílio-doença.
Quanto ao auxílio-doença, dispõe o art. 59 da LBPS:
Art. 59. O auxílio-doença será devido ao segurado que, havendo cumprido, quando for o caso, o período de carência exigido nesta Lei, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 dias consecutivos.
Não havendo, na hipótese, discussão a respeito da qualidade de segurado e carência, passa-se à análise da incapacidade laborativa.
Segundo entendimento dominante na jurisprudência pátria, nas ações em que se objetiva a concessão de aposentadoria por invalidez ou auxílio- doença, ou mesmo nos casos de restauração desses benefícios, o julgador firma seu convencimento com base na prova pericial, não deixando de se ater, entretanto, aos demais elementos de prova, sendo certo que embora possível, teoricamente, o exercício de outra atividade pelo segurado, ainda assim a inativação por invalidez deve ser outorgada se, na prática, for difícil a respectiva reabilitação, seja pela natureza da doença ou das atividades normalmente desenvolvidas, seja pela idade avançada.
In casu, foi realizada perícia médico-judicial em 10-12-15, de onde se extraem as seguintes informações acerca do quadro clínico da parte autora (E46):
(...)
Antecedentes de saúde do autor:
É portador de dor na coluna lombar, HAS e nega outras queixas de saúde, com excessão as citadas na pericia médica.
Realizou duas cirurgias em julho e novembro de 2014 e nega outras cirurgias.
Relata que faz uso de medicação e ao avaliarmos receita médica apresentada, é antiga, e observa-se prescrição de losartana potássica, hidromet 25 e carvedilol 25 mg.
Não realiza atividades fisicas, nem mesmo caminhadas e ou atividades esportivas, jogava Futebol até os 35 anos, relata que seu divertimento é beber, é alcoolatra à muitos anos, nega alergias e vida social ativa.
Tem cefaléias e tonturas, há deficit para perto, faz uso de óculos, nega queixas auditivas, faciais, respiratórias, digestivas, renais.
Relata cansaço nos braços e dor na coluna vertebral e pernas.
Histórico laborativo:
começou a trabalhar aos 11 anos, na lavoura com os pais e ficou até 1992 (então com 30 anos);
Foi trabalhar em empresa de calçamento, quebrando pedras (paralelepipedos), por cerca de oito /10 anos. Foi trabalhar cuidando de um sitio, por cerca de ¾ anos.
Voltou para a lavorura no paraná, por mais seis anos.
Trabalhou em joinvile, por quatro e cinco anos, como servente em encanamento de esgoto e cerca de dois anos como encarregado de encanador.
Ficou parado por um tempo, pois o médico dizia que não podia trabalhar, mas o INSS não aceitou. Veio para Astorga em 2012, e entrou como aux. de produção em uma usina, sendo que sua função, era a de desengate / engate de julietas. Trabalhou até junho de 2014.
Historico das doenças alegadas:
Quando veio para o Paraná em 2012, retornando do sul do Brasil - sc. Tinha hérnia inguinal e lipoma nas costas e o médico disse que não podia mais trabalhar e quando entrou na usina e começou fazer força, passou a sentir que dor braços e abaixo das costelas, com fisgadas no toráx.
Na época também sentia chiadeira no peito e tinha falta de ar(?), e sem edemas.
Fez um eletrocardiograma á quase um ano, antes da cirurgia.
Sua principal queixa é de dor no corpo, inchaço no pé, quando calçado e com nauseas.
Bebe muito, já quando menor de 20 anos, e se tiver dinheiro bebe todos os dias e fica alcoolizado. Bebe exageradamente. Se tiver um litro de piga bebe, se tiver um litro e meio bebe e só para quando desmaia.
Exames apresentados:
13.08.2014:haldol 1 mg e clo 25 mg.
11.07.2014: haldol 1 mg.
Receitas: diazepan 10 mg. Em 03.09.2015.
03.12.2015:haldol 1 mg e nortriptilina 25.
Sem data: haldol 1 mg.
Encaminhamento em 14.01.2015:
Insuficiência cardiaca;
Presença de sopro mitral sistólico e aórtico diastolico.
Atestado 10.11. 2014: 30 dias. D 17.1. Cirurgia de lipoma.
Condições atuais:
Relata que tem tido tonturas, cabeça pesada e esquece as coisas.
Seus cuidados pessoais e de higiene faz normalmente. Relata que sua maior dificuldade para trabalhar era o fato de sentir tonturas, dor na barriga e costas, ao fazer o engate de julieta.
Ao exame fisico:
Pa: 210 x 100 mm hg.
Fc: 88 bpm reg;
Pulmões: normais.
Movimentos normais.
Bom estado geral.
Figado ao nivel do rebordo costal.
Sem sopros carotideos;
Mão extremamente calejadas
Em resposta aos quesitos apresentados asseverou o perito:
1. A parte é portadora de alguma moléstia/deficiência/lesão física ou mental? Esclarecer do que se trata e quais são as implicações.
R. É portador de alcoolismo crônico, sendo este seu principal problema de saúde. Apresenta também hipertensão arterial sistêmica e cardiopatia hipertensiva leve.
Observa-se que as queixas são derivadas de sua condição de dependência quimica, estando também com niveis pressóricos elevados, que se justificam em face do próprio alcoolismo.
2. Quais são os órgãos afetados e quais as restrições físicas/mentais que a parte autora sofre?
R. O alcoolismo além das alterações orgânicas, lhe trás problemas psicológicos e sociais.
3. Há quanto tempo a parte autora sofre desta moléstia/deficiência/lesão e há quanto tempo se mantém o quadro verificado no momento da perícia?
A moléstia/deficiência/lesão está evoluindo, está regredindo, está estabilizada ou está curada?
