
POLO ATIVO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL
POLO PASSIVO:ELOIR DOS SANTOS CHARNOSKI
REPRESENTANTE(S) POLO PASSIVO: RAMAO WILSON JUNIOR - MT11702-A
RELATOR(A):ANTONIO OSWALDO SCARPA
PODER JUDICIÁRIO FEDERAL
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO
Gab. 26 - DESEMBARGADOR FEDERAL ANTONIO SCARPA
PJE/TRF1-Processo Judicial Eletrônico
PROCESSO: 1023755-46.2020.4.01.9999
CLASSE: APELAÇÃO CÍVEL (198)
APELANTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL
APELADO: ELOIR DOS SANTOS CHARNOSKI
RELATÓRIO
O EXMO. SR. DESEMBARGADOR FEDERAL ANTONIO SCARPA (RELATOR):
Trata-se de apelação interposta pelo INSS contra sentença que julgou procedente o pedido e condenou a autarquia a restabelecer o benefício por incapacidade temporária em favor da parte autora desde a data da cessação anterior e convertê-lo em benefício por incapacidade permanente desde a data da perícia.
O apelante argumenta que o benefício foi concedido tendo como premissa que a parte autora ostentava qualidade de segurada por ter gozado de benefício por incapacidade anteriormente e que referido benefício decorreu de concessão judicial posteriormente reformada por acórdão que reconheceu a ausência de qualidade de segurada da parte autora. Requer reforma da sentença para que sejam julgados improcedentes os pedidos iniciais.
Foram apresentadas contrarrazões.
É o relatório.
PODER JUDICIÁRIO FEDERAL
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO
Gab. 26 - DESEMBARGADOR FEDERAL ANTONIO SCARPA
PJE/TRF1-Processo Judicial Eletrônico
PROCESSO: 1023755-46.2020.4.01.9999
CLASSE: APELAÇÃO CÍVEL (198)
APELANTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL
APELADO: ELOIR DOS SANTOS CHARNOSKI
VOTO
O EXMO. SR. DESEMBARGADOR FEDERAL ANTONIO SCARPA (RELATOR):
Trata-se de apelação interposta pelo INSS contra sentença que julgou procedente o pedido e condenou a autarquia a restabelecer o benefício por incapacidade temporária em favor da parte autora desde a data da cessação anterior e convertê-lo em benefício por incapacidade permanente desde a data da perícia.
Presentes os requisitos de admissibilidade, conheço do recurso de apelação.
Os requisitos indispensáveis para a concessão do benefício previdenciário por incapacidade temporária ou permanente são: a) qualidade de segurado; b) carência de 12 (doze) contribuições mensais; c) incapacidade para atividade laboral temporária, parcial ou total (benefício por incapacidade temporária); ou permanente e total cumulada com a impossibilidade de reabilitação (benefício por incapacidade permanente).
A controvérsia restringe-se à comprovação da qualidade de segurada da parte autoral.
O apelante argumenta que o benefício foi concedido tendo como premissa que a parte autora ostentava qualidade de segurada por ter gozado de benefício por incapacidade anteriormente e que referido benefício decorreu de concessão judicial posteriormente reformada por acórdão que reconheceu a ausência de qualidade de segurada da parte autora. Requer reforma da sentença para que sejam julgados improcedentes os pedidos iniciais.
No caso dos autos, o juízo sentenciante reconheceu a qualidade de segurada da parte como incontroversa por considerar que o benefício anterior teria sido concedido pela via administrativa.
Entretanto, o INSS demonstrou que o benefício anterior foi concedido por sentença judicial prolatada em 16/12/2015 no processo de n° 0003907-73.2014.811.0013 e posteriormente reformada no julgamento da apelação de nº 0069232-26.2016.4.01.9199 para julgar improcedente a concessão do benefício por falta de comprovação da qualidade de segurada da parte autora (id. 79733149, p. 36).
Assim, considerando-se não haver nos autos elementos que demonstrem a qualidade de segurada da parte autora, deve ser reformada a sentença que concedeu o benefício em seu favor.
Ante o exposto, dou provimento à apelação interposta pelo INSS para julgar improcedentes os pedidos formulados na exordial.
Fixo os honorários sucumbenciais em 10%, cuja cobrança ficará suspensa, na forma do disposto no art. 98, caput e §§ 2º e 3º, do CPC.
É como voto.
Desembargador Federal ANTÔNIO SCARPA
Relator
PODER JUDICIÁRIO FEDERAL
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO
Gab. 26 - DESEMBARGADOR FEDERAL ANTONIO SCARPA
PJE/TRF1-Processo Judicial Eletrônico
PROCESSO: 1023755-46.2020.4.01.9999
CLASSE: APELAÇÃO CÍVEL (198)
APELANTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL
APELADO: ELOIR DOS SANTOS CHARNOSKI
EMENTA
PREVIDENCIÁRIO. BENEFÍCIO POR INCAPACIDADE. TRABALHADOR URBANO. QUALIDADE DE SEGURADA. NÃO OCORRÊNCIA. CONDIÇÃO RECONHECIDA COM BASE EM BENEFÍCIO ANTERIOR CONCEDIDO JUDICIALMENTE E REVERTIDO APÓS RECURSO. REFORMA DA SENTENÇA. HONORÁRIOS. APELAÇÃO DO INSS PROVIDA.
1. Os requisitos indispensáveis para a concessão do benefício previdenciário por incapacidade temporária ou permanente são: a) qualidade de segurado; b) carência de 12 (doze) contribuições mensais; c) incapacidade para atividade laboral temporária, parcial ou total (benefício por incapacidade temporária); ou permanente e total cumulada com a impossibilidade de reabilitação (benefício por incapacidade permanente).
2. A controvérsia restringe-se à comprovação da qualidade de segurada da parte autora.
3. No caso dos autos, o juízo sentenciante reconheceu a qualidade de segurada da parte como incontroversa por considerar que o benefício anterior teria sido concedido pela via administrativa.
4. O apelante demonstrou que o benefício anterior foi concedido por sentença judicial prolatada em 16/12/2015 no processo de n° 0003907-73.2014.811.0013 e posteriormente reformada no julgamento da apelação de nº 0069232-26.2016.4.01.9199 para julgar improcedente a concessão do benefício por falta de comprovação da qualidade de segurada da parte autora.
5. A ausência de elementos que demonstrem a qualidade de segurada da parte autora impõe a reforma da sentença que concedeu o benefício em seu favor.
6. Reformada a sentença para julgar improcedentes os pedidos formulados na exordial.
7. Apelação do INSS provida.
A C Ó R D Ã O
Decide a Nona Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, à unanimidade, dar provimento à apelação, nos termos do voto do Relator.
Brasília (DF), (data da Sessão).
Desembargador Federal ANTÔNIO SCARPA