Experimente agora!
VoltarHome/Jurisprudência Previdenciária

EMENTA: PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-ACIDENTE. REDUÇÃO DA CAPACIDADE LABORATIVA NÃO COMPROVADA. AÇÃO IMPROCEDENTE. TRF4. 5014691-62.2017.4.04.9999...

Data da publicação: 29/06/2020, 00:57:39

EMENTA: PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-ACIDENTE. REDUÇÃO DA CAPACIDADE LABORATIVA NÃO COMPROVADA. AÇÃO IMPROCEDENTE. Não comprovado pelo conjunto probatório que o segurado padece de sequela de acidente que enseja redução da capacidade laborativa, é de ser mantida a sentença que julgou improcedente a ação. (TRF4, AC 5014691-62.2017.4.04.9999, SEXTA TURMA, Relator JOÃO BATISTA PINTO SILVEIRA, juntado aos autos em 20/10/2017)


APELAÇÃO CÍVEL Nº 5014691-62.2017.4.04.9999/RS
RELATOR
:
JOÃO BATISTA PINTO SILVEIRA
APELANTE
:
DIEGO FELIPE STURM
ADVOGADO
:
JULIANO FREDERICO KREMER
APELADO
:
INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS
EMENTA
PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-ACIDENTE. REDUÇÃO DA CAPACIDADE LABORATIVA NÃO COMPROVADA. AÇÃO IMPROCEDENTE.
Não comprovado pelo conjunto probatório que o segurado padece de sequela de acidente que enseja redução da capacidade laborativa, é de ser mantida a sentença que julgou improcedente a ação.

ACÓRDÃO
Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, decide a Egrégia 6ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, por unanimidade, negar provimento ao recurso, nos termos do relatório, votos e notas de julgamento que ficam fazendo parte integrante do presente julgado.
Porto Alegre, 18 de outubro de 2017.
Desembargador Federal JOÃO BATISTA PINTO SILVEIRA
Relator


Documento eletrônico assinado por Desembargador Federal JOÃO BATISTA PINTO SILVEIRA, Relator, na forma do artigo 1º, inciso III, da Lei 11.419, de 19 de dezembro de 2006 e Resolução TRF 4ª Região nº 17, de 26 de março de 2010. A conferência da autenticidade do documento está disponível no endereço eletrônico http://www.trf4.jus.br/trf4/processos/verifica.php, mediante o preenchimento do código verificador 9177643v4 e, se solicitado, do código CRC 9B11458E.
Informações adicionais da assinatura:
Signatário (a): João Batista Pinto Silveira
Data e Hora: 20/10/2017 12:32




APELAÇÃO CÍVEL Nº 5014691-62.2017.4.04.9999/RS
RELATOR
:
JOÃO BATISTA PINTO SILVEIRA
APELANTE
:
DIEGO FELIPE STURM
ADVOGADO
:
JULIANO FREDERICO KREMER
APELADO
:
INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS
RELATÓRIO
Cuida-se de apelação contra sentença que julgou improcedente o pedido de auxílio-acidente, condenando a parte autora ao pagamento de custas processuais e de honorários advocatícios fixados em R$ 400,00, os quais restaram suspensos em razão da Justiça Gratuita.

Requer o apelante a concessão do benefício de auxílio-acidente desde a cessação administrativa do auxílio-doença, alegando, em suma, que restou comprovado nos autos que apresenta sequelas de traumatismo no tornozelo direito, estando com restrição laboral, limitação funcional do membro inferior direito e redução da capacidade laborativa.

Com contrarrazões, subiram os autos a este Tribunal.

É o relatório.
VOTO
Controverte-se, na espécie, sobre o acerto ou não da sentença que julgou improcedente o pedido de auxílio-acidente ao fundamento de que não restou comprovada a redução da capacidade laborativa.

Segundo a lei previdenciária, o direito ao benefício de auxílio-acidente não está condicionado ao grau de incapacidade para o trabalho habitual, bastando que exista a diminuição da aptidão laborativa oriunda de sequela de acidente de qualquer natureza. Assim, pertinente ao caso em apreço, a transcrição do art. 86 da Lei nº 8.213/91:

Art. 86 - O auxílio-acidente será concedido, como indenização, ao segurado quando, após consolidação das lesões decorrentes de acidente de qualquer natureza, resultar seqüelas que impliquem redução da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia.

Não havendo controvérsia quanto à qualidade de segurado, passo à análise da redução da capacidade laborativa.

Durante a instrução processual, foi realizada perícia médico-judicial por ortopedista em 10-02-16, da qual se extraem as seguintes informações sobre o caso (E3 - LAUDPERI21):

a) enfermidade: diz o perito que 22/01/2010, queda de motocicleta traumatizou tornozelo direito resultado em lesão dos ligamentos e fratura não deslocada... Autora sofreu entorse do tornozelo direito com lesão ligamentar, que foi motivo conservador e fisioterapia complementar, obtendo-se bom resultado funcional;
b) incapacidade: afirma o perito que Atualmente tais lesões estão consolidadas, não restando sequelas funcionais na articulação do tornozelo direito que a incapacite para o seu exercício laboral habitual... Não há sequela de doença laboral ou do acidente... não restou qualquer sequela do referido acidente... já está recuperada e apta para o trabalho, sem restrições, após os tratamentos que realizou... Não há incapacidade laboral, atualmente;
c) tratamento: refere o perito que... tratamento conservador com gesso, seguido de tratamento fisioterápico.

