Nesta quarta-feira (23), uma operação da Polícia Federal trouxe à tona um esquema de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que pode ter causado prejuízo de até R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024.
Os investigados cobravam mensalidades indevidas diretamente dos benefícios de aposentados e pensionistas, como a aposentadoria por idade, sem qualquer autorização dos segurados. Como resultado, seis servidores públicos foram afastados de suas funções, incluindo o atual presidente do INSS, Alessandro Stefanutto.
Parlamentares cobram apuração completa
Segundo nota da Agência Câmara de Notícias, durante os discursos no Plenário da Câmara dos Deputados, parlamentares de diferentes partidos cobraram a apuração rigorosa do caso. O líder do PL, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), defendeu que a investigação alcance todos os responsáveis, independentemente do período em que atuaram no esquema.
Chico Alencar (Psol-RJ), por sua vez, classificou o caso como um “escândalo tremendo” e destacou a amplitude da operação policial: “Há 211 mandados judiciais em curso. O então presidente do INSS, Renato Rodrigues, também foi afastado. Ambos os presidentes, passado e presente, deixaram os cargos para que tudo seja apurado com profundidade”.
Pedro Aihara (PRD-MG) afirmou já ter recebido denúncias do esquema em seu gabinete e repassado para investigação. Ele criticou o impacto da fraude sobre os beneficiários: “É muito dinheiro. É dinheiro de gente que precisa disso para remédio, aluguel, para ter uma vida digna. E esse desconto é criminoso”, lamentou.
Origem do esquema e atuação do governo atual
O líder do PT, deputado Lindbergh Farias (RJ), lembrou que o esquema teria se iniciado em 2019, segundo a própria PF. Ele ressaltou que a investigação atual foi impulsionada pela Controladoria-Geral da União (CGU), sob comando do ministro Vinícius de Carvalho, após a eleição de Lula em 2023. “A CGU iniciou uma investigação sigilosa e acionou a PF, que desbaratou o esquema”, explicou.
Governo suspende descontos de associações nos benefícios
Como medida preventiva, o governo federal suspendeu todos os acordos que permitiam que associações civis descontassem mensalidades diretamente dos benefícios pagos pelo INSS.
Segundo o ministro da CGU, Vinícius de Carvalho, a suspensão é necessária para revisar os processos e garantir integridade daqui para frente. “Não se trata de impedir associações, mas de assegurar que as pessoas saibam exatamente por que estão tendo esse desconto e que tenham consentido com isso”, afirmou.
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