Teste grátis agora!
VoltarHome/Jurisprudência Previdenciária

PREVIDENCIÁRIO. DESAPOSENTAÇÃO. APELAÇÃO. JUSTIÇA GRATUITA. REVOGAÇÃO. TRF3. 0023860-54.2018.4.03.9999...

Data da publicação: 17/07/2020, 05:36:15

PREVIDENCIÁRIO. DESAPOSENTAÇÃO. APELAÇÃO. JUSTIÇA GRATUITA. REVOGAÇÃO. 1. Recurso de apelação interposto por JOSÉ LICAR em face da sentença que julgou improcedente o pedido de desaposentação e acolheu a impugnação à justiça gratuita, condenando o autor ao pagamento dos honorários advocatícios, arbitrados em 10% (dez por cento) sobre o valor da causa. 2. A sentença acolheu a impugnação a justiça gratuita pelo fato do autor receber aposentadoria no valor de R$ 3.204,86 (três mil, duzentos e quatro reais e oitenta e seis centavos). 3. Realmente, os rendimentos mensais do apelante superam R$ 3.000,00 (três mil reais), conforme comprova o CNIS juntado pelo INSS (fl. 74), sendo que, nas razões de apelação, não juntou qualquer documento comprobatório de suas condições econômicas (art. 99, §2º, do CPC), não fazendo prova de situação extraordinária, que demonstre necessidade econômica impeditiva de arcar com as custas do processo e honorários advocatícios. 4. Apelação não provida. (TRF 3ª Região, OITAVA TURMA, Ap - APELAÇÃO CÍVEL - 2314941 - 0023860-54.2018.4.03.9999, Rel. DESEMBARGADOR FEDERAL LUIZ STEFANINI, julgado em 18/03/2019, e-DJF3 Judicial 1 DATA:01/04/2019 )


Diário Eletrônico

PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 3ª REGIÃO

D.E.

Publicado em 02/04/2019
APELAÇÃO CÍVEL Nº 0023860-54.2018.4.03.9999/SP
2018.03.99.023860-1/SP
RELATOR:Desembargador Federal LUIZ STEFANINI
APELANTE:JOSE LICAR
ADVOGADO:SP266570 ANA BEATRIS MENDES SOUZA GALLI
APELADO(A):Instituto Nacional do Seguro Social - INSS
No. ORIG.:10049587920168260445 3 Vr PINDAMONHANGABA/SP

EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. DESAPOSENTAÇÃO. APELAÇÃO. JUSTIÇA GRATUITA. REVOGAÇÃO.
1. Recurso de apelação interposto por JOSÉ LICAR em face da sentença que julgou improcedente o pedido de desaposentação e acolheu a impugnação à justiça gratuita, condenando o autor ao pagamento dos honorários advocatícios, arbitrados em 10% (dez por cento) sobre o valor da causa.
2. A sentença acolheu a impugnação a justiça gratuita pelo fato do autor receber aposentadoria no valor de R$ 3.204,86 (três mil, duzentos e quatro reais e oitenta e seis centavos).
3. Realmente, os rendimentos mensais do apelante superam R$ 3.000,00 (três mil reais), conforme comprova o CNIS juntado pelo INSS (fl. 74), sendo que, nas razões de apelação, não juntou qualquer documento comprobatório de suas condições econômicas (art. 99, §2º, do CPC), não fazendo prova de situação extraordinária, que demonstre necessidade econômica impeditiva de arcar com as custas do processo e honorários advocatícios.
4. Apelação não provida.


ACÓRDÃO

Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, decide a Egrégia Oitava Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, por unanimidade, negar provimento ao recurso de apelação, nos termos do relatório e voto que ficam fazendo parte integrante do presente julgado.


São Paulo, 18 de março de 2019.
LUIZ STEFANINI
Desembargador Federal


Documento eletrônico assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que instituiu a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, por:
Signatário (a): LUIZ DE LIMA STEFANINI:10055
Nº de Série do Certificado: 11A21705035EF807
Data e Hora: 19/03/2019 16:00:32



APELAÇÃO CÍVEL Nº 0023860-54.2018.4.03.9999/SP
2018.03.99.023860-1/SP
RELATOR:Desembargador Federal LUIZ STEFANINI
APELANTE:JOSE LICAR
ADVOGADO:SP266570 ANA BEATRIS MENDES SOUZA GALLI
APELADO(A):Instituto Nacional do Seguro Social - INSS
No. ORIG.:10049587920168260445 3 Vr PINDAMONHANGABA/SP

RELATÓRIO

Trata-se de recurso de apelação interposto por JOSÉ LICAR em face da sentença que julgou improcedente o pedido de desaposentação e acolheu a impugnação à justiça gratuita, condenando o autor ao pagamento dos honorários advocatícios, arbitrados em 10% (dez por cento) sobre o valor da causa.

