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PREVIDENCIÁRIO. EXECUÇÃO. APOSENTADORIA ESPECIAL. PARCELA INCONTROVERSA. INOCORRÊNCIA. TRF4. 5003915-94.2018.4.04.7112...

Data da publicação: 07/07/2020, 22:57:46

EMENTA: PREVIDENCIÁRIO. EXECUÇÃO. APOSENTADORIA ESPECIAL. PARCELA INCONTROVERSA. INOCORRÊNCIA. 1. O reconhecimento de parcelas atrasadas em título judicial ainda passível de mudança nas instâncias superiores não caracteriza execução de parcela incontroversa. 2. Enquanto pendente a discussão acerca da constitucionalidade do art. 57, §8º da Lei 8213/91, se o segurado prossegue trabalhando em atividades nocivas, é inviável a execução dos valores atrasados anteriormente reconhecidos a título de execução definitiva. (TRF4, AC 5003915-94.2018.4.04.7112, SEXTA TURMA, Relator JOÃO BATISTA PINTO SILVEIRA, juntado aos autos em 19/10/2018)

Poder Judiciário
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃO

Rua Otávio Francisco Caruso da Rocha, 300, Gabinete do Des. Federal João Batista Pinto Silveira - Bairro: Praia de Belas - CEP: 90010-395 - Fone: (51)3213-3191 - www.trf4.jus.br - Email: gbatista@trf4.jus.br

Apelação Cível Nº 5003915-94.2018.4.04.7112/RS

RELATOR: Desembargador Federal JOÃO BATISTA PINTO SILVEIRA

APELANTE: LADEMIR JORGE RIBAS (EXEQUENTE)

APELADO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (EXECUTADO)

RELATÓRIO

Trata-se de apelação em face da sentença que julgou extinto se exame de mérito o cumprimento provisório iniciado pela parte autora.

Na origem, cuida-se de cumprimento de título judicial que reconheceu o direito à aposentadoria especial sem a necessidade de afastamento da atividade sujeita a agentes nocivos. O título judicial ainda não transitou em julgado porque se discute a constitucionalidade do afastamento da atividade prevista no art. 57, §8º da Lei 8213/91. O demandante, porém, considera viável a execução dos valores atrasados mesmo diante da ausência de trânsito em julgado, formulando pedido de "cumprimento parcial da parcela incontroversa".

O magistrado de primeiro grau considerou que inexiste parcela incontroversa apta a justificar o pedido de cumprimento, razão pela qual julgou procedente a impugnação.

Na apelação, o segurado defende a possibilidade de imediato pagamento dos atrasados sob o argumento central de que o juízo de inconstitucionalidade do art. 57, §8º da Lei 8213/91 não afastaria o direito à percepção dos valores atrasados porquanto exerceria a opção pelo desligamento da atividade atual.

É a breve síntese do feito.

VOTO

1. Limita-se a controvérsia em identificar se foi correta a decisão judicial que não admitiu o pedido de cumprimento de sentença veiculado pelo segurado.

2. Não há que se confundir execução provisória com execução definitiva. Enquanto a execução provisória é lastreada em título ainda em formação e desprovido de plena certeza, a execução definitiva é baseada em título plenamente formado, já com todo os seus atributos, a saber, liquidez, certeza e exigibilidade. Perante o direito positivo vigente, o título executivo judicial somente é plenamente formado quando não é mais suscetível de recursos. Assim, enquanto não ocorrer o trânsito em julgado, o pronunciamento judicial comporta execução provisória; após o trânsito em julgado, haverá execução definitiva.

3. A parcela incontroversa do pronunciamento judicial admite execução parcial de caráter definitivo. Não se trata, portanto, de execução provisória. Sobre o assunto, apesar da divergência pretérita, a jurisprudência atual é favorável a essa providência. Confira-se:

APELAÇÃO. PREVIDENCIÁRIO. EXECUÇÃO/CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. PARCELA INCONTROVERSA. PROSSEGUIMENTO. PROCESSUAL CIVIL. Consoante a sistemática processual civil ora vigente, a execução/cumprimento de sentença contra a Fazenda Pública pode prosseguir com relação ao valor tido por incontroverso, tendo em vista que a legislação deu contornos legais para a controvérsia que havia no âmbito jurisprudencial (CPC, art. 532, § 4º). (TRF4, AC 5071968-37.2016.4.04.7100, SEXTA TURMA, Relator ARTUR CÉSAR DE SOUZA, juntado aos autos em 15/06/2018)

PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. PARCELA CONTROVERSA. É firme na jurisprudência o entendimento de que não há óbice à execução imediata de parcela incontroversa do crédito, porque, em relação a ela, não pende discussão. (TRF4, AG 5009607-70.2018.4.04.0000, SEXTA TURMA, Relator JOÃO BATISTA PINTO SILVEIRA, juntado aos autos em 03/05/2018)

PREVIDENCIÁRIO. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. IMPOSSIBILIDADE DE COMPENSAÇÃO DA VERBA FIXADA NA AÇÃO DE CONHECIMENTO COM AQUELA ESTABELECIDA NA EXECUÇÃO. EXECUÇÃO PARCELA INCONTROVERSA. Segundo reiterada jurisprudência é possível a expedição de requisição de pagamento e/ou precatório quanto à parcela incontroversa na execução movida contra a Fazenda Pública. Segundo precedentes deste Tribunal, é inviável a compensação da verba honorária fixada na ação principal com a fixada nos embargos à execução (Embargos Infringentes 0000568-57.2011.404.9999, 3ª Seção, Des. Federal Rogerio Favreto, por maioria, D.E. 25/10/2011). (TRF4, AG 5040573-84.2016.4.04.0000, QUINTA TURMA, Relator PAULO AFONSO BRUM VAZ, juntado aos autos em 25/11/2016)

4. No caso dos autos, cuida-se de pedido de cumprimento de sentença que reconheceu o direito à aposentadoria especial sem a necessidade de afastamento da atividade sujeita a agentes nocivos. O título judicial ainda não transitou em julgado porque se discute a constitucionalidade do art. 57, §8º da Lei 8213/91. O demandante, porém, considera viável a execução dos valores atrasados mesmo diante da ausência de trânsito em julgado, formulando pedido de "cumprimento parcial da parcela incontroversa".