R. É alcoolatra desde idade inferior a 20 anos. Sendo também portador de hipertensão arterial sistêmica à muitos anos.
4. Comparando a parte autora com uma pessoa saudável, com a mesma idade e sexo, esclarecer quais restrições que esta (parte autora) sofre em decorrência da moléstia/deficiência/lesão que possui.
R. As suas restrições são secundárias ao alcoolismo crônico.que vão desde falta de disposição, motivação a cansaço, fadiga, sintomas depressivos, isolacionismo social, etc.
5. Existe possibilidade de cura, controle ou minoração dos efeitos de tal moléstia/deficiência/lesão? Prestar esclarecimentos.
R. As patologias do autor são passiveis de controle médico.
6. A parte autora necessita de cuidados médicos e/ou utilização de medicamentos de forma constante? Esclarecer as necessidades da parte autora.
R. Entendo que sim, inclusive internamento hospitalar psiquiátrico, para tratamento de sua dependência, pois é esta a base de seus problemas.
7. Levando-se em consideração as informações prestadas pela parte autora, sobre seu trabalho ou sobre a atividade que lhe garantia a subsistência, esclarecer se esta (parte autora), atualmente, pode continuar a exercer tais atividades. Justificar a resposta.
R. Pode apresentar, no momento, algumas dificuldades, mas não incapacidade para tal.
8. Em algum momento a parte autora deixou de exercer o seu trabalho ou a atividade que lhe garantia subsistência, por mais de 15 (quinze) dias, em razão da moléstia/deficiência/lesão anteriormente mencionada? Informar o período.
R. Quando fez cirurgica de hérnia e lipoma, manteve-se afastado do trabalho. Em geral para um boa recuperação de cirurgia de hérnia, se fazem necessários cerca de 60 dias. Para um lipoma, de regiaõ dorsal por volta de quinze dias e no máximo 30 dias.
9. Não sendo possível o exercício pela parte autora de seu trabalho ou da atividade que lhe garantia a subsistência, esta pode ser reabilitada para o exercício de outras atividades econômicas? Prestar esclarecimentos e citar exemplos.
R. Se não houver tratamento especifico para o alcoolismo entendo que não. Associa-se a este fator sua idade e nivel de escolaridade.
10. Com base em sua experiência (sr. Perito), informar se a parte autora tem condições de realizar atos do cotidiano (ex. Higiene, alimentação, vestuário, lazer, etc.). Prestar esclarecimentos.
R. Sim.
11. A parte autora, em razão da moléstia/deficiência/lesão que possui, necessita da ajuda, supervisão ou vigilância de terceiros? Esclarecer quais são (foram) as necessidades da parte autora.
R. Não.
12. De acordo com o que foi constatado, a parte autora pode ser enquadrada como:
(c) dificuldades para o exercício de certos tipos de trabalho;
13. Não sendo nenhuma das hipóteses anteriores, descrever qual é o enquadramento da parte autora.
R. Em razão dos niveis de pressão arterial não controlados e como bebe diariamente, sendo compulsivo, estas fatores lhe dificultam o trabalho. Não há restrição para seus cuidados pessoais e de higiene.
14. Segundo o entendimento do sr. Perito, informar qual é (foi) o percentual (%) de comprometimento da capacidade laborativa da parte autora? Durante quanto tempo permaneceu o percentual mencionado?
R. No momento em 25%.
15. Qual a data do início da doença a que está acometido o autor? Qual a data do início de sua incapacidade?
R. Não precisa a informação. Mas pelos dados observados, o alcoolismo já iniciou quando o mesmo tinha menos de 20 anos. A HAS é também de longa data.
16. Alguma de suas moléstias/deficiências/lesões pode ser relacionada à sua atividade profissional ou outro elemento nocivo à saúde?
R. Entendo que não.
17. No que o exame pericial foi embasado (ex. Depoimento da parta autora, exames, etc.).
R. Avaliação clinica e fisica, dados dos autos e literatura médica.
18. Prestar outros esclarecimentos sobre o que foi constatado.
R. A base de seus problemas é o alcoolismo. Seu nivel de pressão arterial encontra-se descompensado, sendo necessário, controle mais adequado. Porém faz uso de medicamentos e bebe exageradamente, dificultando o tratamento.
Quesitos:
Analisando toda documentação médica carreada aos autos quais moléstias foram constatadas? Qual a cid e sua denominação?
R. Alcoolismo crônico. HAS e cardiopatia hipertensiva leve.
É possível precisar a quanto tempo o autor sofre das moléstias declaradas acima? Qual a possível data de seu início?
R. Não precisa a informação. Mas pelos dados observados, o alcoolismo já iniciou quando o mesmo tinha menos de 20 anos. A HAS é também de longa data.
Na data do requerimento administrativo o autor estava inapto a realizar atividades laborais?
R. Tinha dificuldades, mas inaptidão não.
Os males incapacitantes do autor podem ser considerados irreversíveis? Podem se agravar com o tempo?
R. Podem ser controlado. Mas o alcoolismo e a HAS, não tem uma cura definitiva.
O autor encontra-se de forma permanente, parcial ou totalmente, incapacidade para exercer atividade que lhe garanta subsistência.
R. Não. Com tratamento direcionado ao alcoolismo e controle de pressão está apto ao trabalho.
Sua dificuldades atuais são em função destas alterações em sua saúde o tipo de moléstia da qual a parte autora é portadora a incapacita para o exercício de suas atividades habituais? Quais?
R. Não há restrições as suas necessidades diárias.
A paciente possui alguma restrição à atividade laboral decorrente das doenças detectadas?
R. As suas restrições são secundárias ao alcoolismo crônico. Que vão desde falta de disposição, motivação a cansaço, fadiga, sintomas depressivos, isolacionismo social, etc.
