Modelo de Requerimento administrativo. Aposentadoria por tempo de contribuição. Atividade rural desde os 12 anos. Regime de economia familiar. Atividade especial. Marceneiro. Empregado em empresa familiar

Última atualização: 11 de dezembro de 2022

O requerente solicita a concessão de aposentadoria por tempo de contribuição, incluindo averbação de tempo de serviço rural e conversão de tempo especial em comum. Pleiteia o reconhecimento do labor rural em regime de economia familiar de 13/04/1972 a 01/03/1976, apresentando documentos como início de prova material. Requer a conversão de períodos especiais em comum, destacando os intervalos de trabalho como marceneiro em fábricas de carrocerias e móveis. Argumenta pela validade do vínculo empregatício com empresa da filha, apresentando justificativas e jurisprudência favorável. Solicita o cômputo de todos os períodos contributivos e a concessão do benefício mais vantajoso. Subsidiariamente, pede a realização de entrevista rural e justificação administrativa, caso necessário. Requer ainda a reafirmação da DER para data posterior, se não for reconhecido tempo suficiente na DER original. Por fim, pleiteia a concessão da aposentadoria a partir da data do requerimento administrativo.

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AO ILMO(A). SR(A). GERENTE EXECUTIVO DA AGÊNCIA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL DE ${processo_cidade}

 

${cliente_nomecompleto}, ${cliente_qualificacao}, residente e domiciliado nesta cidade, vem, por meio de seus procuradores, requerer a concessão de APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO COM AVERBAÇÃO DE TEMPO DE SERVIÇO RURAL E CONVERSÃO DE TEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL EM COMUM, pelos seguintes fundamentos fáticos e jurídicos:

 

I – DOS FATOS

O Requerente, nascido em ${cliente_nascimento}, contando atualmente com ${cliente_idade} anos de idade, iniciou suas atividades laborativas quando criança ainda, no meio rural, juntamente com seu genitor e suas duas irmãs, em regime de economia familiar. Posteriormente, em ${data_generica} firmou seu primeiro contrato de trabalho, consoante anotação regular em sua carteira de trabalho. A tabela a seguir demonstra, de forma objetiva, os períodos contributivos:

${calculo_vinculos_resultado}


II – DO DIREITO


A nova aposentadoria por tempo de contribuição, ainda não disciplinada em legislação infraconstitucional, encontra-se estabelecida no art. 201, § 7o, I, da Constituição Federal e nos arts. 52 a 56 da Lei 8.213/91, exceto naquilo em que forem incompatíveis com o novo regramento constitucional.

O fato gerador da aposentadoria em apreço é o tempo de contribuição, o qual, na regra permanente da nova legislação é de 35 anos para os homens. Trata-se do período de vínculo previdenciário, sendo também consideradas as situações previstas no art. 55 da Lei 8.213/91. No presente caso, o Requerente possui um total de ${calculo_tempocontribuicao}, tornando o requisito preenchido.

Quanto à carência, verifica-se que foram realizadas ${calculo_carencia} contribuições, número superior aos 180 meses exigidos, conforme determina o art. 25, II, da lei 8.213/91.

 DA ATIVIDADE RURAL EXERCIDA NO PERÍODO DE 13/04/1972 a 01/03/1976

No que se refere ao período em questão, o conjunto probatório demonstra o efetivo desempenho do labor rurícola pelo Segurado, ao menos desde os seus 12 anos de idade, em mútua e recíproca colaboração com seus pais.