Alega o apelante, em síntese, que sua única fonte de renda é a aposentadoria, no valor de R$ 3.000,00 (três mil reais), utilizada para despesas próprias e de sua família, não podendo arcar com os ônus da sucumbência (fls. 103-110).

Não foram apresentadas contrarrazões.

É o relatório.



VOTO

A sentença acolheu a impugnação a justiça gratuita pelo fato do autor receber aposentadoria no valor de R$ 3.204,86 (três mil, duzentos e quatro reais e oitenta e seis centavos).

Acerca da justiça gratuita, cumpre referir, por relevante, que a Lei nº 1.060/50, doravante artigos 98 e seguintes do Novo Código de Processo Civil (Lei nº 13.105, de 16/03/2015), estabelecem que a concessão da benesse depende apenas de declaração da parte interessada.

O legislador, registre-se, não estabeleceu parâmetros de renda para a concessão do benefício, havendo, portanto, uma presunção "juris tantum" de que o declarante necessita da gratuidade.

Sobredita presunção pode ser elidida mediante prova hábil a ser analisada pelo Juízo, ao qual cumpre, efetivamente, verificar se a parte requerente possui condições de pagar as custas do processo e os honorários de advogado, sem prejuízo próprio ou de sua família.

Embora a aferição desta condição não dependa exclusivamente dos rendimentos auferidos mensalmente pela parte, mostra-se razoável estabelecer um parâmetro mínimo de avaliação da capacidade econômica, como ponto de partida para a verificação concreta da impossibilidade de suportar os encargos processuais.

De acordo com a jurisprudência desta Colenda Corte, um parâmetro razoável para se aferir a possibilidade de revogação da justiça gratuita é a percepção de renda superior a 3 (três) salários mínimos, que é o teto utilizado pela Defensoria Pública da União para prestar assistência judiciária (Resolução CSDPU Nº 85 DE 11/02/2014). Precedente: TRF 3ª Região, NONA TURMA, Ap - APELAÇÃO CÍVEL - 2241715 - 0001288-75.2016.4.03.6119, Rel. JUIZ CONVOCADO RODRIGO ZACHARIAS, julgado em 04/12/2017, e-DJF3 Judicial 1 DATA:19/12/2017.

Logo, o fato da parte beneficiária auferir rendimentos em patamares superiores a três salários mínimos, aliado às informações carreadas aos autos sugerindo uma realidade econômica apta a afastar a presunção de miserabilidade alegada, levam a conclusão de que há condições de pagar os encargos processuais sem prejuízo do sustento próprio e da família, exceto, não constitui demasia sublinhar, se ficar demonstrada situação em que o postulante possui despesas extraordinárias de caráter premente, tais como aquelas relacionadas a custosos tratamentos de saúde ou financiamentos habitacionais, por exemplo.

No caso, os rendimentos mensais do apelante superam R$ 3.000,00 (três mil reais), conforme comprova o CNIS juntado pelo INSS (fl. 74), sendo que, nas razões de apelação, não juntou qualquer documento comprobatório de suas condições econômicas (art. 99, §2º, do CPC), não fazendo prova de situação extraordinária, que demonstre necessidade econômica impeditiva de arcar com as custas do processo e honorários advocatícios.

Destarte, presente esse contexto, não há como afirmar que eventual responsabilidade pelo pagamento dos encargos processuais acarretará prejuízo do próprio sustento ou de sua família.

Diante do exposto, NEGO PROVIMENTO ao recurso de apelação.

É o voto.


LUIZ STEFANINI
Desembargador Federal


Documento eletrônico assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que instituiu a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, por:
Signatário (a): LUIZ DE LIMA STEFANINI:10055
Nº de Série do Certificado: 11A21705035EF807
Data e Hora: 19/03/2019 16:00:29



O Prev já ajudou mais de 140 mil advogados em todo o Brasil.Faça cálculos ilimitados e utilize quantas petições quiser!

Teste grátis agora!