É possível assegurar que o paciente é inválido para o trabalho? Parcial e permanente, total e temporário ou total e permanente?
R. Tem restrições momentaneas, mas não incapacidade definitiva, nem parcial e nem total. Seu quadro e passivel de tratamento e controle.
É possível definir o percentual da incapacidade laborativa?
R. 25%.
A paciente está totalmente apto para exercer sem qualquer prejuízo à sua segurança a atividade laboral que lhe garanta subsistência? Caso afirmativo a resposta do quesito anterior, pergunta-se: o retorno à mesma atividade exige algum cuidado especial?
R. Apresenta no momento dificuldades, pois esta hipertenso e bebendo compulsivamente. Mas não incapacidade. Não entendo que tenha que haver cuidados especiais, com exceção a necessidade do mesmo controlar sua pressão e cortar a ingesta de álcool.
Qual a alegada freqüência dos episódios de transtornos pela paciente. São considerados muito freqüentes?
R. Quanto ao alcoolismo sim (diário). Alega que se tiver dinheiro bebe, sem controle.
Os transtornos mentais atestado pelos documentos anexos ao evento 01 atest med 8 cursam com comprometimento físico para realização de qualquer atividade?
R. No meu entender não.
O tratamento tem sido adequado e contínuo, com acompanhamento regular por médico especialista e medicamentos controlados?
R. Entendo que o autor tenha indicação de hospital psiquiátrico para seu vicio.
O paciente consegue manter, nos intervalos intercríticos, alguma atividade produtiva?
R.pelo alcoolismo não (pois há compulsão pela bebida).
O paciente encontra-se em idade laborativa e possui condições de ser inserido no mercado de trabalho?
R. Entendo que tem que ser adequadamente manejado, pois é mais importante para a saúde do mesmo, uma inserção social e profissional, do que continuar com a bebida e não exercer atividades.
A função laborativa a qual a paciente declara exercer é compatível com o quadro patológico?
R.o mesmo desde 06.2014 não mais trabalha. Apresenta um atestado de janeiro de 2015 e de 2014, que justificaria a sua incapacidade não há nenhuma documentação comprobatória.
A função laborativa a qual o paciente declara exercer é um fator agravante e negativo para o quadro patológico?
R. Na realidade o autor tem diversos trabalhos, não havendo um especifico. Para o mesmo é preferivel exercer alguma atividade, do que o distanciamento das pessoas, do trabalho etc.
Seu curriculo:
Começou a trabalhar aos 11 anos, na lavoura com os pais e ficou até 1992 (então com 30 anos); foi trabalhar em empresa de calçamento, quebrando pedras(paralelepipedos), por cerca de oito /10 anos. Foi trabalhar cuidando de um sitio, por cerca de ¾ anos. Voltou para a lavorura no paraná, por mais seis anos. Trabalhou em joinvile, por quatro e cinco anos, como servente em encanamento de esgoto e cerca de dois anos como encarregado de encanador. Ficou parado por um tempo, pois o médico dizia que não podia trabalhar, mas o INSS não aceitou. Veio para Astorga em 2012, e entrou como aux. De produção em uma usina, sendo que sua função, era a de desengate / engate de julietas. Trabalhaou até junho de 2014.
O autor faz uso de algum tipo de medicação de forma permanente e continuada? Tais medicações possuem efeitos colaterais que prejudiquem a capacidade laboral do autor?
R. Relata que sim. Antipsicotico e antidepressivo e antihipertensivo(?)
O paciente aparenta possuir condições financeiras necessárias para seguir à risca todas as orientações/recomendações médicas?
R. Alega que não. Mas quanto as orientações médica entendo que seja plausivel segui-las.
Conforme demonstrado nos documentos anexos ao evento 1 atestemed8, o autor alem dos transtornos mentais também possui enfermidades ortopédicas e insuficiência cardíaca, assim é possível afirmar que o autor esta apta para exercer atividade profissional sem nenhumrisco a sua saúde?
R. O autor não nos fez nenhuma citação de problemas de coluna (quanto a restrições). O mesmo por ser hipertenso e não controlado sobrecarrega a bomba cardiaca. Mas seu exame fisico do coração não apresenta dados anormais. O ritmo, frequência do mesmo são compativeis com anormalidade. Não há nenhum documento, exame, que nos indique maiores problemas de coração.
Em se tratando o autor de um alcoólatra, há a possibilidade de reabilitação total de sua capacidade afetada?
R. Há possibilidade de se buscar um controle mental e social adequados para o mesmo.
O autor exerce a profissão de auxiliar de produção, função essa essencialmente braçal, onde o esforço físico é diário e intenso, tendo em vista as moléstias ortopédicas, diretamente ligadas à coluna as quais esta acometido, podemos considerar que o mesmo esta incapacitado para exercer atividades laborais?
R. Já citados, no geral o mesmo pode ter dificuldades, mas não incapacidade fisica.
Existe tratamento para as enfermidades as quais oautor esta acometido? Qual? De quanto tempo será o tratamento? Haverá necessidade de afastamento do trabalho? Qual a perspectiva de cura total das doenças?
R. quanto ao alcoolismo, entendo que apenas afastá-lo do trabalho e deixa-lo manter o vicio é pouco salutar, assim entendo que o mesmo deve buscar internamento hospitalar para tratamento. Suas outras queixas são de tratamento medicamentoso.
Preste o sr. Médico perito outras informações que considerar úteis ao esclarecimento da demanda, de forma clara e em linguagem acessível aos leigos
R. a base de seus problemas é o alcoolismo. Seu nivel de pressão arterial encontra-se descompensado, sendo necessário, controle mais adequado. Porém faz uso de medicamentos e bebe exageradamente, dificultando o tratamento. A quantidade excessiva de álccol eleva seu nives de pressão.
