A base da pirâmide populacional em 1980, formada por jovens –e futuros trabalhadores–, era larga, e o topo, onde estão aqueles com mais de 60 anos, estreito. Ou seja: havia muitos jovens, poucos idosos e, no meio, uma significativa população em idade economicamente ativa.
Na pirâmide de 2013 é possível notar mudanças significativas, com redução na base, alargamento no topo e uma grande variação no meio, especialmente na faixa após os 45 anos, e que no futuro estarão em idade para a aposentadoria.
Já a projeção para 2050 mostra que a pirâmide virou um funil, com poucos jovens e cada vez mais idosos, o que deverá gerar uma pressão significativa para a Previdência.
Hoje, para cada pessoa com mais de 60 anos há 5,3 pessoas com idade economicamente ativa (de 16 a 59 anos) –e que, em tese, podem trabalhar e contribuir à Previdência.
Em 2050, no entanto, haverá apenas 1,8 pessoa em idade ativa para cada uma em idade para a aposentadoria, insuficiente para manter as contas do INSS em dia.
A população idosa, que no ano que vem representará 11,2% da população, deverá chegar a 32,2% dos brasileiros em 2050.
Já a participação daqueles em idade ativa na economia irá cair de 63,6% para 56,1%.
O estudo da Previdência que acompanha o projeto de Lei Orçamentária de 2014, enviado ao Congresso pelo Executivo em abril, afirma que chegaremos a esse quadro devido a dois fenômenos: crescimento da expectativa de sobrevida da população e queda na taxa de fecundidade. O brasileiro está vivendo mais e tendo menos filhos.
“Além de as pessoas estarem, em média, vivendo por mais tempo, o número de filhos por mulher, em seu período fértil, tem declinado”, aponta o levantamento.
Em 1960, a mulher tinha em média 6,3 filhos. Em 2010, 1,86. O reflexo disso será uma queda na população, esperada para 2040. O Brasil vai atingir o pico populacional 219 milhões de habitantes) em 2039,e a partir daí a tendência é de queda.
O pico de mão de obra ativa, por sua vez, ocorrerá bem antes, em 2027.
“Esse processo terá fortes impactos na estrutura de financiamento da Previdência Social e também na dinâmica da economia brasileira, que não contará mais com uma oferta de mão de obra abundante. Se constatarmos que em 11 anos, entre 2000 e 2011, a população em idade ativa cresceu em 20 milhões de pessoas, e imaginarmos que nos próximos 16 anos, entre 2011 e 2027, ela crescerá 14 milhões, é possível perceber que estamos caminhando rapidamente para um cenário de oferta de mão de obra que se pensava distante”, aponta o estudo.
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