Modelo de Petição inicial de cessação de descontos - valores recebidos indevidamente de boa-fé - erro administrativo

Última atualização: 12 de agosto de 2021

A petição apresenta uma ação ordinária com pedido liminar contra o INSS. A autora, que recebia auxílio-acidente e depois aposentadoria por idade, teve o auxílio cessado e gerou um débito por suposto recebimento indevido. O INSS passou a descontar 30% de sua aposentadoria para quitar o débito. A autora alega que os valores foram recebidos de boa-fé e têm caráter alimentar, sendo irrepetíveis. Argumenta que o erro foi da administração e que os descontos reduzem sua renda abaixo do salário mínimo. Pede liminarmente a suspensão dos descontos e, no mérito, a declaração de inexistência da dívida, cessação definitiva dos descontos e restituição dos valores já descontados. Fundamenta o pedido na jurisprudência sobre irrepetibilidade de verbas alimentares recebidas de boa-fé e na garantia constitucional do salário mínimo.

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA VARA FEDERAL DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE ${PROCESSO_CIDADE}  

${cliente_nomecompleto}, já qualificada eletronicamente, vem respeitosamente, perante Vossa Excelência, por meio de seus procuradores signatários, apresentar

 AÇÃO ORDINÁRIA COM PEDIDO LIMINAR

 em face do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), pelos fatos e fundamentos jurídicos que passa a expor.

 

1 - Fatos

A Autora recebe o benefício de aposentadoria por idade NB ${informacao_generica} desde ${data_generica}.

Anteriormente, gozava do benefício de auxílio acidente NB ${informacao_generica} desde ${data_generica}, benefício, este que foi mantido até ${data_generica}, quando foi cessado, por ter constatado o INSS que este era indevido desde a data da concessão do benefício de aposentadoria por idade.

Ante a inacumulabilidade dos benefícios de aposentadoria por idade e auxílio acidente além de cessar o benefício de auxílio-acidente,  o INSS entendeu que a parte Autora deveria devolver os valores que recebeu a título de auxílio acidente após a concessão da aposentadoria, gerando assim um débito em nome da Autora no valor de R$ ${informacao_generica}.

Ato continuou passou a efetuar descontos mensais na aposentadoria por idade recebida pela parte Autora na ordem de 30% do valor do benefício.

Ocorre que a conduta do INSS ao gerar complemento negativo em nome da Autora e efetuar descontos a esse título no benefício de aposentadoria por ele recebido mostra-se ilegal, porquanto os valores recebidos pelo Demandante a titulo de auxílio- acidente possuem natureza alimentar e forma recebidos de boa-fé.

Importante salientar que o suposto equívoco na manutenção do pagamento do auxílio acidente após a concessão da aposentadoria por idade ocorreu por culpa exclusiva da Autarquia Previdenciária, que possuía todos os dados necessários para verificar o pagamento de benefícios inacumuláveis.

Dessa forma, frustrada com o ato absolutamente ilegal tomado pela Autarquia Previdenciária, não resta outra alternativa à Autora senão o ajuizamento da presente demanda.

 2 - Mérito

O artigo 115, da Lei 8.213/91, permite ao INSS efetuar descontos diretamente do benefício do segurado em certos casos. Um desses casos ocorre quando se evidencia o pagamento indevido de benefício. Todavia a jurisprudência é pacífica ao entender pela impossibilidade de efetuar esses descontos sobre os benefícios previdenciários quando o beneficiário recebeu os valores de boa-fé ante o seu caráter alimentar e  sobretudo quando o pagamento se deu por erro da própria administração.

Os descontos consignados realizados pelo INSS diretamente na folha dos seus beneficiários possui permissivo legal e denota a necessidade de os cofres públicos reaverem valores pagos indevidamente e, ainda, evitar o enriquecimento ilícito por parte dos recebedores.

Ocorre que qualquer iteração no valor mensal recebido por um beneficiário da Previdência Social acarreta diretamente em alterações nos seus meios de subsistência. Na absoluta maioria das vezes, o benefício previdenciário ou assistencial é a única renda percebida pelo segurado ou amparado para garantir o próprio sustento e o de sua família.

Ao mesmo tempo em que os cofres públicos não podem sofrer ataques de pessoas que receberam indevidamente determinado benefício (seja por dolo, seja por culpa da Administração Pública), também não é justo que essas próprias pessoas paguem valores exorbitantes, que lhe acarretem demasiado prejuízo.

 2.1 – Verba alimentar recebida de boa-fé

O equivoco no pagamento indevido do benefíc

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