Salienta-se a possibilidade de contagem do período de atividade rural como tempo de contribuição para fins previdenciários a partir dos 12 anos de idade. Nesse diapasão, destaca-se trecho do recente voto da Relatora Edna Fernandes Silverio, julgado em 17/07/2015, pela 27ª Junta de Recursos da Previdência Social (processo nº 44232.268884/2014-53), acompanhando a jurisprudência pacificada do TRF4, STJ e STF. Veja-se (grifos nossos):

 

(...) Verifica-se, ainda, que o recorrente completou 12 anos idade em 1965. Com efeito, a vedação constitucional do trabalho antes de completados 14 (quatorze) anos de idade, tem como objetivo coibir o trabalho infantil, não podendo trazer prejuízo ao trabalhador, no que diz respeito à contagem de tempo de contribuição para fins previdenciários. Todavia, pacificado na jurisprudência, o entendimento segundo o qual o labor para fins previdenciários pode ser computado a partir dos 12 anos de idade. (...)

Nos mesmos termos é a Súmula 05 da Turma Nacional de Uniformização, a qual dispõe que “a prestação de serviço rural por menor de 12 a 14 anos, até o advento da Lei 8.213, de 24 de julho de 1991, devidamente comprovada, pode ser reconhecida para fins previdenciários.

Com efeito, conforme carteira de habilitação anexa, o Segurado nasceu em ${data_generica}, de forma que completou 12 anos de idade em ${data_generica}.

No presente caso, o Requerente começou a desempenhar atividades rurais quando ainda era criança, auxiliando seu genitor, Sr. ${informacao_generica}, e suas duas irmãs no município de ${informacao_generica}. A atividade era desenvolvida em uma área com cerca de 12,5 hectares na localidade de ${informacao_generica}, interior da cidade supracitada.

O grupo familiar cultivava soja, milho e feijão. Além disso, não possuiam empregados e tampouco maquinário, desempenhando as lides rurais de forma manual e com tração animal (boi e cavalo).

Para comprovação do desempenho do labor agrícola foram anexadas documentos contemporâneos ao período requerido, quais sejam, notas de produção rural em nome do genitor do Segurado, datadas de ${data_generica}.

Registre-se que é admitido como início de prova material documentos em nome de integrantes do grupo envolvido no regime de economia familiar rural, nos termos da Súmula 09 da TRU 4ª Região, sobretudo considerando o fato de tratar-se de período bastante antigo, quando o Sr. ${cliente_nome} era adolescente (a partir de seus 12 anos).

Destarte, ressalta-se que a análise a ser realizada deve considerar uma das principais características do meio rural que é a SAZONALIDADE! Nesse diapasão, destaca-se que o conjunto probatório preenche os requisitos da Súmula 34 da TNU, no sentido de que os documentos apresentados são contemporâneos à época dos fatos a provar.

Saliente-se que o Requerente foi sempre quem esteve à frente para auxiliar seu genitor no meio campesino.

Outrossim, perceba-se que a atividade rural desempenhada pelo grupo familiar dava-se em área eminentemente rural no município de ${informacao_generica}, o qual foi elevado à categoria de município somente em ${data_generica}, motivo pelo qual na época, ainda havia pouco desenvolvimento na região. Não bastasse, ainda hoje a cidade em tela possui pequenas proporções populacionais e urbanas, vez que possui uma área de 583,258m², enquanto possui apenas 9.477 habitantes conforme censo do IBGE em 2012.[1]

A esse respeito, oportuno destacar que a proporção rural do município conforme imagem via satélite:[2]

${informacao_generica}

Por oportuno, a atividade rural desempenhada pelo Requerente e sua família está em estrita consonância com o conceito de “atividade desenvolvida em regime de economia familiar” da Instrução Normativa INSS/PRES Nº 128 de 2022:

 

Art. 109. São considerados segurados especiais o produtor rural e o pescador artesanal ou a este assemelhado, desde que exerçam a atividade rural individualmente ou em regime de economia familiar, ainda que com o auxílio eventual de terceiros.

1º A atividade é desenvolvida em regime de economia familiar quando o trabalho dos membros do grupo familiar é indispensável à própria subsistência e ao desenvolvimento socioeconômico, sendo exercida em condições de mútua dependência e colaboração, sem a utilização de empregados permanentes, independentemente do valor auferido pelo segurado especial com a comercialização da sua produç&atil

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