Do exame dos autos, colhem-se ainda as seguintes informações sobre a parte autora (E3 - ANEXOPET5, E3-CONTES/IMPUG8):

a) idade: 32 anos (nascimento em 23-02-85);
b) profissão na época do acidente: trabalhador polivalente;
c) histórico de benefícios: o autor gozou de auxílio-doença de 06-02-10 a 22-04-10; ajuizou a presente ação em 05-06-13;
d) atestado de 19-11-12, referindo tratamento em tornozelo direito com fratura, não podendo exercer atividades laborais que exijam permanência em pé, estando com sequela que provoca restrição laboral;
e) laudo do INSS de 24-02-10, cujo diagnóstico foi de CID S826 (fratura do maléolo lateral).

Diante de tal quadro, o juiz monocrático julgou improcedente a ação, por não ter sido comprovada a incapacidade laborativa, o que não merece reforma.

Como se vê, em que pese a confirmação de que a parte autora sofreu acidente em 2010 que resultou em entorse do tornozelo direito com lesão ligamentar, já consolidada, tal fato, nos termos do artigo 86 da Lei 8.213/91, é insuficiente a ensejar a concessão do benefício, sendo necessária a comprovação de que referida sequela ensejou a redução da capacidade laborativa do segurado, que trabalhava na época do acidente como trabalhador polivalente. O laudo judicial ortopédico conclui que Atualmente tais lesões estão consolidadas, não restando sequelas funcionais na articulação do tornozelo direito que a incapacite para o seu exercício laboral habitual... Não há sequela de doença laboral ou do acidente... não restou qualquer sequela do referido acidente... já está recuperada e apta para o trabalho, sem restrições, após os tratamentos que realizou... Não há incapacidade laboral, atualmente, não havendo provas suficientes nos autos para afastar tal conclusão.

Assim, entendo que não restou comprovada nos autos a redução da capacidade laborativa do autor, devendo ser mantida a sentença que julgou improcedente a ação.

Mantida a sentença, considerando o trabalho adicional em grau recursal realizado, a importância e a complexidade da causa, nos termos do art. 85, §8.º, §2.º e §11.º, do CPC/15, os honorários advocatícios devem ser majorados em 50% sobre o valor fixado na sentença, e suspensa a exigibilidade em função do deferimento da Assistência Judiciária Gratuita.
Ante o exposto, voto por negar provimento ao recurso.
Desembargador Federal JOÃO BATISTA PINTO SILVEIRA
Relator


Documento eletrônico assinado por Desembargador Federal JOÃO BATISTA PINTO SILVEIRA, Relator, na forma do artigo 1º, inciso III, da Lei 11.419, de 19 de dezembro de 2006 e Resolução TRF 4ª Região nº 17, de 26 de março de 2010. A conferência da autenticidade do documento está disponível no endereço eletrônico http://www.trf4.jus.br/trf4/processos/verifica.php, mediante o preenchimento do código verificador 9177642v3 e, se solicitado, do código CRC 6511AA21.
Informações adicionais da assinatura:
Signatário (a): João Batista Pinto Silveira
Data e Hora: 20/10/2017 12:32




EXTRATO DE ATA DA SESSÃO DE 18/10/2017
APELAÇÃO CÍVEL Nº 5014691-62.2017.4.04.9999/RS
ORIGEM: RS 00024361220138210164
RELATOR
:
Des. Federal JOÃO BATISTA PINTO SILVEIRA
PRESIDENTE
:
Desembargador Federal JOÃO BATISTA PINTO SILVEIRA
PROCURADOR
:
Dr. Maurício Pessutto
APELANTE
:
DIEGO FELIPE STURM
ADVOGADO
:
JULIANO FREDERICO KREMER
APELADO
:
INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS
Certifico que este processo foi incluído na Pauta do dia 18/10/2017, na seqüência 222, disponibilizada no DE de 29/09/2017, da qual foi intimado(a) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS, o MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL, a DEFENSORIA PÚBLICA e as demais PROCURADORIAS FEDERAIS.
Certifico que o(a) 6ª Turma, ao apreciar os autos do processo em epígrafe, em sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
A TURMA, POR UNANIMIDADE, DECIDIU NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.
RELATOR ACÓRDÃO
:
Des. Federal JOÃO BATISTA PINTO SILVEIRA
VOTANTE(S)
:
Des. Federal JOÃO BATISTA PINTO SILVEIRA
:
Juíza Federal TAÍS SCHILLING FERRAZ
:
Juiz Federal ARTUR CÉSAR DE SOUZA
Lídice Peña Thomaz
Secretária de Turma


Documento eletrônico assinado por Lídice Peña Thomaz, Secretária de Turma, na forma do artigo 1º, inciso III, da Lei 11.419, de 19 de dezembro de 2006 e Resolução TRF 4ª Região nº 17, de 26 de março de 2010. A conferência da autenticidade do documento está disponível no endereço eletrônico http://www.trf4.jus.br/trf4/processos/verifica.php, mediante o preenchimento do código verificador 9214177v1 e, se solicitado, do código CRC A9D47083.
Informações adicionais da assinatura:
Signatário (a): Lídice Peña Thomaz
Data e Hora: 18/10/2017 16:08




O Prev já ajudou mais de 140 mil advogados em todo o Brasil.Faça cálculos ilimitados e utilize quantas petições quiser!

Experimente agora