O atual cenário de juros baixos e o alto nível de emprego no país puxaram em 2012 a arrecadação do mercado de previdência complementar aberta, que teve maior crescimento desde 2003.
Há três motivos para isso, na opinião de um dos principais especialistas da área, Osvaldo Nascimento, presidente da Fenaprevi (federação nacional do setor).
O primeiro foi o fato de que os juros caíram durante o ano passado, o que torna mais interessante a poupança de longo prazo. O segundo foi o crescimento da renda, que ampliou o número de pessoas em condições de formar essa poupança de longo prazo.
Em terceiro lugar, na avaliação de Nascimento, está o fato de que, com juros mais baixos, fica mais clara a vantagem tributária dos planos de previdência: na comparação com outros investimentos, eles podem ficar mais vantajosos para o cliente.
Na modalidade PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre), é possível abater as contribuições do IR dentro de um limite de 12% da renda tributável. No VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre), há tributação apenas sobre o ganho.
Com isso, os planos de previdência privada atraíram em 2012 R$ 70,5 bilhões, aumento de 31,5% em relação ao registrado no ano anterior.
Em 2003, o volume havia crescido 55,1% em relação a 2002, segundo a Fenaprevi.
Segundo Nascimento, com juros baixos, as pessoas precisam se planejar e começar a fazer as aplicações de longo prazo para garantir qualidade de vida no futuro.
Com a alta na arrecadação, a carteira de investimentos alcançou R$ 338,5 bilhões em dezembro, ultrapassando a meta para o acumulado do ano, de R$ 300 bilhões.
A alta foi de 25,8% ante igual mês de 2011. A previsão é que, em 2013, o valor chegue a R$ 430 bilhões se mantido o atual cenário e chegue a R$ 1 trilhão em 2018.
O VGBL teve melhor desempenho entre os tipos de planos, com R$ 59,5 bilhões em novos depósitos, alta de 37,3% ante 2011. O PGBL teve depósitos de R$ 7,4 bilhões, aumento de 7,6%.
MENORES
Os planos para menores de idade receberam aplicações de R$ 1,9 bilhão em 2012, alta de 7,3%.
Embora o número seja pequeno em relação a arrecadação total, a participação vem aumentando. De março a setembro, segundo um levantamento da Fenaprevi, a participação dos produtos para pessoas com até 18 anos passou de 7,6% para 13,6%.
Fonte: Folha de S.Paulo.
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