O ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal, decidiu retirar de pauta o julgamento virtual que discutia a legalidade dos descontos irregulares realizados em benefícios do INSS. O pedido de destaque feito nesta sexta-feira (12) interrompe a votação que já havia sido retomada pelos ministros.
Com o destaque, a discussão deixa de ocorrer no ambiente virtual e passa a ser julgada presencialmente no plenário do STF. Ainda não há data definida para a nova análise, o que deve adiar a conclusão sobre as medidas propostas no processo.
O que está sendo julgado?
O caso trata de descontos feitos sem autorização expressa de aposentados e pensionistas, geralmente vinculados a associações ou entidades que não comprovaram o consentimento dos segurados. O tema mobiliza milhares de beneficiários e envolve debates sobre responsabilidade do INSS, transparência e mecanismos de proteção ao segurado.
O julgamento também abordaria a homologação de um acordo firmado entre órgãos públicos como a União, o Ministério Público Federal, a Defensoria Pública da União, a OAB e o próprio INSS. O pacto prevê regras para ressarcimento das vítimas e medidas de prevenção contra novas fraudes.
Qual é o impacto para os segurados?
Com a suspensão, a decisão final sobre o acordo e sobre a responsabilização das entidades envolvidas fica adiada. Na prática, isso pode postergar a definição de parâmetros uniformes para o ressarcimento dos beneficiários afetados, embora parte das medidas já esteja em andamento por decisões anteriores.
Agora, cabe ao presidente do STF definir quando o processo será incluído na pauta do plenário físico. Até lá, o tema permanece aberto e segue gerando expectativa entre segurados, advogados e órgãos envolvidos.
Entenda o histórico do julgamento

- 2023–2024: Beneficiários começam a denunciar descontos não autorizados vinculados a associações e entidades supostamente representativas.
- Início de 2025: Órgãos como MPF, DPU, OAB, União e INSS iniciam negociações para construir um acordo amplo de ressarcimento e prevenção de novas fraudes.
- Julho de 2025: O acordo interinstitucional é finalizado e encaminhado ao STF para homologação.
- Segundo semestre de 2025: O ministro relator, Dias Toffoli, leva o caso ao julgamento virtual, vota pela homologação do acordo e outros ministros começam a votar.
- 12 de dezembro de 2025: O julgamento virtual é retomado, e André Mendonça apresenta pedido de destaque, suspende a sessão e leva o caso para análise no plenário físico, onde a discussão ainda será marcada.