Dos autos, constam outros elementos sobre a parte autora (E1, E26, E29, E58, E66):
a) idade: 54 anos (nascimento em 12-09-62);
b) profissão: o autor trabalhou como empregado/servente/encanador/encarregado/auxiliar de produção entre 1985 e 07/14 em períodos intercalados;
c) histórico de benefícios: o autor requereu auxílio-doença em 07-12-11 e em 15-07-14, indeferidos em razão de perícia médica contrária, e em 29-11-14, indeferido por não comparecimento à perícia; ajuizou a presente ação em 28-11-14, postulando a concessão de auxílio-doença e/ou de aposentadoria por invalidez desde a 1ª DER ou da 2ª DER;
d) laudo do INSS de 31-07-14, cujo diagnóstico foi de CID M54.5 (dor lombar baixa); idem o de 19-08-14;
e) encaminhamento para cirurgia de linfoma volumoso na região dorsal de 21-10-14; atestado médico de 10-11-14, onde consta necessidade de trinta dias de repouso por CID Q17.1; atestado de psiquiatra de 25-07-14, onde consta CID F10 em uso de medicamentos, solicitando afastamento por 60 dias para estabilização do quadro; relatório de cardiologista de 12-08-14, onde consta insuficiência cardíaca e HAS sem contraindicação ao procedimento proposto; atestado de 21-08-14, onde consta incapacitado para o trabalho; atestado de 03-09-14, referindo necessidade de trinta dias de repouso; atestado de psiquiatra de 15-08-14, onde consta necessidade de 45 dias de repouso por CID F10.3; relatório de cardiologista de 12-08-14, onde consta acompanhamento por HAS e insuficiência cardíaca CID I10.0 e F10.0;
f) US da região dorsal de 15-07-14; concessão de passe livre interestadual de 05-09-14, onde consta F10.3; RX de tórax de 02-07-14; laudo de ecodopplercardiograma de 02-06-14; declaração de enfermeira do CAPS de 21-06-16, no sentido de que o autor iniciou consultas em 30-06-14; relatório do CAPS de 31-08-16, no sentido de que o autor está em tratamento desde 27-06-16 sem previsão de alta;
g) laudo do INSS de 02-02-12, cujo diagnóstico foi de CID K42 (hérnia umbilical); idem o de 30-07-13; laudo de 31-07-14, cujo diagnóstico foi de CID M54.5 (dor lombar baixa); idem o de 19-08-14 e de 21-10-14.
Diante de todo o conjunto probatório, entendo que restou comprovada a incapacidade laborativa temporária do autor que, conforme o laudo judicial, é portador de alcoolismo crônico, sendo este seu principal problema de saúde. Apresenta também hipertensão arterial sistêmica e cardiopatia hipertensiva leve... As suas restrições são secundárias ao alcoolismo crônico, que vão desde falta de disposição, motivação a cansaço, fadiga, sintomas depressivos, isolacionismo social, etc... Entendo que sim, inclusive internamento hospitalar psiquiátrico, para tratamento de sua dependência, pois é esta a base de seus problemas...9. Não sendo possível o exercício pela parte autora de seu trabalho ou da atividade que lhe garantia a subsistência, esta pode ser reabilitada para o exercício de outras atividades econômicas? Prestar esclarecimentos e citar exemplos. R. Se não houver tratamento especifico para o alcoolismo entendo que não. Associa-se a este fator sua idade e nivel de escolaridade...R. Em razão dos niveis de pressão arterial não controlados e como bebe diariamente, sendo compulsivo, estas fatores lhe dificultam o trabalho... R. Tem restrições momentaneas, mas não incapacidade definitiva, nem parcial e nem total. Seu quadro e passivel de tratamento e controle. É possível definir o percentual da incapacidade laborativa?R. 25%. Além disso, na perícia judicial constou que Quando fez cirurgica de hérnia e lipoma, manteve-se afastado do trabalho. Em geral para um boa recuperação de cirurgia de hérnia, se fazem necessários cerca de 60 dias. Para um lipoma, de região dorsal por volta de quinze dias e no máximo 30 dias. Assim, comprovado que o autor está realmente doente, tanto que necessita de tratamento (internação), não tenho dúvida de que ele está sem condições de exercer qualquer atividade laboral.
Dessa forma, dou parcial provimento ao recurso para condenar o INSS a conceder o auxílio-doença desde a DER (15-07-14), com o pagamento dos valores atrasados.
Juros moratórios e correção monetária
A questão da atualização monetária das quantias a que é condenada a Fazenda Pública, dado o caráter acessório de que se reveste, não deve ser impeditiva da regular marcha do processo no caminho da conclusão da fase de conhecimento.
Firmado em sentença, em apelação ou remessa oficial o cabimento dos juros e da correção monetária por eventual condenação imposta ao ente público e seus termos iniciais, a forma como serão apurados os percentuais correspondentes, sempre que se revelar fator impeditivo ao eventual trânsito em julgado da decisão condenatória, pode ser diferida para a fase de cumprimento, observando-se a norma legal e sua interpretação então em vigor. Isso porque é na fase de cumprimento do título judicial que deverá ser apresentado, e eventualmente questionado, o real valor a ser pago a título de condenação, em total observância à legislação de regência.
O recente art. 491 do NCPC, ao prever, como regra geral, que os consectários já sejam definidos na fase de conhecimento, deve ter sua interpretação adequada às diversas situações concretas que reclamarão sua aplicação. Não por outra razão seu inciso I traz exceção à regra do caput, afastando a necessidade de predefinição quando não for possível determinar, de modo definitivo, o montante devido. A norma vem com o objetivo de favorecer a celeridade e a economia processuais, nunca para frear o processo.
