Nos cinco primeiros meses do ano, a concessão de aposentadorias e benefícios pela Previdência Social caiu 1,3%. É a primeira vez que isso ocorre pelo menos desde 2005. Foi a primeira inflexão na série crescente de beneficiários da Previdência nos últimos dez anos.

grafico-genericoA menor concessão é resultado de uma queda nos pedidos. Menos pessoas foram ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) solicitar benefícios. O grupo que reúne aposentadorias normais, pensão por morte e salário maternidade apresentou queda de 8,5% em novos pedidos. Ou seja, 142 mil pessoas a menos (em relação a 2013) solicitaram um benefício desse tipo entre janeiro e maio.

Não há consenso sobre a explicação para esse fenômeno. Eduardo Pereira, coordenador-geral de Estatística do Ministério da Previdência, levanta a hipótese de que, diante de um mercado de trabalho que já não está mais tão favorável ao trabalhador e com aumento de renda mais contido, as pessoas adiaram os pedidos de aposentadoria para evitar perda adicional de renda neste momento.

O pesquisador do Ibre-FGV Gabriel Leal de Barros e o especialista em Previdência do Ipea Marcelo Abi-Ramia Caetano avaliam que o mercado de trabalho teria o efeito inverso. Diante da perda de renda ou de uma demissão, a tendência do trabalhador é antecipar a aposentadoria. O professor Luis Eduardo Afonso, da USP, concorda. As pessoas adiam a aposentadoria em situação de pleno emprego e com salários mais altos, diz. “A questão é que o mercado já não está tão bom assim, ele já mudou um pouco”, pondera Afonso.

 

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