O governo federal iniciou estudos técnicos para revisar o cálculo das aposentadorias, especialmente após críticas de especialistas sobre o impacto das regras estabelecidas pela Reforma da Previdência de 2019. A proposta ainda está em fase preliminar, mas já movimenta debates entre economistas, juristas e entidades representativas dos trabalhadores.
Revisão pode atingir fórmula de cálculo e regras de transição
Segundo fontes ligadas ao Ministério da Previdência, há preocupação crescente com o fato de que muitos segurados têm se aposentado com valores considerados baixos, principalmente após a inclusão de 100% das contribuições no cálculo, inclusive as mais baixas, o que reduziu a média final dos benefícios.
Entre os pontos avaliados estão:
- possibilidade de retorno da regra que exclui as 20% menores contribuições da média;
- ajustes nas regras de transição, que têm gerado desigualdade entre segurados com tempo semelhante de contribuição;
- revisão das alíquotas progressivas, que impactam diretamente a renda líquida dos trabalhadores.
Nenhuma proposta oficial foi apresentada, mas o tema ganhou força dentro do governo devido à pressão de sindicatos e ao aumento do número de segurados questionando o cálculo.
Quem pode ser afetado se mudanças forem aprovadas
Caso as alterações avancem, três grupos podem ser diretamente impactados:
- Segurados que ainda irão se aposentar: possíveis novos cálculos podem resultar em valores maiores para parte dos trabalhadores.
- Segurados nas regras de transição: hoje, muitos deles são penalizados por fórmulas consideradas complexas e rígidas.
- Servidores públicos: parte das discussões envolve também o RPPS, principalmente no que diz respeito ao cálculo do benefício pós-reforma.
Importante reforçar que nenhuma mudança retroagiria para benefícios já concedidos.
Prazos e próximos passos
As discussões estão em fase inicial e devem ser aprofundadas nos próximos meses. Caso o governo opte por formalizar uma proposta, ela precisará tramitar no Congresso Nacional, como ocorreu na reforma de 2019.
Até lá, especialistas recomendam cautela: segurados próximos da aposentadoria devem continuar organizando seus documentos e simulando cenários, já que eventuais mudanças podem demorar a ser implementadas.