E no caso, o enfrentamento da questão pertinente ao índice de correção monetária, a partir da vigência da Lei 11.960/09, nos débitos da Fazenda Pública, embora de caráter acessório, tem criado graves óbices à razoável duração do processo, especialmente se considerado que pende de julgamento no STF a definição, em regime de repercussão geral, quanto à constitucionalidade da utilização do índice da poupança na fase que antecede a expedição do precatório (RE 870.947, Tema 810).
Tratando-se de débito, cujos consectários são totalmente definidos por lei, inclusive quanto ao termo inicial de incidência, nada obsta a que seja diferida a solução definitiva para a fase de cumprimento do julgado, em que, a propósito, poderão as partes, se assim desejarem, mais facilmente conciliar acerca do montante devido, de modo a finalizar definitivamente o processo.
Sobre esta possibilidade, já existe julgado da Terceira Seção do STJ, em que assentado que "diante a declaração de inconstitucionalidade parcial do artigo 5º da Lei n. 11.960/09 (ADI 4357/DF), cuja modulação dos efeitos ainda não foi concluída pelo Supremo Tribunal Federal, e por transbordar o objeto do mandado de segurança a fixação de parâmetros para o pagamento do valor constante da portaria de anistia, por não se tratar de ação de cobrança, as teses referentes aos juros de mora e à correção monetária devem ser diferidas para a fase de execução. 4. Embargos de declaração rejeitados". (EDcl no MS 14.741/DF, Rel. Ministro JORGE MUSSI, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 08/10/2014, DJe 15/10/2014).
Na mesma linha vêm decidindo as duas turmas de Direito Administrativo desta Corte (2ª Seção), à unanimidade, (Ad exemplum: os processos 5005406-14.2014.404.7101 3ª Turma, julgado em 01-06-2016 e 5052050-61.2013.404.7000, 4ª Turma, julgado em 25/05/2016)
Portanto, em face da incerteza quanto ao índice de atualização monetária, e considerando que a discussão envolve apenas questão acessória no contexto da lide, à luz do que preconizam os art. 4º, 6º e 8º do novo Código de Processo Civil, mostra-se adequado e racional diferir-se para a fase de execução a solução em definitivo acerca dos critérios de correção, ocasião em que, provavelmente, a questão já terá sido dirimida pelo tribunal superior, o que conduzirá à observância, pelos julgadores, ao fim e ao cabo, da solução uniformizadora.
A fim de evitar novos recursos, inclusive na fase de cumprimento de sentença, e anteriormente à solução definitiva pelo STF sobre o tema, a alternativa é que o cumprimento do julgado se inicie, adotando-se os índices da Lei 11.960/2009, inclusive para fins de expedição de precatório ou RPV pelo valor incontroverso, diferindo-se para momento posterior ao julgamento pelo STF a decisão do juízo sobre a existência de diferenças remanescentes, a serem requisitadas, acaso outro índice venha a ter sua aplicação legitimada.
Os juros de mora, incidentes desde a citação, como acessórios que são, também deverão ter sua incidência garantida na fase de cumprimento de sentença, observadas as disposições legais vigentes conforme os períodos pelos quais perdurar a mora da Fazenda Pública.
Evita-se, assim, que o presente feito fique paralisado, submetido a infindáveis recursos, sobrestamentos, juízos de retratação, e até ações rescisórias, com comprometimento da efetividade da prestação jurisdicional, apenas para solução de questão acessória.
Diante disso, difere-se para a fase de cumprimento de sentença a forma de cálculo dos consectários legais, adotando-se inicialmente o índice da Lei 11.960/2009.
Da Verba Honorária
Os honorários advocatícios, ônus exclusivos do INSS, devem ser fixados em 10% sobre o valor da condenação, excluídas as parcelas vincendas, observando-se a Súmula 76 desta Corte: "Os honorários advocatícios, nas ações previdenciárias, devem incidir somente sobre as parcelas vencidas até a data da sentença de procedência ou do acórdão que reforme a sentença de improcedência".
Das Custas Processuais
O INSS é isento do pagamento das custas no Foro Federal (art. 4.º, I, da Lei n.º 9.289/96) e na Justiça Estadual do Rio Grande do Sul, de acordo com disposto no art. 5°, I, da Lei Estadual nº 14.634/14, que institui a Taxa Única de Serviços Judiciais desse Estado, ressalvando-se que tal isenção não o exime da obrigação de reembolsar eventuais despesas judiciais feitas pela parte vencedora (§ único do art. 5º). Salienta-se, ainda, que nessa taxa única não estão incluídas as despesas processuais mencionadas no § único do art. 2° da referida Lei, tais como remuneração de peritos e assistentes técnicos, despesas de condução de oficiais de justiça, entre outras.
Tal isenção não se aplica quando o INSS é demandado na Justiça Estadual do Paraná (Súmula 20 do TRF4), devendo ser salientado, ainda, que no Estado de Santa Catarina (art. 33, § único, da Lei Complementar estadual 156/97), a autarquia responde pela metade do valor.
Tutela Específica
Considerando os termos do art. 497 do CPC/2015, que repete dispositivo constante do art. 461 do Código de Processo Civil/1973, e o fato de que, em princípio, a presente decisão não está sujeita a recurso com efeito suspensivo (Questão de Ordem na AC nº 2002.71.00.050349-7/RS - Rel. p/ acórdão Desemb. Federal Celso Kipper, julgado em 09/08/2007 - 3.ª Seção), o presente julgado deverá ser cumprido de imediato quanto à implantação do benefício postulado, no prazo de 45 dias.