5. Todavia, verifica-se que o êxito recursal do INSS invariavelmente causaria mudança no título judicial na parcela cuja execução é pretendida. Isto porque na hipótese de se reconhecer a incompatibilidade entre a manutenção de aposentadoria especial com atividade laboral do segurado em atividade perigosa não se justificaria o pagamento de atrasados buscados.

6. Na hipótese em apreço, não se trata de execução parcial de parcela incontroversa, mas sim de execução provisória de obrigação de pagar. Concluo, assim, que não é viável a execução pretendida pelo segurado, razão pela qual o apelo é desprovido.

Ante o exposto, voto por negar provimento à apelação.



Documento eletrônico assinado por JOÃO BATISTA PINTO SILVEIRA, Desembargador Federal Relator, na forma do artigo 1º, inciso III, da Lei 11.419, de 19 de dezembro de 2006 e Resolução TRF 4ª Região nº 17, de 26 de março de 2010. A conferência da autenticidade do documento está disponível no endereço eletrônico http://www.trf4.jus.br/trf4/processos/verifica.php, mediante o preenchimento do código verificador 40000630116v3 e do código CRC 710e2db2.Informações adicionais da assinatura:
Signatário (a): JOÃO BATISTA PINTO SILVEIRA
Data e Hora: 19/10/2018, às 12:16:16


5003915-94.2018.4.04.7112
40000630116.V3


Conferência de autenticidade emitida em 07/07/2020 19:57:46.

Poder Judiciário
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃO

Rua Otávio Francisco Caruso da Rocha, 300, Gabinete do Des. Federal João Batista Pinto Silveira - Bairro: Praia de Belas - CEP: 90010-395 - Fone: (51)3213-3191 - www.trf4.jus.br - Email: gbatista@trf4.jus.br

Apelação Cível Nº 5003915-94.2018.4.04.7112/RS

RELATOR: Desembargador Federal JOÃO BATISTA PINTO SILVEIRA

APELANTE: LADEMIR JORGE RIBAS (EXEQUENTE)

APELADO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (EXECUTADO)

EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. EXECUÇÃO. APOSENTADORIA ESPECIAL. PARCELA INCONTROVERSA. INOCORRÊNCIA.

1. O reconhecimento de parcelas atrasadas em título judicial ainda passível de mudança nas instâncias superiores não caracteriza execução de parcela incontroversa.

2. Enquanto pendente a discussão acerca da constitucionalidade do art. 57, §8º da Lei 8213/91, se o segurado prossegue trabalhando em atividades nocivas, é inviável a execução dos valores atrasados anteriormente reconhecidos a título de execução definitiva.

ACÓRDÃO

Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, a Egrégia 6ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, por unanimidade, decidiu negar provimento à apelação, nos termos do relatório, votos e notas de julgamento que ficam fazendo parte integrante do presente julgado.

Porto Alegre, 17 de outubro de 2018.



Documento eletrônico assinado por JOÃO BATISTA PINTO SILVEIRA, Desembargador Federal Relator, na forma do artigo 1º, inciso III, da Lei 11.419, de 19 de dezembro de 2006 e Resolução TRF 4ª Região nº 17, de 26 de março de 2010. A conferência da autenticidade do documento está disponível no endereço eletrônico http://www.trf4.jus.br/trf4/processos/verifica.php, mediante o preenchimento do código verificador 40000630117v2 e do código CRC 5674d45e.Informações adicionais da assinatura:
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Data e Hora: 19/10/2018, às 12:16:16

5003915-94.2018.4.04.7112
40000630117 .V2


Conferência de autenticidade emitida em 07/07/2020 19:57:46.

Poder Judiciário
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃO

EXTRATO DE ATA DA SESSÃO DE 17/10/2018

Apelação Cível Nº 5003915-94.2018.4.04.7112/RS

RELATOR: Desembargador Federal JOÃO BATISTA PINTO SILVEIRA

PRESIDENTE: Desembargador Federal JOÃO BATISTA PINTO SILVEIRA

PROCURADOR(A): JOSE OSMAR PUMES

APELANTE: LADEMIR JORGE RIBAS (EXEQUENTE)

ADVOGADO: MARCEL LUIS HANAUER

APELADO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (EXECUTADO)

Certifico que este processo foi incluído na Pauta do dia 17/10/2018, na sequência 329, disponibilizada no DE de 01/10/2018.

Certifico que a 6ª Turma, ao apreciar os autos do processo em epígrafe, em sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:

A 6ª Turma, por unanimidade, decidiu negar provimento à apelação.

RELATOR DO ACÓRDÃO: Desembargador Federal JOÃO BATISTA PINTO SILVEIRA

Votante: Desembargador Federal JOÃO BATISTA PINTO SILVEIRA

Votante: Juíza Federal TAIS SCHILLING FERRAZ

Votante: Juiz Federal ARTUR CÉSAR DE SOUZA

LIDICE PEÑA THOMAZ

Secretária



Conferência de autenticidade emitida em 07/07/2020 19:57:46.

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