D.E. Publicado em 29/01/2015 |
EMENTA
ACÓRDÃO
Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, decide a Egrégia Décima Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, por unanimidade, negar provimento ao agravo do §1º do art.557 do C.P.C, interposto pela parte autora, nos termos do relatório e voto que ficam fazendo parte integrante do presente julgado.
Desembargador Federal Relator
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AGRAVO EM APELAÇÃO CÍVEL Nº 0027793-74.2014.4.03.9999/SP
RELATÓRIO
Exmo. Sr. Desembargador Federal Sérgio Nascimento (Relator): Trata-se de agravo regimental interposto pela parte autora da decisão monocrática que deu parcial provimento à sua apelação para reconhecer as atividades rurais dos períodos de 01.06.1974 a 15.06.1976, 13.11.1976 a 30.06.1987 01.07.1987 a 17.06.1991, com registro em CTPS, reconhecidos para todos os fins, inclusive para efeito de carência, totalizando o autor 23 anos, 11 meses e 02 dias de tempo de serviço até 15.12.1998 e 33 anos e 21 dias de tempo de serviço até 02.05.2012, condenando o réu a conceder-lhe o benefício de aposentadoria proporcional por tempo de contribuição, a contar de 24.05.2012, data da citação. Negou seguimento à apelação do INSS.
O agravante requer a reconsideração da decisão ou o provimento do presente recurso alegando, em síntese, que possui prova documental de todo o tempo de trabalho como rural, sem registro em CTPS, e em atividades especiais exercidas nos períodos de 01.10.2004 a 30.11.2004 e de 06.02.2006 a 18.03.2008, como servente da construção civil, ultrapassando o tempo exigido para a concessão da aposentadoria integral por tempo de contribuição. Pede, por fim, a fixação do termo inicial do benefício a partir da citação e juros de mora de 1% ao mês.
É o relatório.
SERGIO NASCIMENTO
Desembargador Federal Relator
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AGRAVO EM APELAÇÃO CÍVEL Nº 0027793-74.2014.4.03.9999/SP
VOTO
O agravo regimental interposto deve ser recebido como agravo previsto no art. 557, § 1º, do Código de Processo Civil, considerando a tempestividade e o princípio da fungibilidade recursal.
Relembre-se que com a presente ação, busca o autor, nascido em 20.01.1957, o reconhecimento do labor rural do período de 20.01.1969 a 31.05.1974, sem registro em CTPS, bem como os períodos rurais e urbanos anotados em CTPS e não apontados no CNIS, de 01.06.1974 a 15.06.1976, 13.11.1976 a 30.06.1987 e de 01.07.1987 a 17.06.1991, e sob condições especiais dos períodos de 01.10.2004 a 30.11.2004 e de 06.02.2006 a 18.03.2008, e a concessão do benefício de aposentadoria por tempo de contribuição.
O autor apresentou Certificado de Alistamento Militar (1975, fl.31), constituindo tal documento início de prova material de atividade rural.
Trouxe, ainda, carteira profissional à fl. 10, na qual constam diversos contratos, no meio rural, entre os anos de 1974 a 1991, confirmando o histórico profissional do autor como rurícola, constituindo tal documento prova plena com relação aos contratos ali anotados e início de prova material de seu histórico campesino.
Por outro lado, as testemunhas ouvidas às fls. 114/115 afirmaram que conhecem o autor desde 1975 e 1980, e que ele trabalhou na fazenda de propriedade da Sra. Regina, na lavoura de café.
Dessa forma, não há possibilidade do reconhecimento do trabalho do autor no meio rural, no período de 20.01.1969 a 01.05.1974, até a véspera do primeiro registro em CTPS (fl.34), tendo em vista que a prova testemunhal produzida nos autos, comprova tão-somente o labor rural a partir de 1975, ano em que o autor contava com 18 anos de idade.
Outrossim, quanto aos períodos registrados em CTPS do requerente constituem prova material plena a demonstrar que ele efetivamente manteve vínculo empregatício, devendo ser reconhecidos para todos os fins, inclusive para efeito de carência, independentemente da comprovação do recolhimento das contribuições previdenciárias, pois tal ônus compete ao empregador. Destaco, ainda, que as anotações em CTPS gozam de presunção legal de veracidade juris tantum, a qual não deve ser afastada pelo simples fato de não estarem reproduzidas no CNIS.
Assim, quanto aos períodos de 01.06.1974 a 15.06.1976, 13.11.1976 a 30.06.1987 e de 01.07.1987 a 17.06.1991, não computados pelo INSS, verifica-se que foram perfeitamente anotados em CTPS (fls.32/35, 27), estando em ordem cronológica, sem emenda e rasura, não havendo irregularidade alguma para sua exclusão.
Também devem ser mantidos os termos da decisão agravada que não considerou como atividades especiais os períodos de 01.10.2004 a 30.11.2004 e de 06.02.2006 a 18.03.2008, laborado como servente de pedreiro e servente, em construtora, para o qual se exige prova técnica de efetiva exposição a agentes nocivos, não bastando a apresentação de CTPS (fl.36) para este fins.
Sendo assim, computando-se os períodos rurais em CTPS, somados aos vínculos constantes na CTPS (fl.32/38) e apontados no CNIS-anexo, totaliza o autor 23 anos, 11 meses e 02 dias de tempo de serviço até 15.12.1998 e 33 anos e 21 dias de tempo de serviço até 02.05.2012, cumprindo o pedágio previsto na E.C. nº20/98, conforme planilha inserida à fl. 156 da decisão.
Dessa forma, o autor faz jus ao benefício de aposentadoria por tempo de contribuição, na forma proporcional, com valor calculado nos termos do art.29, I, da Lei 8.213/91, na redação dada pela Lei 9.876/99.
O termo inicial do benefício deve ser mantido a partir da data da citação (24.05.2012 - fl.53), quando o réu tomou ciência da pretensão do autor e quando já haviam sido preenchidos os requisitos necessários à obtenção do benefício.
Mantidos os critérios de cálculo de correção monetária e dos juros de mora.
A correção monetária incide sobre as prestações em atraso, desde as respectivas competências, na forma da legislação de regência, observando-se que a partir de 11.08.2006 deve ser considerado o INPC como índice de atualização dos débitos previdenciários, nos termos do art. 31 da Lei nº 10.741/2003, c.c o art. 41-A da Lei nº 8.213/91, com a redação que lhe foi dada pela Medida Provisória nº 316, de 11 de agosto de 2006, posteriormente convertida na Lei nº 11.430, de 26.12.2006, não se aplicando no que tange à correção monetária as disposições da Lei 11.960/09 (AgRg no REsp 1285274/CE - Resp 1270439/PR).
Os juros de mora são aplicados na forma prevista no Manual de Orientação de Procedimentos para os Cálculos na Justiça Federal.
Ante o exposto, nego provimento ao agravo previsto no §1º do art. 557 do C.P.C., interposto pela parte autora.
É como voto.
SERGIO NASCIMENTO
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