Na hipótese de a parte autora já se encontrar em gozo de benefício previdenciário, deve o INSS implantar o benefício deferido judicialmente apenas se o valor de sua renda mensal atual for superior ao daquele.
Faculta-se à parte beneficiária manifestar eventual desinteresse quanto ao cumprimento desta determinação.
Ante o exposto, voto por dar provimento ao recurso, determinar a implantação do benefício e diferir, de ofício, para a fase de execução a forma de cálculo dos juros e correção monetária, adotando-se inicialmente o índice da Lei 11.960/2009.
Desembargador Federal JOÃO BATISTA PINTO SILVEIRA
| Documento eletrônico assinado por Desembargador Federal JOÃO BATISTA PINTO SILVEIRA, , na forma do artigo 1º, inciso III, da Lei 11.419, de 19 de dezembro de 2006 e Resolução TRF 4ª Região nº 17, de 26 de março de 2010. A conferência da autenticidade do documento está disponível no endereço eletrônico http://www.trf4.jus.br/trf4/processos/verifica.php, mediante o preenchimento do código verificador 9014311v4 e, se solicitado, do código CRC 9E9CD88E. | |
| Informações adicionais da assinatura: | |
| Signatário (a): | João Batista Pinto Silveira |
| Data e Hora: | 07/07/2017 12:07 |
EXTRATO DE ATA DA SESSÃO DE 17/05/2017
Apelação Cível Nº 5000052-39.2014.4.04.7026/PR
ORIGEM: PR 50000523920144047026
RELATOR | : | Des. Federal SALISE MONTEIRO SANCHOTENE |
PRESIDENTE | : | Desembargadora Federal Vânia Hack de Almeida |
PROCURADOR | : | Procurador Regional da Republica Paulo Gilberto Cogo Leivas |
SUSTENTAÇÃO ORAL | : | Dra. Cleyton Eduardo Todesco Delgado Fernandes (Videoconferência de Londrina) |
APELANTE | : | JOAO MARIA RIBEIRO |
ADVOGADO | : | SILVIA REGINA GAZDA SIQUEIRA |
: | ANDRÉ RICARDO SIQUEIRA | |
APELADO | : | INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS |
Certifico que este processo foi incluído na Pauta do dia 17/05/2017, na seqüência 1587, disponibilizada no DE de 02/05/2017, da qual foi intimado(a) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS, o MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL e as demais PROCURADORIAS FEDERAIS.
Certifico que o(a) 6ª TURMA, ao apreciar os autos do processo em epígrafe, em sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
APÓS O VOTO DA DES. FEDERAL SALISE MONTEIRO SANCHOTENE NO SENTIDO DE NEGAR PROVIMENTO AO APELO, MAJORAR OS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS PARA 15% SOBRE O VALOR ATUALIZADO DA CAUSA E CONDENAR A PARTE AUTORA AO PAGAMENTO DOS HONORÁRIOS PERICIAIS, COM EXIGIBILIDADE TAMBÉM SUSPENSA ATÉ MODIFICAÇÃO FAVORÁVEL DA SUA CONDIÇÃO ECONÔMICA, PEDIU VISTA O DES. FEDERAL JOÃO BATISTA PINTO SILVEIRA. AGUARDA A DESEMBARGADORA FEDERAL VÂNIA HACK DE ALMEIDA.
PEDIDO DE VISTA | : | Des. Federal JOÃO BATISTA PINTO SILVEIRA |
VOTANTE(S) | : | Des. Federal SALISE MONTEIRO SANCHOTENE |
Gilberto Flores do Nascimento
Diretor de Secretaria
| Documento eletrônico assinado por Gilberto Flores do Nascimento, Diretor de Secretaria, na forma do artigo 1º, inciso III, da Lei 11.419, de 19 de dezembro de 2006 e Resolução TRF 4ª Região nº 17, de 26 de março de 2010. A conferência da autenticidade do documento está disponível no endereço eletrônico http://www.trf4.jus.br/trf4/processos/verifica.php, mediante o preenchimento do código verificador 8999162v1 e, se solicitado, do código CRC 74B4002F. | |
| Informações adicionais da assinatura: | |
| Signatário (a): | Gilberto Flores do Nascimento |
| Data e Hora: | 18/05/2017 17:19 |
EXTRATO DE ATA DA SESSÃO DE 21/06/2017
APELAÇÃO CÍVEL Nº 5000052-39.2014.4.04.7026/PR
ORIGEM: PR 50000523920144047026
RELATOR | : | Des. Federal SALISE MONTEIRO SANCHOTENE |
PRESIDENTE | : | Desembargadora Federal Vânia Hack de Almeida |
PROCURADOR | : | Procurador Regional da República Eduardo Kurtz Lorenzoni |
APELANTE | : | JOAO MARIA RIBEIRO |
ADVOGADO | : | SILVIA REGINA GAZDA SIQUEIRA |
: | ANDRÉ RICARDO SIQUEIRA | |
: | CINTIA MARIA NASCIMENTO ROSA | |
: | CLEYTON EDUARDO TODESCO DELGADO FERNANDES | |
APELADO | : | INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS |
Certifico que este processo foi incluído na Pauta do dia 21/06/2017, na seqüência 21, disponibilizada no DE de 09/06/2017, da qual foi intimado(a) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS, o MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL e as demais PROCURADORIAS FEDERAIS.
Certifico que o(a) 6ª TURMA, ao apreciar os autos do processo em epígrafe, em sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
ADIADO O JULGAMENTO.
