Manaus – As operações de crédito consignado a aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) chegaram a R$ 57,3 milhões nos dois primeiros meses do ano. Descontada a inflação do período, essa modalidade de empréstimo teve um aumento de 18% – se comparado ao mesmo período do ano passado. Ao todo, 26 mil contratos foram efetivados no primeiro bimestre de 2013.
Apenas em fevereiro, 12,7 mil operações foram registradas, que totalizaram R$ 31,3 milhões em crédito. Em janeiro foram 13,3 mil empréstimos, representando R$ 26 milhões liberados, o equivalente a um crescimento de 35,4% em valores tomados por empréstimo. No primeiro bimestre de 2012, o INSS tinha emprestado R$ 46,1 milhões na modalidade.
O presidente do Conselho Regional de Economia do Amazonas (Corecon-AM), Marcus Evangelista, alerta que é preciso ter ‘muita cautela’ ao realizar o empréstimo com desconto em folha de pagamento. “A propaganda massiva induz a pessoa a contrair esse tipo de dívida. Se ela está precisando de empréstimo é porque ela teve alguma falha no planejamento. Então, esse dinheiro pode aliviar a situação momentaneamente, mas, no futuro, estará novamente endividada”, alertou o economista.
Ele explica que, no momento em que a pessoa consigna o seu salário para ser debitado mensalmente, ela reduz seu poder de pagamento. Em casos em que a pessoa está endividada, o economista lembra que há outros tipos de empréstimos, com juros mais baixos.
“Podemos considerar que o aumento nesse tipo de operação é em função da facilidade em obtê-lo. Mas essa facilidade só é boa para quem está emprestando. Os juros são altíssimos. A pessoa deve ter em mente que, se ela está precisando, ela deve se organizar financeiramente. O primeiro passo é identificar onde se está errando. Não adianta tomar empréstimo e continuar com as mesmas ações erradas”, completou Evangelista.
Diferenças regionais
Das operações realizadas somente em fevereiro, R$ 1,938 bilhão foi disponibilizado na região Sudeste, por meio de 654.686 contratos. O Estado de São Paulo lidera tanto em volume quanto em quantidade de operações, com R$ 1,08 bilhão em 336.490 contratos.
A região Nordeste vem em seguida, com 399.993 operações que correspondem a R$ 884 milhões. Na região, a Bahia é o Estado em que mais se realizaram empréstimos, com 96.273 operações e um montante de R$ 239 milhões.
Na região Norte, a última nesse tipo de empréstimo, foram contratados R$ 163 milhões, que equivalem a 74.054 contratos.
Fonte: D24am
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