Gilberto Flores do Nascimento
Diretor de Secretaria
| Documento eletrônico assinado por Gilberto Flores do Nascimento, Diretor de Secretaria, na forma do artigo 1º, inciso III, da Lei 11.419, de 19 de dezembro de 2006 e Resolução TRF 4ª Região nº 17, de 26 de março de 2010. A conferência da autenticidade do documento está disponível no endereço eletrônico http://www.trf4.jus.br/trf4/processos/verifica.php, mediante o preenchimento do código verificador 9053479v1 e, se solicitado, do código CRC F7D4FD8F. | |
| Informações adicionais da assinatura: | |
| Signatário (a): | Gilberto Flores do Nascimento |
| Data e Hora: | 22/06/2017 08:04 |
EXTRATO DE ATA DA SESSÃO DE 05/07/2017
APELAÇÃO CÍVEL Nº 5000052-39.2014.4.04.7026/PR
ORIGEM: PR 50000523920144047026
RELATOR | : | Des. Federal SALISE MONTEIRO SANCHOTENE |
PRESIDENTE | : | Desembargador Federal JOÃO BATISTA PINTO SILVEIRA |
PROCURADOR | : | Dr. Domingos Sávio Dresch da Silveira |
APELANTE | : | JOAO MARIA RIBEIRO |
ADVOGADO | : | SILVIA REGINA GAZDA SIQUEIRA |
: | ANDRÉ RICARDO SIQUEIRA | |
: | CINTIA MARIA NASCIMENTO ROSA | |
: | CLEYTON EDUARDO TODESCO DELGADO FERNANDES | |
APELADO | : | INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS |
Certifico que o(a) 6ª TURMA, ao apreciar os autos do processo em epígrafe, em sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
PROSSEGUINDO NO JULGAMENTO, APÓS O VOTO-VISTA DIVERGENTE DO DES. FEDERAL JOÃO BATISTA PINTO SILVEIRA NO SENTIDO DE DAR PROVIMENTO AO RECURSO, DETERMINAR A IMPLANTAÇÃO DO BENEFÍCIO E DIFERIR, DE OFÍCIO, PARA A FASE DE EXECUÇÃO A FORMA DE CÁLCULO DOS JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA, ADOTANDO-SE INICIALMENTE O ÍNDICE DA LEI 11.960/2009, E O VOTO DO JUIZ FEDERAL ALTAIR ANTÔNIO GREGÓRIO ACOMPANHANDO A RELATORA, FOI SOBRESTADO O JULGAMENTO NOS TERMOS DO ART. 942 DO CPC/2015, PARA QUE TENHA PROSSEGUIMENTO NA SESSÃO DE 26-7-2017, MEDIANTE NOVA INCLUSÃO DO PROCESSO EM PAUTA.
VOTO VISTA | : | Des. Federal JOÃO BATISTA PINTO SILVEIRA |
VOTANTE(S) | : | Juiz Federal ALTAIR ANTONIO GREGORIO |
Lídice Peña Thomaz
Secretária de Turma
| Documento eletrônico assinado por Lídice Peña Thomaz, Secretária de Turma, na forma do artigo 1º, inciso III, da Lei 11.419, de 19 de dezembro de 2006 e Resolução TRF 4ª Região nº 17, de 26 de março de 2010. A conferência da autenticidade do documento está disponível no endereço eletrônico http://www.trf4.jus.br/trf4/processos/verifica.php, mediante o preenchimento do código verificador 9071699v1 e, se solicitado, do código CRC 9399C9D7. | |
| Informações adicionais da assinatura: | |
| Signatário (a): | Lídice Peña Thomaz |
| Data e Hora: | 06/07/2017 17:31 |
EXTRATO DE ATA DA SESSÃO DE 26/07/2017
Apelação Cível Nº 5000052-39.2014.4.04.7026/PR
ORIGEM: PR 50000523920144047026
RELATOR | : | Des. Federal SALISE MONTEIRO SANCHOTENE |
PRESIDENTE | : | Desembargador Federal JOÃO BATISTA PINTO SILVEIRA |
PROCURADOR | : | Dra. Adriana Zawada Melo |
APELANTE | : | JOAO MARIA RIBEIRO |
ADVOGADO | : | SILVIA REGINA GAZDA SIQUEIRA |
: | ANDRÉ RICARDO SIQUEIRA | |
APELADO | : | INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS |
Certifico que este processo foi incluído no Aditamento da Pauta do dia 26/07/2017, na seqüência 548, disponibilizada no DE de 14/07/2017, da qual foi intimado(a) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS, o MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL, a DEFENSORIA PÚBLICA e as demais PROCURADORIAS FEDERAIS.
Certifico que o(a) 6ª Turma, ao apreciar os autos do processo em epígrafe, em sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
RETIRADO DE PAUTA.
Lídice Peña Thomaz
Secretária de Turma
| Documento eletrônico assinado por Lídice Peña Thomaz, Secretária de Turma, na forma do artigo 1º, inciso III, da Lei 11.419, de 19 de dezembro de 2006 e Resolução TRF 4ª Região nº 17, de 26 de março de 2010. A conferência da autenticidade do documento está disponível no endereço eletrônico http://www.trf4.jus.br/trf4/processos/verifica.php, mediante o preenchimento do código verificador 9108984v1 e, se solicitado, do código CRC ED77260F. | |
| Informações adicionais da assinatura: | |
| Signatário (a): | Lídice Peña Thomaz |
| Data e Hora: | 28/07/2017 20:29 |
EXTRATO DE ATA DA SESSÃO DE 30/08/2017
Apelação Cível Nº 5000052-39.2014.4.04.7026/PR
ORIGEM: PR 50000523920144047026
RELATOR | : | Des. Federal SALISE MONTEIRO SANCHOTENE |
PRESIDENTE | : | Desembargador Federal JOÃO BATISTA PINTO SILVEIRA |
PROCURADOR | : | Dr. Cláudio Dutra Fontella |
APELANTE | : | JOAO MARIA RIBEIRO |
ADVOGADO | : | SILVIA REGINA GAZDA SIQUEIRA |
: | ANDRÉ RICARDO SIQUEIRA | |
APELADO | : | INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS |
Certifico que este processo foi incluído na Pauta do dia 30/08/2017, na seqüência 66, disponibilizada no DE de 14/08/2017, da qual foi intimado(a) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS, o MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL, a DEFENSORIA PÚBLICA e as demais PROCURADORIAS FEDERAIS.
Certifico que o(a) 6ª Turma, ao apreciar os autos do processo em epígrafe, em sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
PROSSEGUINDO NO JULGAMENTO, APÓS OS VOTOS DOS JUÍZES FEDERAIS ARTUR CÉSAR DE SOUZA E GISELE LEMKE ACOMPANHANDO A DIVERGÊNCIA, A TURMA, POR MAIORIA, VENCIDOS A RELATORA E O JUIZ FEDERAL ALTAIR ANTONIO GREGORIO, DECIDIU DAR PROVIMENTO AO RECURSO, DETERMINAR A IMPLANTAÇÃO DO BENEFÍCIO E DIFERIR, DE OFÍCIO, PARA A FASE DE EXECUÇÃO A FORMA DE CÁLCULO DOS JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA, ADOTANDO-SE INICIALMENTE O ÍNDICE DA LEI 11.960/2009, NOS TERMOS DO VOTO DO DES. FEDERAL JOÃO BATISTA PINTO SILVEIRA, QUE LAVRARÁ O ACÓRDÃO.
RELATOR ACÓRDÃO | : | Des. Federal JOÃO BATISTA PINTO SILVEIRA |
VOTANTE(S) | : | Juiz Federal ARTUR CÉSAR DE SOUZA |
: | Juíza Federal GISELE LEMKE |
Lídice Peña Thomaz
Secretária de Turma
MANIFESTAÇÕES DOS MAGISTRADOS VOTANTES
Processo Pautado
Certidão de Julgamento
Data da Sessão de Julgamento: 17/05/2017 (ST6)
Relator: Des. Federal SALISE MONTEIRO SANCHOTENE
Pediu vista: Des. Federal JOÃO BATISTA PINTO SILVEIRA
APÓS O VOTO DA DES. FEDERAL SALISE MONTEIRO SANCHOTENE NO SENTIDO DE NEGAR PROVIMENTO AO APELO, MAJORAR OS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS PARA 15% SOBRE O VALOR ATUALIZADO DA CAUSA E CONDENAR A PARTE AUTORA AO PAGAMENTO DOS HONORÁRIOS PERICIAIS, COM EXIGIBILIDADE TAMBÉM SUSPENSA ATÉ MODIFICAÇÃO FAVORÁVEL DA SUA CONDIÇÃO ECONÔMICA, PEDIU VISTA O DES. FEDERAL JOÃO BATISTA PINTO SILVEIRA. AGUARDA A DESEMBARGADORA FEDERAL VÂNIA HACK DE ALMEIDA.
Data da Sessão de Julgamento: 21/06/2017 (ST6)
Relator: Des. Federal SALISE MONTEIRO SANCHOTENE
ADIADO O JULGAMENTO.
Data da Sessão de Julgamento: 05/07/2017 (ST6)
Relator: Des. Federal SALISE MONTEIRO SANCHOTENE
PROSSEGUINDO NO JULGAMENTO, APÓS O VOTO-VISTA DIVERGENTE DO DES. FEDERAL JOÃO BATISTA PINTO SILVEIRA NO SENTIDO DE DAR PROVIMENTO AO RECURSO, DETERMINAR A IMPLANTAÇÃO DO BENEFÍCIO E DIFERIR, DE OFÍCIO, PARA A FASE DE EXECUÇÃO A FORMA DE CÁLCULO DOS JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA, ADOTANDO-SE INICIALMENTE O ÍNDICE DA LEI 11.960/2009, E O VOTO DO JUIZ FEDERAL ALTAIR ANTÔNIO GREGÓRIO ACOMPANHANDO A RELATORA, FOI SOBRESTADO O JULGAMENTO NOS TERMOS DO ART. 942 DO CPC/2015, PARA QUE TENHA PROSSEGUIMENTO NA SESSÃO DE 26-7-2017, MEDIANTE NOVA INCLUSÃO DO PROCESSO EM PAUTA.
Data da Sessão de Julgamento: 26/07/2017 (ST6)
Relator: Des. Federal SALISE MONTEIRO SANCHOTENE
RETIRADO DE PAUTA.
Comentário em 22/08/2017 18:13:42 (Gab. Juiz Federal ARTUR CÉSAR DE SOUZA)
Com a vênia da eminente Relatora, acompanho a divergência.
Voto em 28/08/2017 15:31:59 (Gab. Juíza Federal GISELE LEMKE)
Pedindo vênia à Relatora, acompanho a divergência, para concessão de auxílio-doença desde a DER.Laudo indica alcoolismo, o qual necessita ser tratado, gerando incapacidade parcial.
| Documento eletrônico assinado por Lídice Peña Thomaz, Secretária de Turma, na forma do artigo 1º, inciso III, da Lei 11.419, de 19 de dezembro de 2006 e Resolução TRF 4ª Região nº 17, de 26 de março de 2010. A conferência da autenticidade do documento está disponível no endereço eletrônico http://www.trf4.jus.br/trf4/processos/verifica.php, mediante o preenchimento do código verificador 9158375v1 e, se solicitado, do código CRC F68AC506. | |
| Informações adicionais da assinatura: | |
| Signatário (a): | Lídice Peña Thomaz |
| Data e Hora: | 31/08/2017 21:48 |
